Vida Abundante - Parte 39

Parte 39 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA VIDA EM FAMÍLIA (continuação)

Afirmamos que se a Palavra de Deus não for nosso norte, as coisas tem tudo para dar errado! E com base em nosso texto e o Salmo 127:1: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”; estamos refletindo em alguns princípios bíblicos essências para vida abundante em família.
O primeiro deles é que a família é uma criação de Deus, continuemos nossa reflexão com outros princípios:

2) O pecado contaminou a família – O pecado contaminou todas as relações humanas. A família é uma criação de Deus, mas o homem rejeitou o Deus Criador. Se, por um lado, pensar na família como criação de Deus traz para a família a mais alta dignidade, pensar em nossa pecaminosidade, por outro lado, traz para a família um toque de realidade, uma mancha...
Na antropologia bíblica, na forma de pensar a humanidade à luz da Palavra de Deus, o pecado sempre deve ser sempre levado em consideração. O homem e a mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus, a família foi criada por Deus, mas o pecado manchou esta imagem de Deus no homem e complicou todas as nossas relações.
(Ênfase) O pecado está em nós. E é urgente que paremos de pensar em pecado apenas como uma idéia, como algo de valor metafísico, ou apenas um valor abstrato do pensamento judaico-cristão. Não! Meus irmãos paremos de tratar o pecado como uma coisinha sem importância e sem implicações. O pecado é uma desgraça. O pecado é uma desgraça e desgraçou a história humanidade! Pense em duas pessoas que possuíam uma grande e valiosa amizade. Sim, era uma amizade verdadeira e cara para os dois. E então, por uma decisão errada de uma das partes, eles nunca mais se falaram e nunca mais puderam se encontrar. A amizade era bela e intensa, todas as tardes eles conversavam e entre eles havia uma perfeita harmonia e então, um dia, eles nunca mais se encontram... Isto é o que o pecado fez com o homem: rompeu nossa amizade com Deus. Pense na morte. Imagine a cena de um caixão. Lá está uma pessoa gelada, sem expressão facial, mas que é a pessoa que amamos. Tudo isto é muito estranho: é a pessoa que amamos, mas agora ela não “é” mais... Eu costumava a levar santa ceia em casa para o Dr Ameleto Marino junto com o Gustavo, meu filho, quando ele tinha seis, sete anos. O Dr Marino gostava muito dele e então, um dia, ele nos deu uma foto sua, ¾, e o Gustavo começou a guardar esta foto em sua carteira e chamá-lo de vovô. Pois bem, há mais ou menos dois anos o Dr Marino faleceu e eu trouxe o meu filho para o ofício fúnebre. Peguei-o no colo, cheguei perto do caixão e disse: “Gustavo, diz adeus filho”. Ele ficou parado, olhando e olhando... virou-se para mim e disse: “não é ele, é um boneco de cera...”. O pecado trouxe a morte espiritual e biológica, e todas as vezes quando tivermos dificuldade em dizer adeus no enterro de qualquer pessoa que amamos, lembremos que somos pó, fomos feitos de barro e para o barro todos nós voltaremos por causa do pecado. A nossa grande dificuldade em dizer adeus aos que partem, a dor de um pedaço de nós que é enterrado junto com o caixão, a tristeza da separação tem um nome: pecado. “A alma que pecar esta morrerá”; “O salário do pecado é a morte”. Mas, se uma grande amizade desfeita e a morte não servem para você entender a dimensão do pecado, então olhe para a cruz. Numa maldita cruz de madeira o Filho de Deus se fez maldição por nós. Ao olhar para o preço do pecado, a morte de Jesus, é que os cristãos sabem que o pecado é uma desgraça, e não uma simples idéia ou uma coisinha qualquer.
Mas, pastor, por que o senhor está falando sobre o pecado num sermão sobre família? Para você entender que o pecado contaminou a família. Isto significa que um casamento pode ser muito bom, mas ele também pode ser muito mau. Isto significa que a experiência da paternidade poder ser a mais profundamente transformadora dos significados que damos à vida, um filho pode mudar tudo, mas também pode ser a mais dolorosa angustia experimentada pela alma humana; quanta tristeza um filho pode causar?
O pecado não contaminou apenas nossa relação com Deus, atingiu também o homem e todas as suas relações. Todas as dimensões da existência humana, com todas as possibilidades e variáveis dentro dos relacionamentos familiares, foram prejudicadas pela nossa desobediência a Deus. Nós somos pecadores, visto que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm. 3:23). O pecado habita em nós. O pecado contaminou a família. Se é verdade que podemos definir pecado como aquilo que nos separa de Deus, pecado também é aquilo que nos separa dos outros, pecado é aquilo que me dificulta tremendamente em buscar a vontade de Deus para minha vida familiar.