Lidando com Conflitos Pacionais nos Relacionamentos Familiares 1

Lidando com os Conflitos Pacionais nos Relacionamentos Familiares
Sonhamos com famílias perfeitamente ordenadas, mas em nosso cotidiano encaramos a realidade dos constantes conflitos e dificuldades. Vários fatores corroboram a isso: as vicissitudes da vida, diferença de temperamentos etc. Vivemos a difícil realidade de disfunções relacionais na família. Podemos adotar várias posições quanto a estas disfunções: a visão psicológica; a visão mística; a visão sócio-antropológica e a visão bíblica.
A Visão Psicológica apresenta a perspectiva de que os relacionamentos criam rusgas ou situações de indignação e ira. Estes podem gerar ressentimentos, dificuldades de comunicação, traumas etc. Normam Wrigth diz: “podemos resolver com perdão ou acumular raiva, ressentimento”. Uma proposta Freudiana poderia propor que essas situações geram ódio reprimido, que pode gerar trauma e/ou surtos de agressividade.
A questão é que não somos apenas emocionas e, portanto, ainda que tenhamos algumas respostas nesta perspectiva ela não poderia nos apresentar uma resposta plena. Conseguimos eficácia em alguns aspectos mas não obtemos resultados efetivos para nossa realidade de conflitos ou disfuncionalidade.
A Visão Mística Em algumas áreas diz-se que há uma realidade oculta que desconhecemos mas a qual podemos influir com nossas ações e equilíbrio. Propõe que há uma luta do bem contra o mal: o carma negro agride e destrói; o carma iluminado perdoa e restaura etc. A meditação, a busca da vida iluminada etc pode dirimir os conflitos.
A questão aqui está na mistura da ação humana com a possibilidade de mudar as forças positivas e ou negativas que influenciam nossas vidas e relações. A proposta pode até nos conduzir a uma vida zen ou afastada da realidade, mas não nos leva a encarar de frente as nossas mazelas e dificuldades de temperamento etc.
Desta forma, nos mantemos dentro da mesma questão anterior. Essa perspectiva não é capaz de apresentar uma resposta plena. E pior entendo, que nessas propostas não temos nem eficácia nem efetividade diante de nossos conflitos ou disfuncionalidades familiares.
Temos ainda a Visão Sócio-Antropológica, ela aponta para o choque de gerações. Conflitos que surgem haja vista as diferenças de características das gerações, que são classificadas como a geração dos “Boomers” e a dos “Busters”. Podemos visualizar melhor essas diferenças no quadro abaixo:
QUADRO COMPARATIVO

BOOMERS (versus - comparativo) Os BUSTERS
( Os Barulhentos ) ( Os fracassados )
- Fizeram muito barulho com o desejo de vencer. - Não conseguem vencer como os boomers.
Fracassaram nos planos dos boomers
- Têm entre 35 e 50 anos. - Têm entre 15 e 25 anos.
- Possuem boa auto-estima. - Possuem baixa auto-estima.

- Desafiadores; Usam argumentos - Passivos; Usam música ou jeito de
elaborados para se expressarem. vestir c/ expressão;

- O trabalho é um fim; vislumbram um Futuro. - Trabalho é meio; não se preocupam
com o Futuro.
- Ganham materialmente mas perdem - Colocam o prazer como prioridade,
emocionalmente. haja vista as faltas emocionas que
vivem.
( Fonte: Graham Ford, em “Jesus para uma nova Geração” ).

Assim como as demais, essa perspectiva não é capaz de apresentar uma resposta plena para os conflitos familiares.
Não obstante os problemas de eficácia das visões psicológicas e sócio-antropológicas, elas têm aspectos positivos. A Psicologia pode nos ajudar a entender uma séria de ações ou sentimentos emocionais, nos permitindo analisar e refletir sobre determinadas reações e comportamentos, bem como pode auxiliar no próprio tratamento de algumas questões na área de saúde, pois muitos de nossos sentimentos são somatizados. A Bíblia nos fala dessa somatização quando lemos sobre as conseqüências fisiológicas do pecado declaradas pelo salmista, como por exemplo, no Salmo 51. No mesmo sentido os estudos e visões sócio-antropológicas não são suficientes para responder a nossos conflitos, contudo contribuem com a analise dos diversos grupos sociais existentes bem como na descoberta de novos grupos ou ações sociais, que nos auxiliam a entender alguns fatos do cotidiano e algumas influências sobre nossos relacionamentos.
As áreas que vimos podem não ter uma resposta de plena eficácia para as questões familiares, mas com certeza elas têm seu valor para apoiar-nos na busca de soluções para a disfuncionalidade familiar. Os estudos sobre a chamada inteligência emocional (IE), de Daniel Goleman, que falam sobre a protolinguagem dos bebês e que discorre sobre a funcionamento da amídala cortical como centro cerebral das emoções, nos permite refletir não só sobre nossas reações pessoais mas também dos que convivem conosco. Os estudos e pesquisas antropológicas e sociológicas, relacionados aos comportamentos de determinados grupos na pós-modernidade, nos permitiram saber sobre os elementos do relativismo, pluralismo e hedonismo de nossa atual cultura globalizada, sendo, portanto, estudos significativos e importantes para nos contextualizar e para nos levar a compreender o comportamento de nossas crianças, jovens e adultos.
Queremos deixar claro que não ignoramos o valor de diversas áreas da ciência a nossa disposição, contudo cremos que nossa questão primordial está na natureza adâmica do homem.
Até aqui, esperamos ter levado você a pensar sobre a realidade que vivemos. E queremos em nossas mensagens futuras refletir sobre possíveis perspectivas e caminhos para lidar com nossos conflitos familiares.
Deus o abençoe.
Pr Alex