Vida Abundante - Parte 13

Parte 13 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
- Vícios que Asfixiam a Alma (continuação)
CRITÉRIOS PARA O USO DA LÍNGUA
Estamos falando desde a semana passada sobre o mau uso da língua. Paulo nos exorta de maneira bastante enfática no tocante ao cuidado com a maldade e a maledicência. Usar mal as palavras pode tornar-se um vício, e por natureza, por definição, um vício é sempre algo destrutivo à pessoa e altamente prejudicial a todos aqueles que estão à sua volta. A pessoa viciada faz mal a si e aos outros e assim são os fofoqueiros.
Um dos maiores problemas no tocante ao uso da língua é que a maioria das pessoas não se acha viciada em maledicência, alias esta é a primeira característica de um viciado: negar o vício ou negar o problema. (Imitar) “Eu, eu não, o que isso, eu não tenho problemas com isso não... Eu, só de vez em quando... Eu, paro quando eu quiser...”. Tenho para mim que o problema é que as pessoas pensam que podem “ser cristãs” sem o compromisso com uma “conduta cristã”. Ser cristão é ser cristão também no que eu falo; ser discípulo de Jesus é imitar o Salvador também naquilo que sai da minha boca; ser crente, de verdade, é fazer um uso sábio da língua... e, se os irmãos me permitem ir um pouco mais longe, um pouco mais fundo doutrinariamente, nós, que segundo a nossa Confissão de Fé, afirmamos que “o fim principal do homem é glorificar a Deus”, devemos entender, devemos estar conscientes que isto implica em usar as palavras que saem da minha boca com o desejo único de glorificar a de Deus.
Na prática, como isto acontece? Como é que eu uso a língua na certeza de abençoar os outros e glorificar a Deus? Eu espero que, a esta altura, você esteja se perguntando: “Pastor, como é que uma pessoa sabe se está sendo maledicente ou não? Quando é que uma pessoa sabe se suas palavras são ou não maledicentes ou maldosas? Relembremos a nossa definição de maledicência: “maledicência é qualquer palavra pronunciada sem pensar, onde se procura enfatizar o lado negativo das coisas ou das pessoas, tendo como características principais a falta de misericórdia e o envolvimento com coisas que não são da minha conta” (repetir).
Ora, para avaliar isto em nossas vidas precisamos de critérios bíblicos. É preciso que submetamos nossa “conduta verbal” à luz da Palavra de Deus. Existem sim palavras duras, mas necessárias. Existe a confrontação saudável e isto se dá através de discussões, debates que podem ser benção para as pessoas envolvidas. Portanto, a questão principal com o uso palavra, o ponto central com o uso da língua, é a submissão de tudo o que sai da minha boca à Palavra de Deus. (Pausadamente) A questão com as coisas que falo, então, é uma questão de dose, de medida, tudo o que um crente fala deve ter uma “dosagem bíblica e amorosa”, e nisto a palavra de Deus nos orienta de maneira bastante clara. A diferença entre o remédio e o veneno não está na substância “em si”, mas na dosagem... Há estudos adiantados sobre o uso do veneno de cobra no tratamento de AVCs, derrames cerebrais e a Universidade de Botucatu, que há anos faz pesquisas com veneno de cobra. Descobriu-se que ele é um dos mais poderosos cicatrizantes que existe. Ao mesmo tempo também há pessoas que cometem suicídio tomando remédios. Por favor, preste atenção: em muitos casos a diferença entre o que mata e que cura é a dose: “Alguém há cuja tagarelice é como pontas de espada, mas a língua dos sábios é medicina” é o que nos ensina o sábio Salomão (Pv.
A DOSAGEM AMOROSA DA BOCA
A palavra de uma pessoa pode ser benção na vida de outra, mas também pode ser maldição. É isto que a Palavra de Deus nos ensina em Tiago 3:10-11: “De uma só boca procede benção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?”. É por causa disto que precisamos então de um critério bíblico a fim de alcançarmos aquilo que chamo de “dosagem bíblica amorosa no uso da boca”. Vejamos estes critérios.
Primeiramente, há um critério básico, onde nós todos precisamos saber responder a uma pergunta: quando eu tenho algo para falar com ou sobre uma pessoa, qual a primeira pessoa com quem devo falar? A própria pessoa, certo? (Pausa) Errado! Errado!!! A primeira pessoa a quem devemos procurar falar sobre qualquer assunto é o próprio Deus. Nós os crentes somos engraçados, dizemos que tudo em nossa vida deve trazer Deus em primeiro lugar, queremos que todas as decisões, em todas as áreas, em todas as questões sejam conduzidas por Deus, mas quando vamos usar a boca, quando vamos cuidar da vida dos outros, agimos como se Deus não existisse e fazemos as coisas por nós mesmos.
Se vamos usar a boca para abençoar tendo a certeza de uma “dosagem bíblica amorosa”, a primeira coisa que devemos fazer é orar a respeito da pessoa e perguntar à Deus o que é que Ele realmente deseja de nós. Lembremo-nos do caso de Miriã e Arão em Números capítulo 12. Eles chegaram para Moisés e disseram “olha Deus também fala conosco e não só com você, então nós também queremos participar das decisões sobre Israel e inclusive sobre as decisões da sua vida”. (Gravidade) Aquilo tudo cheira inveja e gente que quer domesticar profeta... (Pausa) Diz o texto sagrado que quando os irmãos do profeta assim falaram do profeta “Deus o ouviu” (Nm. 12:2) (repetir). O Senhor ouviu aquela conversa e não se agradou, chamou os três para fora da tenda, explicou para Arão e Miriã que aquilo que eles fizeram foi muito feio e quando Deus acabou de falar Miriã caiu leprosa e Arão saiu gritando como um louco “nós pecamos, nós pecamos...”. A lição é muito simples: se você vai falar alguma coisa sobre o povo de Deus e sobre os servos de Deus, então fale primeiro com Deus.