PECADORES NA MÃO DE UM DEUS DE AMOR - PARTE I –

PECADORES NA MÃO DE UM DEUS DE AMOR - PARTE I –
“Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo” Tiago 2.13.
Juízo e misericórdia estão diretamente relacionados com Deus. Juízo com a dispensação de justiça, como uma decisão de Deus de julgar com retidão. No Velho Testamento Juiz (shophet) se referia àquele que dispensava justiça punindo o malfeitor e vindicando (justificando) o justo. Misericórdia com relação a Deus é a dispensação do amor de Deus. É a efetivação do pacto, da aliança da graça de Deus.
A expressão misericórdia tem uso distinto no Velho e Novo Testamento. No VT tem origem em é “hesedh” - devoção e “hanan” e/ou “hen” traduzidos por graça, no sentido de devoção a uma aliança de benignidade, baseada em seu amor (graça) a despeito da indignidade humana. No NT vemos o uso de “charis”, no sentido de compaixão a alguém que sofre angustia e necessidade. Em minha visão juízo ou julgamento é Deus operando o que merecemos, isto é, lançando sobre nós, pecadores, a pena correspondente. Enquanto misericórdia é Deus dispensando sobre nós o que não merecemos, isto é, sua graça, seu favor imerecido diante de nosso pecado.
Jonathan Edwards, teólogo americano, em meados de 1740 proclamou o célebre sermão: “Pecadores na mão de um Deus irado”. Sua mensagem tinha como ênfase a condição pecadora do homem ante ao atributo de santidade e justiça de Deus. Contam historiadores que o impacto daquela mensagem foi tão grande que homens se agarravam aos pilares do templo ou se jogavam ao chão clamando por misericórdia.
No verso acima, a Carta de Tiago tenta demonstrar a força destes atributos de Deus aos crentes de Jerusalém, pois eles estavam sendo vítimas de suas boas vidas ou da situação confortável que se encontravam, o que os afastavam da ideia exata da excelência da obra redentora de Cristo e da profundidade da misericórdia e justiça de Deus. A consequência é que estes cristãos não estavam sendo capazes de refletir o fruto da redenção em suas vidas. Por isso a Bíblia é sempre contemporânea. Pois, creio que a época de Tiago, no período de Edwards e, também, atualmente, vivemos esta mesma realidade. Vivemos uma realidade de benefícios e benções sem querer arcar com o ônus da vida cristã ou, melhor, sem, muitas vezes, assumirmos a postura correspondente a graça que recebemos. Por isso o apóstolo Paulo escreve aos colossenses e declara “revesti-vos pois como eleitos de Deus” (Cl 3.12).
Vivemos uma realidade onde fala-se muito de poder, determinação e requisição de bênção e pouco de justiça e misericórdia, de pecado e graça. Isto, creio, porque nossos axiomas (valores) mudaram. E num país onde a “lei da vantagem” e a falta de “punição” é um sentimento comum cresce ainda mais entre nós esta postura ou sentimento. Muitas vezes não damos mais tanto atenção a ser justo e a sentir a miséria do coração das pessoas. É, portanto, importante e essencial tratarmos de justiça e graça porque, ainda, que nós cristãos, povo de Deus sejamos fiéis, amorosos e sinceros em nossos atos, podemos estar vivendo ou agindo sem conteúdo ou entendimento pleno da razão de nossa fé, de nossa vida cristã. Veja não estou falando do valor ou medida de nossa fé. Creio que nós, os crentes de Jerusalém, e os da época de Jonathan Edwards eram servos de fé. Contudo se entendermos a cerca de tão profundo elemento do amor de Deus com certeza teremos nossa fé e nossa vida cristã muita mais fortalecida e cheia de conteúdo. Isto é, entendendo o porquê de nossa santidade, evitando que nosso modo de viver se transforme em simples tradição, legalismo ou moralismo e seja, sim, uma resposta ao grande amor de Deus. Que nossa vida de santidade seja um resultado de nosso amor a Deus. Tudo isso porque creio que somos PECADORES NA MÃO DE UM DEUS DE AMOR, antes de um Deus irado (com todo respeito e entendendo o momento do sermão de Edwards). Para isso gostaria de propor as seguintes reflexões: por que Deus julga? Por que Deus opera misericórdia? Por que devo buscar a retidão (santidade)? Assim, continue conosco para pensarmos sobre este assunto.

Se desejar compartilhar conosco sobre o tema, o precisar de alguma ajuda ou aconselhamento, teremos prazer em atendê-lo e conversar pelo e-mail
Pr ALEX RIBEIRO CARNEIRO - pr.alexcarneiro@gmail.com
Deus o abençoe profundamente.

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