Vida Abundante - Parte 40

Parte 40 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
OS REFLEXOS DO PECADO NA FAMÍLIA
Comentamos que pecado contaminou nossa relação com Deus e atingiu também o homem e todas as suas relações, em especial os relacionamentos familiares, foram prejudicadas pela nossa desobediência a Deus. Visto que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm. 3:23), o pecado habita em nós e pecado. E dissemos que se o pecados nos separa de Deus, ele também nós separa dos outros e, portanto me dificulta tremendamente a buscar a vontade de Deus para minha vida familiar. Por isso é importante refletirmos sobre alguns textos falam de como o pecado prejudicou nossas relações familiares:

• Entre os cônjuges (Gênesis 2:23/3:9-12). No primeiro texto temos a primeira declaração de amor da história da humanidade; aí acontece o pecado e, após o pecado, no segundo texto, a primeira troca de acusações numa briga de casal; (brincar) no primeiro texto a fala de Adão é a seguinte: “é osso dos meus ossos... tem tudo a ver comigo... é comigo... é nóis na fita...”; após o pecado, Adão já muda de conversa: “eu não tenho nada a ver com isso... foi ela... não é comigo... Senhor, me inclua fora desta...”. Irmãos, como é terrível quando um casal fica neste tiroteio: “foi você”, “não, foi você”, “eu não, foi você”, “eu não, jamais, foi você”. Isto não leva a lugar nenhum. É terrível quando um casal deixa qualquer diálogo descambar para a troca de acusações. Isto não leva a lugar nenhum. “Lembra, que você, em 17/2/1988 fez assim...”; “ah!, e você lembra quando...”. Sabe qual o nome disto? Pecado, que contaminou a vida do casal.
• Entre os irmãos (Gênesis 4:8). O primeiro homicídio da Bíblia foi cometido na família. (Brincar) Quando pais me procuram para falar sobre seus filhos e relatam que “as crianças estão brigando demais”, eu geralmente respondo: “bem, briga entre irmãos é uma coisa bastante antiga e em certa medida até normal; estas brigas acontecem desde Caim e Abel”, e eu, então, dou um largo sorriso... Mas, veja que interessante: eles não se sentem confortados com isto! Eu penso que isto vai aclamá-los e eles ficam mais assustados ainda... O contexto da primeira morte na Bíblia não foi um assalto, uma guerra, ou nem mesmo um acidente. Por mais que isto nos assuste, embora numa família os irmãos possam se amar de maneira muito intensa, a competição, o desejo de ser o melhor, a luta pelo amor e pela preferência dos pais, ou ainda, a lembrança de que o outro era “o preferido do papai” ou “a queridinha da mamãe”, tudo isto pode ser uma lembrança bastante dolorosa. Enquanto a vontade de Deus é “crescei e multiplicai-vos”, na competição entre dois irmãos acontece o primeiro assassinato. Ao invés da multiplicação, do crescimento, acontece a subtração, o decréscimo. O Dr Freud escreveu que “os irmãos são competidores, e é sabido que essa atitude pode perdurar muito tempo, até a maturidade, ou mesmo mais tarde, ou talvez nunca acabe...”. A mãe vai para a maternidade ter o bebê que o irmão tanto queria. Passa alguns dias fora e quando chega apresenta o irmãozinho e diz: “Muito bem, aqui está o novo bebê que você queria. O que você achou?”, pergunta a mãe entusiasmada. A criança tem um momento de hesitação, olha para o bebe, olha para a mãe e diz: “acho que mudei de idéia.” Fortes laços de lealdade e amizade podem existir entre irmãos, porém, em minha experiência pastoral, as pessoas que perdoamos com mais dificuldade são as pessoas de nossa família, e dentre as pessoas da família que perdoamos com mais dificuldade ainda, estão nossos irmãos. Já ouvi muitas histórias de irmãos que ficaram vinte, trinta anos sem se falar, e alguns que morreram se nunca se perdoarem. Sabe qual o nome disto? Pecado, que contaminou a vida familiar.
Não nos iludamos, não existem as famílias da propaganda de margarina (mulheres que acabaram de sair do salão de beleza? Crianças à mesa sem discutir? Marido lendo jornal sem nenhum estresse com horário?).

