ALEGRIA E MOTIVAÇÃO EM FILIPENSES - Parte 9

MANTENDO O RUMO DA VIDA CRISTÃ
Alex Ribeiro Carneiro Texto: Filipenses 2.12 a 2.18 IP Pinda /Ago 2011

INTRODUÇÃO

UM NAVIO PRECISA SER MANTIDO EM SEU RUMO
PARA CUMPRIR SUA VIAGEM

Em 1998 fiz um curso na Marinha do Brasil. Ao final do curso tínhamos uma atividade prática embarcada num navio. Assim, numa segunda feira do mês de junho de 1998 lá estava eu a bordo da Fragata Liberdade.
Depois de 08 dias de viagem descobri que o navio tem dois movimento interessantes – balanço e caturro. Isso foi aprendido especialmente porque mais de metade da viagem foi no interior do navio, primeiro porque chovia muito e não podíamos sair ao convés por motivos de segurança, o mar estava batendo e de vez em quando as ondas lambiam o convés. Segundo porque nossa prática era no Centro de Operações e Comando do Navio. Aquela área escura cheia de radares e sonares que aparecem nos filmes.
Os movimentos de balanço e caturro exigem atenção de todos que conduzem o navio. O balanço influi na direção do navio porque faz com que ele se mova lateralmente e o caturro faz com o navio suba e desça ao cortar as ondas.
Assim, é preciso a todo tempo estar atendo a direção do navio. O comandante e seus auxiliares devem sempre atuar para que o rumo do navio seja mantido, isto é a direção que devo tomar a partir da referência da bússola.

Este trecho da Carta aos Filipenses é uma exortação ao nosso cuidado com rumo de nossa vida cristã, em especial como igreja.
Depois de ter apontado para o exemplo humildade de Cristo e sua unidade com o Pai, ressaltada pela exaltação do ação salvadora e senhorio de Cristo.
Esse trecho vem após a exaltação do exemplo de humildade e sacrifico de Cristo para soe para nós como uma inspiração e exortação na manutenção e cuidado de nossa vida de salvos. E nesse sentido nossa bússola é uma vida regrada pelo temor e tremor a Deus.

Temor e Tremor ( dicionário bíblico)....
A Bíblia emprega numerosas palavras para significar temor: reverência.

Temos o temor santo:
Sentido pelos salvos que tem sua visai iluminadas para o grandiosidade de Deus, uma vez que o homem natural não pode entender plenamente a grandiosidade e glória de Deus.
Por isso no AT a verdadeira religião está associada ao temor a Deus (Jr 2.19 e Sl 34.11). No NT a expressão andar no temor do Senhor era comumente usada para dar ênfase a consciência de reverência a Deus e de santidade.
Há ainda o temor vil, o que surge pelo medo de punição do pecado. Felix sentiu este temor quando do discurso de Paulo em At 24.25. Em Hebreus 10. 27, 31 ouvimos sobre “certa expectção horrivel de juízo e fogo vingador”.
Temo também o temor do homem representado por seu respeito e consideração por outros homens ou autoridades, expresso em nossas leis como obrigatório para força do Estado, por isso temos o crime de desacato a autoridade.

Em qualquer dos casos vemos que o respeito a autoridade faz parte do temor, por isso devemos entende-lo como reverência. Como viver dispensando a Deus toda honra e respeito. Respeitando suas ordens e vontades expressos em seus juízos, isto é, em sua Palavra.

Assim, Paulo exorta aos filipenses para se submeterem a excelso e soberana autoridade de Deus. É nesse sentido que o próprio Deus nos exorta a viver em Dt 6.
1 Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os preceitos que o Senhor teu Deus mandou ensinar-te, a fim de que os cumprisses na terra a que estás passando: para a possuíres; 2 para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e para que se prolonguem os teus dias.
3 Ouve, pois, ó Israel, e atenta em que os guardes, para que te vá bem, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te prometeu o Senhor Deus de teus pais.
4 Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
5 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. 6 E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração;
7 e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.
8 Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos;
9 e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.
10 Quando, pois, o Senhor teu Deus te introduzir na terra que com juramento prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, que te daria, com grandes e boas cidades, que tu não edificaste, 11 e casas cheias de todo o bem, as quais tu não encheste, e poços cavados, que tu não cavaste, vinhas e olivais, que tu não plantaste, e quando comeres e te fartares; 12 guarda-te, que não te esqueças do Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão.
13 Temerás ao Senhor teu Deus e o servirás, e pelo seu nome jurarás.
14 Não seguirás outros deuses, os deuses dos povos que houver à roda de ti;
15 porque o Senhor teu Deus é um Deus zeloso no meio de ti; para que a ira do Senhor teu Deus não se acenda contra ti, e ele te destrua de sobre a face da terra.
16 Não tentareis o Senhor vosso Deus, como o tentastes em Massá.
17 Diligentemente guardarás os mandamentos do Senhor teu Deus, como também os seus testemunhos, e seus estatutos, que te ordenou.
18 Também praticarás o que é reto e bom aos olhos do Senhor, para que te vá bem, e entres, e possuas a boa terra, a qual o Senhor prometeu com juramento a teus pais;
19 para que lance fora de diante de ti todos os teus inimigos, como disse o Senhor.
20 Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos, estatutos e preceitos que o Senhor nosso Deus vos ordenou?
21 responderás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito, porém o Senhor, com mão forte, nos tirou de lá; 22 e, aos nossos olhos, o Senhor fez sinais e maravilhas grandes e penosas contra o Egito, contra Faraó e contra toda a sua casa; 23 mas nos tirou de lá, para nos introduzir e nos dar a terra que com juramento prometera a nossos pais. 24 Pelo que o Senhor nos ordenou que observássemos todos estes estatutos, que temêssemos o Senhor nosso Deus, para o nosso bem em todo o tempo, a fim de que ele nos preservasse em vida, assim como hoje se vê. 25 E será justiça para nós, se tivermos cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante o Senhor nosso Deus, como ele nos ordenou.

Assim Paulo está chamando atenção dos filipenses para a reverencia e obediência a Deus. E faz isso tendo como precedente não só a Palavra de Deus em Deuteronomio, mas principalmente o exemplo de Cristo e seu estado excelso e gloriosos. O que deve nos levar a submissão.

Disposição e condição de submissão reforçada pelo verso 13, pois tudo está debaixo do senhorio de Cristo. É ele quem opera tanto o querer quanto o realizar.
Éle que põe em o querer da graça e quem opera em nós os frutos dessa graça.
Como não há quem busque a Deus, por falta de temor santo, seu Espírito gera o convencimento do pecado, do juízo e da justiça de Deus.
Por isso o próprio Cristo nos diz: “sem mim nada podeis fazer”.

Antes de mais nada a vida que se inspira em Cristo segue seu rumo quando se conscientiza que Ele é Deus soberano, senhor de todas as coisas. Como diz o salmista - Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nela habitam. Sl 24.
Só homens de coração e mentes transformadas podem entender e crer nisso. E portanto tremem diante de Deus.
O chamado a uma vida de temor e tremor se refere a nossa consciência de quem é Deus e o que fez por nós como Senhor e Salvador. Consciência que deve expressar completa preocupação santa (tremor) pelo que fazemos e como vivemos.
Comentando este trecho da carta F. Davidson declara o seguinte: “A vida dos filipenses na sociedade devia ser unificante e não dispersiva devido a ofensas” por causa da reverencia e medo desrespeitar a Deus.