Vida Abundante - Parte 4

Parte 4 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
A Vida em Cristo e a Esperança da Glória
Em nosso ultimo sermão falamos sobre a vida em Cristo e constatamos a triste realidade que a grande maioria dos crentes vive uma vida cristã pela metade. Deus nos salvou a fim de nos levar para céu, mas também nos salvou para nos dar uma vida abundante aqui na terra: “eu vim para que tenham vida e tenham em abundância” (João 10:10).
O primeiro “V” da vida abundante é a vida em Cristo. Não esqueça que vida abundante e vida em Cristo são coisas sinônimas. É preciso que isto seja constantemente enfatizado: se há vida em Cristo há vida abundante; se há vida abundante é porque Cristo está presente. A vida em Cristo contém em seu “pacote” o transbordar de Deus para nossas vidas, a vida em Cristo é a garantia de que todos os crentes podem ter o copo da espiritualidade sempre cheio. Este é um dos principais ensinos do Novo Testamento: “Bendito o Deus e Pai de NSJC, que nos tem abençoado com toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef. 1:3). E ainda: “Ele [Cristo] é antes de todas as coisas... Ele é o cabeça da Igreja... porque aprouve a Deus que nele residisse toda a plenitude...” (Col. 1:117-19). (Ênfase) Se você não está em Cristo é um grande desperdício de tempo e de esforços você pensar em qualquer coisa relacionada à vida abundante. Então precisamos nos perguntar: estamos em Cristo? Se você está em Cristo e não está vivendo em abundancia isto é um grande desperdício de bênçãos. Então precisamos nos perguntar: por que somos tão negligentes? Por que não vivemos tudo o que o preço da cruz pagou por nós?
“Numa viagem de imigrantes europeus que vieram tentar a vida no Brasil, dois jovens fizeram amizade. Antigamente estas viagens demoravam dias, até semanas, e com tempo sobrando eles conversavam, faziam planos, até combinaram que quando chegassem na “terra brasilis” iriam se esforçar para não perder contato, etc. Mas, um dos amigos notou que o outro sempre sumia na hora das refeições. Aquilo chamava sua atenção, era curioso que eles sempre passassem o dia juntos, conversando, falando dos seus sonhos, falando de suas famílias, enfim, se conhecendo melhor e fortalecendo a amizade, e que justamente à hora da refeição, uma hora tão gostosa, o outro simplesmente sumisse naquele grande barco sem dar sequer uma palavra. Após vários dias intrigado com o comportamento do outro, o amigo não conseguiu mais segurar a curiosidade e resolveu perguntar: “escute, noto que nas refeições você sempre se recolhe à sua cabine, penso, e nós ainda não tivemos o prazer de fazer sequer uma refeição juntos”. O outro, meio constrangido, meio triste disse: “sabe meu amigo, eu viajei apenas com o valor exato da passagem, e por não ter mais nenhum dinheiro trouxe comigo apenas alguns biscoitos e um pedaço de queijo... eu não tenho dinheiro para fazer as refeições no navio”. A isto o outro respondeu com ar de perplexidade: “amigo, eu não acredito que todos estes dias você só comeu biscoitos, você não sabia que as refeições estão incluídas no preço da sua passagem? Todos estes dias você perdeu vários banquetes só porque não sabia que o preço do bilhete também incluía as refeições!”... É por isso que começamos o primeiro “V” da vida abundante com a “Vida em Cristo”, visto que Cristo pagou o preço da passagem, e no pacote está garantido nosso direito ao banquete da vida em abundância. Se vivemos só de biscoitos é por culpa de nossa ignorância e negligência...
Alimentamos esta vida quando “buscamos” (ler o v.1) a Deus de todo o coração, o que significa uma ação em direção a obediência; alimentamos a vida abundante quando ocupamos nossa mente de coisas saudáveis para a alma, “pensando” em coisas espirituais (ler o v.2) Se nossa saúde física depende da qualidade de nossa alimentação, a mesma coisa se aplica à saúde espiritual, depende daquilo com que alimentamos nossa mente. A espiritualidade também é uma atitude mental.
Vamos aprofundar um pouco mais o primeiro “V” falando sobre a vida abundante em Cristo e um dos temas mais importantes do N.T.: a esperança da glória. O verso quatro diz: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então vós, sereis manifestados juntamente com ele, em glória.”, ou, em outras palavras, ao incentivar os cristãos a uma maior fidelidade a Deus, ao incentivar a igreja a manter o copo da espiritualidade sempre cheio, o apóstolo Paulo está dizendo: “vocês já tem a vida em Cristo, mas está por acontecer algo que vai tornar a vida do cristão uma coisa mais gloriosa ainda”. Na verdade a Palavra de Deus está nos dizendo “o que já é bom vai ficar melhor ainda quando Cristo voltar”. Uma das bases da vida abundante é manter sempre acesa a chama da esperança do céu: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (I Cor. 2:9).