3) A Bíblia nos ensina sobre famílias abençoadas e não sobre famílias perfeitas – Por favor, irmão, entenda isto: não existem famílias perfeitas; existem famílias abençoadas. Depois do Éden todas as relações humanas foram contaminadas e, por causa disto, tudo ficou comprometido e a idéia de algo perfeito na existência humana, seja na vida pessoal, seja na igreja ou seja na família, tudo isto ficou adiado para o céu, portanto não existe perfeição na terra.
Podemos e devemos buscar a benção de Deus, mas nunca com a ilusão de que isto representa uma vida familiar sem lutas e sem conflitos. Expectativas irreais são sempre expectativas frustrantes. Quanto mais altas forem suas ilusões, mais altas serão suas decepções. Quanto mais alta for a fantasia, maior a dor do tombo de ter que encarar a realidade. E o contrário também é verdadeiro, por isso nossas expectativas devem ser bíblicas, e o que é que a Palavra de Deus nos ensina sobre famílias? Ela fala de famílias abençoadas mesmo nas suas imperfeições.
Irmãos, sapos não viram príncipes e gatas geralmente têm uma alma onça. Sapos não viram príncipes e não adianta você caprichar no beijo irmã, porque sapo é sempre sapo. “Oh pastor, mas ele é um sapinho tão jeitoso... eu vou cuidando dele aqui e um dia ele vai melhorar, mesmo que ele não vire príncipe, se ele se transformar num Conde, num Barão, quem sabe, para mim já está bom...”.
Quantas mulheres são completamente iludidas pela noção ingênua de que podem transformar seus maridos. Na Bíblia só existe uma pessoa que transforma pessoas e não se iluda minha irmã, esta pessoa não é você... Com a experiência da vida nós olhamos para alguns namoros e pensamos assim: “não vai dar certo”. Infelizmente, na maioria das vezes, acertamos. Sabe aquele namoro “nada a ver” como dizem os jovens? Então, “não tem nada a ver” (seja lá o que isto signifique), mas as pessoas insistem em se iludir, e especialmente, na minha experiência ministerial, as mais iludidas são as mulheres que dizem: “um dia ele vai melhorar...”, “quando casar eu dou um jeito nele...”, “é assim porque a gente está namorando, (cantar) mas daqui pra frente, tudo via ser diferente, você vai aprender a ser gente...” (irmãos, eu acho que já ouvi isso em algum lugar), mas sapo não vira príncipe... Imagine a cena: Reverendo George Alberto Canêlhas, aconselhamento pré conjugal, vários encontros e o garotão todo feliz, “oh pastor, esta aqui é minha gata...”, e é gata para cá, gata para lá... Acontece o casamento e alguns meses depois entra o garotão desesperado no gabinete pastoral, nem senta e vai logo desabafando: “pastor, minha gata virou onça...”. Irmãos vamos esquecer esta bicharada, esta Arca de Noé das figuras conjugais, é sapo, é gata, é minha pombinha e meu pombinho... Passa o tempo, começam os tapas, e aí é pena para tudo quanto é lado. Tem aqueles casais carinhosos, com tratamentos especiais: “e aí seu burro”, “tudo bem sua anta”. Por favor, vamos parar com esta Arca de Noé porque isto não vai dar certo!
Mas pastor, eu casei para ser feliz, certo? Errado. Se você casou para ser feliz você está errado. Um cristão não terceiriza sua felicidade porque sabe que felicidade é uma experiência pessoal e profunda da alma com Deus (repetir). Se alguém aqui casou para ser feliz, casou errado. Nós somos cristãos, e no cristianismo nós casamos para ser benção, e quando um é benção na vida do outro a felicidade surge como conseqüência, note bem, conseqüência de um processo, a felicidade vai surgindo como fruto de um árduo e longo amadurecimento, o qual, inclusive, inclui tristezas e decepções. (Pausadamente) Se você casou para ser feliz e for sincero com você mesmo, tenho a certeza que em algum momento você já percebeu, no meio de uma crise conjugal ou na luta com um filho adolescente que sua motivação estava errada. A felicidade, para um cristão, é algo muito maior, que inclui a salvação, a esperança, o céu, e por isso o peso da minha felicidade não pode ser jogado nas costas de ninguém, nem mesmo do nosso cônjuge. Não terceirize sua felicidade, não jogue sobre as costas de ninguém um peso que ela não possa suportar. Você se lembra dos seus votos conjugais? Permita-me lembrá-lo do formato cristão de um casamento (ler o Manual). Onde está aqui a promessa que o outro fez de te fazer feliz? Sabe como é que eu traduzo tudo isto? “Eu quero ser uma benção para você”. Deus nos ajude!