ADUBANDO E RESTAURANDO O JARDIM DO CASAMENTO - Parte IX

ADUBANDO O JARDIM: A SEXUALIDADE - Parte 9

ADUBANDO O JARDIM UM POUCO MAIS: A COMUNICAÇÃO

O sexo é físico, emocional e, também, espiritual, como propósito de uma relação de união plena e completa do homem e da mulher.
Para o sexo a comunicação é essencial. Se desejamos conservar e adubar o jardim do casamento esse ingrediente não pode faltar.
Sexo exige diálogo, pois como dissemos sexo não é só físico (toque) mas também é emoção (conexão). Sexo é desejado demais e complexo demais, por isso precisa ser acertado.
Conversem sobre as diferenças. Fale sobre o que está impedindo ou o que melhor pode levar vocês do toque a conexão. Do nível superficial físico ao nível emocional mais profundo. Digam o que cada um de vocês gosta. Nesta conversa é preciso respeitar os limites e necessidades de ambos. Isto é, discutir a relação não é um instrumento de manipulação ou aborrecimento, mas deve ser um meio de equilíbrio para uma relação sexual saudável, abençoadora ao casal.
Devemos lembrar que sexo é uma relação profundamente íntima que requer confiança, espontaneidade, entrega, cuidado e respeito.
Por isso esta relação não deve ter desculpas esfarrapadas, explicações bobas, sem qualquer justificativa. Toque e conexão requerem confiança. Logo, não cabe nesta relação nada que não seja sincero e justificável. Fingir dor de cabeça, ou pegar no sono. Assistir TV até tarde ou deitar na cama do filho etc, não é a forma certa e respeitável de lidar com a falta de vontade. Conversar e ser sincero é o modo cristão.
Diga se você se sente fadigado, com baixa auto-estima, dores, medo, desapontado etc.
O diálogo permite resolver expectativas falsas ou inadequadas, bem como permite que preenchamos as necessidades de cada um. Permite que cheguemos do toque a conexão.
Propiciando ao casal a decisão de buscar aconselhamento ou ajuda médica.
Não podemos ignorar o fato de que somos humanos e temos alterações psíquicas e ou hormonais, que podem influir em nossa libido e humor.
Por falar em diálogo e lembrando nossas diferenças, gostaria de reafirmar, se o dia “é hoje”, dê dicas, informe carinhosamente, paquere, faça qualquer coisa que agradem a vocês e informe que você deseja um momento especial.

Há casais que não se tocam a não ser no ato sexual. Que nem se beijam ou se preocupam com o outro durante o dia. Creio que será muito difícil alcançar o nível de intimidade emocional, prazer físico e benção espiritual na relação sexual sem essa comunicação não verbal entre o casal.

No quesito comunicação, precisamos lembrar que o ser humano tem potencial de comunicação. O que significa que ela não surge de modo pleno, mas deve ser aperfeiçoado. Por isso não nascemos falando e, portanto, precisamos desenvolvê-la e depois aperfeiçoá-la. Desse modo, no casamento, além da dependência do elemento confiança (vindo da intimidade do uma só carne), precisamos por em prática no cotidiano algumas ações voltadas à melhora da comunicação.
Primeiro, treine o ouvir (isso é difícil, mas essencial). Sem demonstrar interesse e dar tempo para o outro falar não haverá boa comunicação – uma boa dica é, olhe nos olhos e fique atento na história.
Segundo, na conversa diária é interessante começarmos por falar do trivial pouco a pouco – em vez de ser monossilábicos ou sucintos, responda com um pouco mais de detalhes as perguntas de como foi o dia etc. Não entre direto num problema ou procure logo a resposta para uma questão, além de poder levar ao conflito pode gerar decisões e ações precipitadas. Como declara provérbios “como maçãs de ouro em bandeja de prata é palavra certa dita a seu tempo”.
Terceiro, respeite o jeito de ser de seu cônjuge. Se ele é tímido ou analítico não tente forçar a barra, dê atenção a seus detalhes. Se for sanguíneo, aceite suas brincadeiras, sarcasmos, emoções ou toques e gestos ao falar. Se colérico, esteja preparado para seus rompantes e objetividade. Se fleumático, tenha paciência para ouvir detalhes ou calma para falar. Se fizer isso estará contribuindo para ser respeitado também. Não ponha palavras na boca de seu cônjuge, nem fique fantasiando suas possíveis respostas ou suponha seus sentimentos. Quando fazemos isso quase sempre erramos. Por isso Tiago diz (1.19) que estejamos prontos para ouvir e tardios para falar.