Vida Abundante - Parte 36

Parte 36 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
O TERCEIRO “V” – AS PEÇAS DO VESTUÁRIO
O LOUVOR
É da importância deste princípio que podemos compreender porque o inimigo de nossas almas trabalha tanto para trazer confusão nesta área. Irmão, entenda uma coisa: quanto mais vital for um princípio para a espiritualidade do crente e da igreja, mais intensas serão as investidas do inimigo contra ela. Poucos assuntos tem gerado mais controvérsia na igreja contemporânea quanto o louvor. E eu creio, esta é a minha opinião e a minha experiência, que esta controvérsia, não vêm de Deus. E é simples explicar minha opinião: ignorância bíblica, intolerância ao próximo, e discórdias que dividem o corpo são as marcas das discussões nesta área.
Deus quer esta virtude na vida da Igreja, mas enquanto discutimos e brigamos, perdemos de vista o objetivo principal... E já que a exposição deste texto nos coloca diante deste assunto, precisamos parar, pensar e meditar para ver o que esta orientação de Paulo pode nos esclarecer no tocante ao tema adoração e louvor. Duas coisas preliminares: primeiro – não podemos reduzir o assunto louvor e adoração às questões de forma ou aparência; segundo: precisamos eliminar o conceito de que louvor é cantar, e especificamente, precisamos entender que louvor não é um momento da liturgia do culto, ou seja, louvar não é só cantar na igreja. (Ênfase) Preste atenção irmão: o que importa não é a forma, o que importa é o conteúdo; o que importa não é a aparência, o que importa é a essência; louvor não é uma questão de quantidade de hinos ou cânticos que entoamos durante a liturgia do culto, louvor é uma vida que soa como musica aos ouvidos de Deus; o que importa é sabermos que é a adoração na vida que dá sentido à adoração no culto (repetir).
A igreja de nossa geração discute de maneira tão barulhenta e infrutífera estes temas que sequer percebeu que perdemos o alvo: ensinar o povo de Deus a louvar e adorar de todo o seu coração e em todas as circunstâncias. No meio de tanta confusão e discórdia ficamos encapsulados nas questões de forma (qual o instrumento é mais santo: o violino ou o violão?); quantidade virou sinônimo de qualidade (qual igreja é mais avivada: a que canta mais o a que canta menos?). Como podemos corrigir isto? O texto sagrado nos dá algumas dicas:
a) o louvor deve ser rico da palavra – “Habite ricamente em vós a palavra de Cristo”. A única e infalível diretriz para o tema louvor na Igreja deve ser esta: o que usamos como expressão de adoração a Deus deve ter profundo embasamento bíblico. De acordo com as Escrituras o louvor tem alto valor e significado para Deus. O Salmo 22:3 diz que “Deus é santo e está entronizado entre os louvores”. Mas, certamente, Deus não habita entre qualquer tipo de louvor. Neste texto o apóstolo Paulo nos ensina sobre a conexão entre palavra e louvor. Se um louvor agrada a Deus é porque ele está em conformidade com a Palavra. Louvor e Palavra não podem ser dissociados. Infelizmente há muita coisa carnal e sem sentido feito como louvor e que, na verdade, não representa louvor a Deus. Algumas igrejas mais parecem uma “danceteria gospel” do que igreja; estes “vestidos e lençóis esvoaçantes” que nada ensinam e nada transmitem da Palavra mais parecem uma escola de balét de segunda categoria do que igreja. Estas coisas são muito mais antropocêntricas, feitas para o homem, do que teocentricas, feitas para Deus. O que usarmos como forma de adoração e louvor a Deus deve ter fundamento bíblico.
b) o louvor deve ser rico e criativo – “louvando a Deus com salmos, e hinos, e cânticos espirituais”. Tradicionalmente, nós, os reformados, os presbiterianos, entendemos estes três termos como sinônimos e indicativos da possibilidade de Deus usar seu povo para louvá-lo de várias maneiras. Paulo reúne estes termos, na verdade, para realçar a ampla gama de expressões musicais que o louvor e a adoração do povo de Deus podem assumir. A obra redentora de Cristo provoca em seu povo uma efusão de hinos de louvor, cânticos que professam nossa fé e adoração e confissão através dos salmos. Na verdade isto é abrir o coração (ler o Salmo 137).
c) o louvor deve ser rico de afeto – “com gratidão em vosso coração”. Do grego “eucaristia”, que seria melhor traduzido de “todo o coração”. Deus quer um louvor inteiro e não pela metade. Se enchemos o tanque do carro e pagamos pelo tanque cheio não aceitamos só metade. Deus quer tudo e muitas vezes nós só estamos dando uma parte...
Ora, quando dizemos que o fim principal do homem é glorificar a Deus, não devemos cair na armadilha de pensar que este é um conceito meramente abstrato, teológico ou filosófico, pelo contrário, glorificar a Deus tem uma dimensão essencialmente prática, que é ter o caráter de Cristo em nós, que é a manifestação das virtudes aqui listadas (amor, santidade, misericórdia, paciência e paz), germinando no nosso caráter. Daí a necessidade do louvor ser cultivado também como uma virtude.