Vida Frutífera - Parte 21

Pr. Alex R. Carneiro Textos Chaves: - Rm 12. 9 a 21 e 1 Co 13. 4 a 7

Lição 21 – Um caminho excelente: o poder do amor

“Não sou nem um cão” exclama Valjean, ex-presidiário da obra Os Miseráveis de Vítor Hugo, após ser rejeitado por todas as pensões e albergues da cidade, e ter sido expulso por um grande cão de um velho barraco, quando tenta refazer a vida depois de pagar sua pena.
Mas, apesar de toda rejeição, ainda achou abrigo na casa do Bispo Myriel.
O clérico lhe deu roupa, abrigo e comida. Valjean fica impressionado com a hospitalidade. Mas a noite o ex-presidiário rouba o sacerdote, enquanto este dorme, e foge.
A polícia por acaso o prende e reconhecendo a prataria furtada, leva-o a presença do Bispo. Ao ver o homem e ouvir a história da polícia o padre diz: “vocês o trouxeram de volta aqui, foi um engano, eu dei a ele”, e completa dizendo ao ex-preso, “amigo, antes de ir embora não esqueça os seus candelabros”.
Este ato de amor mudou a vida daquele homem, que se transformou num caridoso e abnegado dono de fábrica, que passou a ser feitor de boas obras e a gozar de tão boa reputação que foi eleito prefeito da cidade.
Pensemos mais um pouco sobre outra historia:
“És tu porventura um dos discípulos dele? Ele negou, e disse: não sou.
Um dos servos do Sumo Sacerdote...perguntou: não te vi eu no jardim com ele? De novo Pedro negou, e no mesmo instante cantou o galo”. (Jo18,25a27)...
Após a ressurreição de Jesus e depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais que estes outros? Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: apascenta os meus cordeiros. (Jo21,15a17). Passado um tempo, após a ascensão de Jesus e o Pentecostes, Pedro discursa no templo, prega perante o Sinédrio e sendo preso sofreu a seguinte pressão...
“Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem ensinassem em o nome de Jesus. Mas Pedro e João responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus;”(At 3.18a20).
Essas são histórias que ilustram o amor humano e o amor divino. E partir de ambos vemos que o amor é capaz de transformar pessoas e de gerar efeitos em várias circunstâncias de nossas vidas, de nossos conflitos.
Enfim que nossas atitudes de amor podem influenciar as pessoas.
Creio que isto ocorre porque muito mais do que uma emoção o amor é uma ação e, como ação, deve ser dirigida a Deus, a nós e aos outros. É o que nós quer mostra a bíblia ao dizer “amar ao próximo como a si mesmo”.
Assim o amor é um caminho excelente e tem poder porque pode ser dirigido ao relacionamento com nós mesmos, com Deus e com os outros.
Por isso devo saber que a existência de amor próprio “saudável” deve redundar no amor ao outro.
E daí seu poder para transformar a nós mesmos e de influenciar os outros.
A simples emoção pode gerar desânimo, amargura, desesperança, carência, ou paixão, fixação etc. Mas a emoção dirigida por ações biblicamente positivas, podem influenciar pessoas e mudar circunstâncias.
Foi o que vimos nas ilustrações acima. A atitude de amor do Bispo Myriel para ingrato e ladrão Valjean e a de Jesus para com Pedro foram difíceis de se tomar. Exigiram uma maturidade e bondade cristã, mas trouxeram resultados abençoadores.
A visão de que o amor se refere a cuidar de nós e oferecer saídas ou oportunidades a nós e aos outros, através de atitudes efetivas, pode mudar nossas condições e sentimentos diante dos sofrimentos.
Por exemplo, se ao perdermos alguém, por morte ou uma separação, entendermos que precisamos cuidar de nós e de outros que nós cercam; se nos conscientizarmos que a vida continua porque vivemos não apenas para aquele que perdemos, mas também para nós e para outros, estaremos nós amando e dirigindo nosso amor àqueles que também precisam de nós.
Para Chapman, crer no poder do amor e dizer “Escolho o cominho do amor porque seu potencial é muito maior que o caminho do ódio”.
Martin Luther King disse “decidi ficar com o amor. O ódio é um fardo grande demais para suportar”.
Mais, acima de tudo, o que não podemos perder de vista é o amor de Deus por nós. O poder do amor de Deus deve ser sempre nossa força e esperança.
Pedro, o apascentador de ovelhas diz : “lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade porque Ele tem cuidado de vós”1Pe5.7.
Foi Deus que nos amou incondicionalmente e está conosco, que nos auxilia nas nossas fraquezas (Rm 8.26), que nós concede o paráclito(consolador).

CONCLUSÃO
Deus nos ama, apesar de nossos erros, e que por isso nos oferece perdão e cuidado.
E ao olhar para a Bíblia vemos que amar é se oferecer, mas também se respeitar, pois amo o outro como a mim mesmo devo ter amor próprio).
É importante ressalvar que amar também é estabelecer limites. Deus nos ama, mas não permite que vivamos de qualquer forma. Assim o amor é um caminho excelente, mas que exige um padrão para ser desenvolvido. Posso e devo amar as pessoas mas isso não pode ser feito a qualquer custo ou de qualquer forma.
Mas quando amamos seguido as orientações da Palavra como em Romanos 12 e 1 Co 13, essas ações podem ter o efeito de transformar ou influenciar pessoas.
Precisamos crer que tudo que é feito com base no amor, ainda que não produza os resultados que esperamos ou podemos suportar, nos dá sempre a condição de ter feito o melhor possível e de ter obedecido ao nosso Deus.