Vida Abundante - Parte 29

Parte 29 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
O TERCEIRO “V” – AS PEÇAS DO VESTUÁRIO
LONGANIMIDADE
Nosso figurino, a roupagem espiritual da qual todos os cristãos devem estar vestidos, jamais estará completa sem a “longanimidade”. É como colocar um traje social para ir a um evento importante, ou mesmo uma roupa elegante para vir à Igreja e esquecer de colocar os sapatos. Você chega impecavelmente vestido, porém está descalço... Falta alguma coisa! Para alcançarmos a vida abundante prometida por Cristo, a longanimidade é uma coisa que não pode faltar.
Um cristão, ao vestir-se da maneira que agrada a Deus, buscará revestir-se das virtudes de Cristo, em quem a longanimidade encontra sua expressão máxima. Quando nos revestimos de santidade, a longanimidade se manifesta em nossa vida; o contrário também é verdade, pois quando estamos em pecado temos muita dificuldade em exercer a paciência. (Brincar) Toda a intolerância, impaciência, precipitação, agressão, seja ela física, seja ela mental (sim, sim, existe a agressão mental, quando você “só pensa”: ...desgraçado... pilantra... tomara que quebre uma perna... se quebrar as duas melhor ainda...) ou verbal, e todas as nossas explosões de raiva manifestam de maneira muito evidente nossa natureza adâmica do que a vida de Cristo em nós. Precisamos associar a santidade à paciência e a intolerância ao pecado. Basta pensarmos bem em nossa vida, basta pensarmos com sinceridade sobre a nossa vida: a grande maioria das vezes em que chutamos o balde, coisas muito ruins, emoções muito negativas, coisas muito feias, coisas que entristecem a Deus também apareceram... “Todo o homem seja tardio para falar e tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Ti. 1:20).
Mas, o que é longanimidade, esta peça indispensável de nossa indumentária? (Brincar) Pasmem os irmãos, mas o dicionário define longaminidade como “a qualidade do que é longânimo”. Ajudou bastante... Mas o português traz também outras definições de longanimidade. Vejamos: “firmeza de animo”, “corajoso”, “resignado” e ainda “bondoso”. No grego longanimidade é sinônimo de paciência, o substantivo “makrutumia”, que poderia ser traduzido literalmente como “espírito perseverante”.
Na Bíblia:
a) referente a Deus: não destrói o pecador, mesmo que ele mereça... a justa indignação de Deus é retida por causa de sua longanimidade. “É por isso que Deus não nos dá uma paulada na cabeça todas as vezes que pecamos”;
b) referente ao homem: suportar a adversidade (exemplo – Jó) suportar injustiças e agressões (Pai nosso).
AS VIRTUDES DOS BONS RELACIONAMENTOS
O vestuário do cristão ficou pronto. Todas as peças se harmonizam formando um conjunto maravilhoso: misericórdia, bondade, humildade, mansidão e longanimidade. Cada peça foi costurada cuidadosa e impecavelmente pelo supremo Alfaiate, o Espírito Santo de Deus, aquele que produz em nós as virtudes de Cristo. O caimento, obviamente, ficou perfeito, e o louvor a Deus é o resultado do desfile dos crentes com um belo testemunho na passarela da vida. “Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5:16).
Nosso figurino, nossa roupa espiritual, é o caráter de Cristo em nós, que cresce, que amadurece na medida em que levamos Deus a sério. A vida abundante prometida por Cristo não é para aqueles que levam sua espiritualidade na brincadeira. Os eleitos de Deus se revestem do novo homem em compromisso com a santidade, ao mesmo tempo que diariamente se despem do velho homem, negando diariamente o pecado. É isto que aprendemos no verso 12 e talvez este seja o coração do terceiro “V”, as virtudes cultivadas: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.” Quando alguém se veste assim, para Deus ele está sempre bem vestido, mesmo que aos olhos dos outros ele esteja maltrapilho; quando as virtudes de Cristo não estão sendo cultivadas em nossa vida, para Deus estamos muito mal vestidos, mesmo que tenhamos dinheiro para comprar roupas das melhores grifes... (Pausadamente) Como você está vestido? Agradando a Deus, com uma bela roupa interior, ou agradando aos homens, com roupas de beleza apenas exterior? Irmãos, por favor, se você deseja a vida abundante prometida por Cristo preste atenção: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.”
Chegamos agora aos versos 13 e 14: “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.” Ora, a verdade mais pura e simples destes versos é a seguinte: “quando nos revestimos de Cristo nossos relacionamentos são transformados”. Cada uma das virtudes de Cristo, ou então para continuarmos seguindo a metáfora paulina, cada uma das peças do vestuário do cristão, desemboca no tema relacionamentos. As virtudes cultivadas, que brotam na dimensão do espírito, do nosso homem interior, transbordam, jorram para a dimensão exterior, a crucial questão dos relacionamentos. Assim como, desde a nascente, o rio corre para o mar, assim também, uma pessoa que nasceu de novo e possui a vida em Cristo, o nosso primeiro “V”, corre em direção a bons relacionamentos com o próximo.
A fé cristã foi resumida por NSJC da seguinte maneira: ame a Deus e ame ao próximo. A máxima cristã é, ao mesmo tempo, simples e profunda: bom relacionamento com Deus é igual a bom relacionamento com o próximo; mal relacionamento com Deus é igual a mal relacionamento com o próximo. Não é possível fugir ou tão pouco relativizar está máxima. Nenhuma esposa pode dizer “meu relacionamento com Deus está ótimo, mas eu estou cheia de amarguras contra o meu marido”, ou mesmo nenhum pastor pode dizer “minha igreja vai bem, está bem administrada, com boa arrecadação e até bons projetos, mas estamos com muitas desavenças entres os irmãos...”. (Ênfase) Nunca entre nós será demais relembrar as palavras do Senhor: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” (Mt. 22:37-40).
Chegamos então em um ponto desta série de meditações onde algumas perguntas precisam ser respondidas: Por que Deus quer nos dar a vida abundante? Para praticarmos o amor! Por que devemos ter o caráter de Cristo? Para vivermos em amor! Por que existimos como Igreja? Para demonstrarmos ao mundo perdido, através de nossos relacionamentos, principalmente aqui dentro, que existe um povo que acredita e vive o verdadeiro amor! (Fazer os gestos com a mão, subindo e descendo) Nossa vida com Deus só faz sentido na nossa vida com o próximo. Todas as bênçãos que recebemos de Deus, nossa vida vertical, são para serem compartilhadas com nosso próximo, nossa vida horizontal.