PERFEIÇÃO E HUMANIDADE

Perfeição e humanidade
Os textos de Romanos 12.3 e Efésios 4.32 e dois fatos interessantes me fizeram pensar no casamento cristão.
O primeiro se refere a multas de trânsito. Em 30 anos de carteira nunca tinha levado uma multa, nos últimos seis anos levei quatro, por estar 3 a 5 Km acima do limite máximo permitido e por rodar em São Paulo no dia errado de rodízio.
O segundo se refere a um texto que li, dizendo que nos anos 60, um professor divulgou uma lista mostrando o resultado do teste de QI dos estudantes de uma classe e, em outra sala, essa mesma lista teve a coluna do resultado do teste preenchida (equivocadamente) com o número dos armários dos estudantes. Quando as listas foram divulgadas no início do semestre, o professor pensou que o número dos armários era na verdade o resultado do teste.
Depois de um ano, verificou-se que na primeira classe os estudantes com o QI maior tinham se saído melhor do que aqueles com número menor. E na segunda classe, os estudantes com o número mais alto do armário - isto é, do falso QI; se saíram significativamente melhor do que os que tinham numero mais baixo.
Ambos me fizeram pensar sobre expectativas e atitudes.
Recebo minhas correspondências no trabalho, e ao receber a notificação e uma das multas alguém disse: é pastor também é multado. Talvez você já tenha ouvido algo similar, como: tá vendo depois diz que é crente.
Não posso e não quero contestar nossa necessidade de bom testemunho. Mas posso pelo menos ver como há uma forte ligação e um visão em ser cristão e ser perfeito. É inclusive o que muitas vezes esperamos de nós mesmos ou requeremos dos outros.
Em regra migramos com esta visão e expectativa para nossos relacionamentos,como o casamento,a família etc. Isto é tão forte que muitos não querem se achegar a Deus ou a igreja porque não se sentem em condições. Na verdade esta é uma barreira humana e não
de Cristo. Nos evangelhos vemos o Senhor aceitando, perdoando e lidando com as imperfeições humanas. E várias vezes vemos Cristo levando pessoas socialmente ou religiosamente despreparadas ao desenvolvimento. São exemplos disto, entre outros, Pedro, Nicodemos, Mateus, Maria Madalena, o Leproso, e eu é claro (será que você também ?).
Estes exemplos e os textos citados nos mostram que esta não é a visão e expectativa de Deus. Porque então muitas vezes é a nossa? Ruth Graham, esposa do evangelista Billy Graham, disse certa vez o seguinte: É meu trabalho amar a Billy. É trabalho de Deus faze-lo melhor. É assim que pensamos. Vejam que a Bíblia recomenda a tolerância conosco e com o outro nos textos lidos.
Mas pastor e o teste de QI, o que tem haver com isso. Tem haver com o fato de que a tolerância e o amor requer de nós um olhar ou uma imagem mais positiva sobre nós e sobre os outros. É fato somos imperfeitos, mas se acreditarmos que podemos melhorar e que
o outro pode ser melhor, ou se formos capazes de ver o valor que o outro possui muito mais que seus defeitos, creio que obteremos excelentes resultados.
- Conclusão:
Precisamos abandonar a perfeição e caminhar a passos largos em direção da humanidade.
Deus não ama a perfeição, Deus ama o homem. Imperfeito, cheios de erros e expectativas equivocadas, mas que pela graça pode ser uma bênção. Se o nosso Deus sendo perfeito faz assim, creio que também devemos fazer assim uns com os outros.
Pr Alex Ribeiro Carneiro