Vida Abundante - Parte 16

Parte 16 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
- Vícios que Asfixiam a Alma (continuação)
VÍCIOS SOCIAIS (continuação)
Como dissemos, entendemos que a vida cristã não é o cumprimento de algumas obrigações religiosas, a vida cristã é o Deus Espírito me capacitando a amar aqueles a quem Deus coloca em meu caminho.
Para desfazer este equívoco entre nós, de que minha vida espiritual pode prescindir da minha vida relacional, Paulo detalha todas as formas possíveis de divisionismos comuns entre os homens, a fim de deixar claro que na igreja de Cristo estas coisas não podem ser aceitas nem tratadas como normais:
a) Em Cristo não pode haver divisão de raças “nem grego e nem judeu”: os judeus sempre se acharam superiores aos gentios. Seus privilégios representados na paternidade de Abrão e no recebimento da lei por Moisés, faziam com que eles se sentissem superiores aos outros povos, e na época do NT, especialmente, eles se sentiam superiores aos gregos. Mas, em Cristo, nada disto se sustenta. Na igreja não importa se uma pessoa nasceu em Atenas ou Jerusalém, sua raça ou sua nacionalidade nada representam. Os judeus eram tão amáveis com os gentios que os chamavam de “góes”, a mesma palavra usada para “cachorro”. Em Jesus, na vida dentro do seu corpo, nenhum tipo de orgulho racial pode ser alimentado;
b) Em Cristo não pode haver discriminação religiosa “nem circuncisão nem incircuncisão”: No cristianismo não existem irmãos de primeira categoria ou irmãos de segunda categoria, todos somos “apenas” e “gloriosamente” irmãos. (Brincar) Todos estamos debaixo da cruz, e sabem o que isto significa? Que todos nós somos igualmente pecadores, que nenhum de nós presta... Debaixo da cruz todos são iguais, vasos feitos do mesmo barro... Mas alguns pensam que por participarem de algum grupo especial, por receberam algum sinal cerimonial, por participarem de ofícios e cargos são um pouco mais especiais que os demais. Sabe aquela história: “todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais do que os demais”; era assim que os da circuncisão se achavam... Jesus não cedeu um milímetro a este tipo de discriminação sectária porque sabia que tudo isto só se sustenta com base no pior e mais destrutivo de todos os pecados: o orgulho. “Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao Templo com o propósito de orar: um fariseu, o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo: Ó Deus graças te dou porque não sou como os demais homens... O publicano não ousava levantar os olhos para o céu, mas batia no peito dizendo: Deus, sê propício a mim, pecador... Digo-vos que este, o publicano, desceu justificado para sua casa, e não aquele, o fariseu, porque todo o que se exalta será humilhado, mas o que se humilha será exaltado...” (Lc. 18:9-14). No cristianismo não existe nada que faça alguém se achar melhor do que ninguém;
c) Em Cristo não pode haver discriminação cultural “bárbaro ou cita”: inicialmente, bárbaro era uma referência aos celtas, e os citas, um grupo de nômades considerados cultural e intelectualmente inferiores pelos povos europeus e pelos povos do oriente médio. Os gregos tratavam estes povos como inferiores culturalmente, já que a civilização grega era muito evoluída, na arte, na filosofia e na política, enquanto os citas viviam de maneira quase primitiva. Quando Paulo cita estes dois povos tenho a certeza que seu objetivo é enfatizar a grande capacidade de Cristo, através da igreja, de unir os povos, pô-los numa grande comunidade, fazer de todos os povos um só povo, onde as diferenças não fazem nenhuma diferença... Para mim comunhão não é igual a todos gostarem de preto e branco e ninguém gostar de verde e branco, para mim comunhão é saber que o gosto diferente não faz nenhuma diferença; na igreja, o doutor não tem que deixar de ser doutor e o lavrador da roça não tem que deixar de ser lavrador para quer a comunhão exista, na igreja o que um “é” e o que o outro “não é” não faz nenhuma diferença porque o amor de Cristo venceu o espírito sectário;
d) Em Cristo não pode haver discriminação sócio-economica “nem escravo nem livre”: os escravos ocupavam, nas sociedades antigas, as mais baixas posições sociais. Não tinham direitos, eram tratados como propriedades, sem nenhum privilégio ou proteção da lei, seriam hoje a classe “E menos”; já os livres eram, em sua maioria, pessoas protegidas pela lei e a maioria dos livres gozavam de um status de gente superior: militares, políticos, sacerdotes, comerciantes e fazendeiros, seriam hoje a classe “A e B”. Barreiras sociais também são derrubadas em Jesus Cristo. Todos na igreja bebem da mesma fonte e gozam os mesmos privilégios, o batismo do rico é igual ao batismo do pobre e os elementos da ceia do rico são iguais aos elementos da ceia do pobre, ou seja, nos sacramentos, que simbolizam a obra e a vida de Cristo em nós, todos somos considerados pessoas iguais, onde status e posição na pirâmide social não podem representar nada. (Brincar) Aplicação: Conta-se que uma senhora começou a trabalhar de empregada doméstica num bairro de classe alta na cidade de São Paulo. Ela morava no emprego e então passou a freqüentar a igreja do bairro, composta basicamente de pessoas muito ricas. Muito simplezinha no seu jeito de ser, de falar e de se vestir, ela participava de tudo: dos cultos, dos eventos, das reuniões de oração, das festas, e de uma certa forma aquela diferença visível entre ela e as outras pessoas incomodava um pouco o pastor, constrangia o pastor, que sentia por parte da igreja uma certa discriminação contra ela. Certo dia a irmã foi procurar o pastor e disse: “pastor, eu quero entrar para esta igreja, quero ser membro aqui, como é que eu faço...”. O pastor então aproveitou aquela oportunidade para abrir o jogo com a irmã sobre aquilo que o incomodava: “sabe irmã, eu acho que a senhora deve orar um pouco mais a respeito disto. Não sei se seria bom a senhora entrar para a nossa igreja, aqui são todos muito diferentes da irmã e quem sabe em uma outra igreja, em um outro bairro, a irmã venha poder contribuir melhor com a obra”. Ela, humildemente, aceitou a sugestão do pastor e passou a orar a respeito daquilo. Depois de algumas semanas ela voltou a procurar o pastor sobre o mesmo assunto, de entrar para a igreja, e o pastor então perguntou: “e a senhora já orou, já falou com Jesus a respeito disto”, ao que ela respondeu: “orei sim pastor, e eu quero mesmo entrar para esta igreja, eu quero ser membro aqui. Inclusive pastor, Jesus me disse para eu perseverar neste propósito, por que Ele também há muito tempo deseja entrar aqui e não consegue...”.