Parte 10 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
- Vícios que Asfixiam a Alma (continuação)
INSATISFAÇÃO
Descanso é uma condição da alma onde, a pessoa consegue gozar quietude e estar satisfeita com aquilo que ela é e satisfeita com aquilo que ela tem, e o maior inimigo deste descanso é o materialismo que se alimenta da avareza (repetir). Ouça o que a Palavra de Deus fala a este respeito: “aquele que aborrece a avareza viverá muitos anos” (Pv. 28:16). Que coisa impressionante este versículo da Palavra de Deus nos ensina: a longevidade é para aqueles que aborrecem a avareza! O contrário também é verdade: a pessoa que nunca está satisfeita com aquilo que “é” ou com aquilo que “possui”, está sempre jogando em seu coração uma grande dose de insatisfação e ingratidão, e esta ingratidão fica corroendo sua alma como ácido, fica incomodando o seu coração com agulhadas do materialismo e assim a pessoa nunca descansa o coração com aquilo que já tem, pois só consegue pensar naquilo que ainda não tem. É por isso que o avarento morre mais cedo. (Pausadamente) Filho, se você já tem uma casa, o que Deus condena não é o seu desejo de ter a segunda, mas sim sua incapacidade de ser agradecido pela primeira, e a falta de gratidão por aquilo que já temos pode ser um sinal de avareza; filha, se você tem um carro com mais de dez anos e gostaria de ter um carro mais novo, isto não é pecado em si, só se torna um pecado quando seus pensamentos ficam escravos desta vontade e você só consegue pensar nisto, e quando não conseguimos desligar nossos pensamentos das coisas matérias isto pode ser um sinal de avareza, visto que a pessoa avarenta é uma pessoa incapaz de descansar. O remédio para a falta de descanso é o evangelho: “[disse Jesus] Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais que o alimento, e o corpo, mais que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar quarenta centímetros ao curso da sua vida? Portanto não vos inquieteis com as coisas materiais em nem com o dia de amanhã, pois vosso Pai celeste sabe do que necessitais. Buscai, pois, em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt. 6:25-31). c) a terceira marca da pessoa avarenta é que coisas sempre valem mais do que pessoas – ser cristão é acreditar que pessoas valem mais do que coisas, mas isto não pode ser apenas um discurso. O avarento tem suas prioridades invertidas: coisas valem mais do que pessoas; as coisas materiais vem em primeiro lugar e as pessoas em segundo, quem sabe em terceiro lugar. Não é este o problema de um viciado: que suas prioridades são invertidas? Vício é um compromisso com o erro, o viciado prioriza o erro quando as prioridades da vida devem ser a alma, a família, as pessoas, a saúde, etc. Certa vez tive a oportunidade de ver um divórcio motivado pela avareza. A esposa, durante anos, sentia-se humilhada pelo marido que só liberava o dinheiro a conta-gotas. (Brincar) O esposo, meus irmãos, não abria mão nem para dar tchau... até carinho na esposa ele fazia com a mão fechada... Era o dinheiro para o pão, ele dava contadinho na mão dela, até os centavos. Nos dias de compras no Supermercado era uma briga, ele colocava defeito em tudo que ela havia comprado e principalmente no montante que ela havia gastado. (Brincar) Conheci um pastor brasileiro que casou-se com uma missionária norte-americana. Ela, chegando aqui, ficou encantada com as feiras livres no Brasil, especialmente com a beleza e a variedade de nossas flores e também com o preço, já que lá nos EUA flor é um produto muito caro. Um dia, fazendo a feira, ela resolveu comprar flores para enfeitar a sala. Chegando em casa, o pastor viu a mulher com as flores na mão e perguntou “mulher, o que é isso?”; ela respondeu “ora, são flores!”. Ele disse “eu sei que são flores, mas você comprou estas flores?”. “Sim”, respondeu ela, com toda a naturalidade. Ele ficou nervoso, e já com a voz alterada disse “eu não acredito que você gastou dinheiro com flores, você não sabe o que a Bíblia diz das flores?”. Ela ficou sem entender nada e perguntou “mas o que é que a Bíblia fala das flores?”. Ele, inconformado, respondeu: “mulher, a Bíblia diz que as flores murcham...”. Voltando à primeira história, do divórcio motivado pela avareza, que por sua vez não tem nada de engraçado, a esposa sentia-se humilhada por aquela situação. Isto era um incomodo para ela, mas ela levava razoavelmente bem a situação até que seus filhos cresceram. Precisava comprar um tênis para as crianças era uma briga com o marido, que dizia “mas este tênis não durou nem três anos...”; os filhos foram crescendo, a situação se agravando, os conflitos, que antes eram do casal começaram a incluir os filhos, a amargura aumentando até que o divórcio aconteceu. Há pessoas que em nome da economia, em nome do futuro, privam suas famílias de coisas importantes no presente. Se esta privação for desnecessária, ou seja, sem razão concreta de ser, o nome disto é avareza. Este foi o problema do jovem rico. O problema do jovem rico não era ser rico, seu problema foi que ele valorizou mais as coisas, suas posses, do que as pessoas, sua riqueza valia mais do que obedecer a ordem de NSJC: “vai, vende tudo o que tens, distribui aos pobres, e depois segue-me”. O avarento nunca consegue entender a ordem de Jesus ao jovem rico porque para ele coisas valem mais do que pessoas.
O comentário final de Paulo sobre a avareza é que ela é idolatria. As três marcas do avaro são: sua incapacidade de exercer a generosidade, sua extrema dificuldade em descansar no tocante às questões materiais e sua hiper-valorização das coisas materiais em detrimento ao valor das pessoas. Ora, por que Paulo conclui dizendo que a avareza é idolatria? Porque o avarento coloca suas posses acima de Deus. Como dizia Oliver Cromwell: “Idolatria é qualquer coisa que esfrie meu amor por Cristo”. A avareza é um vício,e por isso asfixia a alma, roubando do cristão a benção da vida abundante. Irmãos, que nada neste mundo esfrie nosso amor por Cristo!
