ADUBANDO E RESTAURANDO O JARDIM DO CASAMENTO - Parte X

ADUBANDO O JARDIM: A SEXUALIDADE - Parte 10

Comunicando com a Linguagem Afetiva

Falar em sexo é falar em afetividade. A afetividade que surge com nossa comunicação tanto verbal como não verbal. Nesse sentido a “comunicação afetiva” é o meio ou instrumento de criação e fortalecimento de vínculos. É o canal através do qual informamos nossa atenção e preocupação com outrem. É o meio pelo qual dizemos como desejamos ser amados e o quanto ou como amamos o outro. É o canal de afeição dos relacionamentos. O que, adequadamente usado, produz um grande benefício aos relacionamentos pela confiança e segurança desenvolvidas nos relacionamentos.
A comunicação afetiva está ligada à linguagem emocional. Está vinculada ao suprimento de nossas necessidades afetivas. Precisamos lembrar que comunicação envolve um emissor (quem transmite a mensagem), uma mensagem (o que se quer comunicar) e um receptor (aquele que recebe a mensagem), e que só haverá comunicação se o receptor entender a mensagem do transmissor. Do contrário podemos até transmitir uma mensagem, mas que por não ser entendida não produzirá comunicação. Daí a importância de identificar o tipo de linguagem do receptor para comunicarmos de modo mais eficiente, e mais claro possível.
Um de nossos problemas é que muitas vezes transmitimos uma mensagem que não é compreendida pelo outro e achamos que estamos comunicando. Por isso tantas vezes a expressão: “- mas não foi isso que eu quis dizer” ou “não entendo porque ele reagiu assim”.
Como temos várias necessidades emocionais e nossa natureza é complexa, obviamente, que variada é a linguagem afetiva. Assim, como no conhecimento de idiomas, precisamos saber falar o idioma (linguagem) afetivo do outro para nos comunicarmos com ele. E precisamos conhecer que linguagens existem para não só identificarmos a nossa como também às das pessoas que nos relacionamos.
Segundo Chapman, há cinco linguagens afetivas básicas (CHAPMAN, 2002, p.25): de palavras de afirmação; de ter tempo juntos; de receber presentes; de fazer coisas e de toque. Dizemos básicas porque há diversas formas de comunicarmos afetividade.
Podemos demonstrar nosso idioma afetivo de várias formas. Existem pessoas que têm a mesma linguagem, o mesmo idioma, mas transmitem com um pouco de diferença.
Há formas que são comuns. Podemos identificadas nessas formas básicas de linguagem afetiva por pessoas de mesmo idioma emocional - um nordestino entende outro sem dificuldades. Duas pessoas podem ter linguagem de fazer coisas, então está tudo bem, vão conseguir uma melhor interação. Contudo, em regra, num pequeno grupo ou até num casal encontraremos pessoas com linguagens distintas. Esta é nossa dificuldade.
A comunicação afetiva busca melhorar a relação dos que falam o mesmo idioma afetivo e visa permitir a comunicação adequada entre os que têm linguagens diferentes.
É importante ressalvar que a dificuldade de identificação está no fato de que todos nós temos um pouco de cada linguagem afetiva. Ocorre que há sempre uma ou duas que são principais e que utilizamos para nos comunicar. Com a atenção correta observaremos que há uma ou duas linguagens pessoais que preponderam.
Logo, quando falamos de cinco linguagens básicas estamos falando nas cinco linguagens que mais encontramos nas pessoas. Elas apontam para a forma pela qual estas pessoas manifestam e interpretam afetividade, e podem se manifestar com certas nuances, mas são de mesma linha. Temos que considerar que para cada indivíduo, em regra, teremos uma ou no máximo duas formas de linguagem afetiva.
A grande questão é que, para nos relacionarmos estabelecendo vínculos afetivos fortes e benéficos, temos que ser poliglotas na linguagem afetiva. Identificando e entendendo a própria linguagem e a dos outros, que em regra são diferentes.
Seguindo a proposta de Chapman, denominamos de modo sintético essas cinco principais linguagens afetivas em:
- linguagem de Incentivo (palavras de afirmação);
- linguagem do Compartilhar (participar e ter tempo juntos);
- linguagem Simbólica (dar presentes, bilhetes, etc.);
- linguagem de Serviço (fazer coisas para);
- linguagem Sensitiva (precisam de toque; carinho, etc.).
Para fortalecer nossos vínculos relacionais precisamos ser capazes de incentivar, compartilhar tempo e atividades, demonstrar nossa lembrança e carinho, fazer coisas e servir as pessoas, nos aproximarmos quer com apertos de mão quer com abraços. Enfim, precisamos ser afetivos, pois todos necessitamos de algum tipo de afeto.