Esta palavra de incentivo para mantermos os olhos fixos na esperança da glória, é uma seqüência natural daquilo que de forma indireta o apóstolo já nos exortou a fazer. Observe novamente o que ele diz no verso 1: “buscai as coisas lá do alto”, e para enfatizar esta necessidade, de colocarmos a cabeça no céu, ele repete a mesma coisa no verso 2: “pensai nas coisas lá do alto”. A nossa ação obediente, buscar, diz respeito ao céu, e a nossa atividade consciente de colocar na mente, pensar, também diz respeito ao céu. Isto significa, meus irmãos, que a vida abundante em Cristo é uma vida repleta de ações e pensamentos que tem como ponto de partida as coisas eternas, nossas ações e pensamentos devem ter como princípio a esperança da glória. A implicação disto é muito obvia, os crentes que manifestam vida abundante são exatamente que embora vivam na terra, tem o olhos no céu, são aqueles que embora tenham os pés no chão, tem a cabeção no céu, aqueles que medem e pautam suas ações e pensamentos do aqui e agora, contemplando a eternidade.
O cosmonauta norte-americano John Yong ficou em órbita cinco vezes. Durante vários dias ele viu o planeta Terra lá do céu. No ano de 1972, em pleno auge da guerra fria, a guerra de nervos com argumentos atômicos entre russos e americanos, e também num acirramento do racismo em seu país, com vários confrontos entre negros e brancos, ele concedeu uma entrevista dizendo como sua profissão transformou sua vida. Ele declarou: “Quando você está em órbita lá em baixo está a Terra, um planeta branco e azul, belíssimo... Desta perspectiva não há comunistas nem capitalistas, não há negros e nem brancos. Temos que aprender a nos amar.”
Em certo sentido todo cristão é um cosmonauta: ele vê a vida da perspectiva do céu. Ver a Terra da perspectiva do céu é uma coisa básica para alcançarmos a vida abundante. O céu é o nosso lar, o céu é o nosso futuro, o céu é o lugar onde passaremos a eternidade, mas a esperança da glória é um fervor cada vez menos cultivado pelos cristãos em nossos dias. Nós falamos pouco do céu, nos conversamos pouco sobre o céu, nós pregamos pouco sobre o céu. Willian Inge, ao comentar este texto escreveu: “É perfeitamente natural e inevitável que se passarmos dezesseis horas de nossa vida desperta a meditar nas questões deste mundo, e cerca de cinco minutos a pensar sobre Deus e as nossas almas, este mundo parecerá duzentas vezes mais real do que Deus...”.
Moisés, na minha opinião, é o personagem bíblico que melhor exemplifica como a perspectiva eterna modifica a vida na terra. “Pela fé, Moisés, quando homem já feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir os prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão.” (Hb. 11:24-26). Que coisa fantástica é esta! A glória do Egito é recusada quando se pensa em Cristo e no galardão eterno. Sabe por que a Igreja Primitiva suportou tantos reveses, sofrimentos e perseguições? Sabe por que eles se mantiveram firmes mesmo quando seus bens foram confiscados, seus familiares presos e seus pastores queimados? Eles oravam todos os dias “Maranata. Vem Senhor Jesus!”.
Outro exemplo são nossos pais puritanos. Comentar o hino “vinde meninos” (367?) Será que se nossos filhos e netos morressem nos reuniríamos para compor um hino?
O céu na vida cristã é o pensamento que coloca todas as coisas na perspectiva certa, mas se não obedecermos o ensino do verso dois: “pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra”, dificilmente receberemos o benefício, o estímulo espiritual daquilo que é ensinado no verso quatro: “Quando Cristo que é a nossa vida se manifestar, então vós também sereis manifestados com ele, em glória.” A esperança da glória, que é uma parte essencial da vida abundante, é conseqüência de alimentar o meu coração com as coisas do céu.

Mensagem (adaptada) do Pr. Cláudio Correa dos Reis – Igreja Presbiteriana do Centenário – SP
Se essa mensagem te interessou e se precisar de ajuda ou aconselhamento, será um prazer conversar com você pelo e-mail pr.alexcarneiro@gmail.com.
E que o grande Deus de misericórdia o abençoe. Pr ALEX RIBEIRO CARNEIRO