A Trindade Caminho de Espiritualidade - Parte 3

A Trindade Caminho de Espiritualidade
Pr Alex R. Carneiro Texto Central Ef 4.4-6 – no VT Is 48.16; no NT 1Co 12.4-6

Parte 3

2- O DESAFIO DAS RELAÇÕES
Como diz Ricardo Barbosa “As relações que encontramos entre as três pessoas da Santíssima Trindade devem determinar o sentido das nossas relações, e não o contrário” p57.
A compreensão da Trindade se dá através da revelação de Deus criador, redentor e santificador. Daí podermos perceber que na sua essência trinitária Deus é comunhão, amor e santidade.
Comunhão pela unidade e diversidade da relação; Amor pela ação criadora e salvadora; e santidade pela sua natureza e ação. Por isso é uma Trindade una, que ama e reflete pureza em sua relação consigo mesma e com sua criação. “Buscar compreender a Trindade a partir do que ela é na relação que nutre entre si, constitui a grande tarefa da igreja para redescobrir sua própria natureza... pois nosso ingresso na Igreja de Jesus Cristo dá-se em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ser salvo por Cristo e torna-se membro da sua igreja é penetrar no mistério da Trindade e ser envolvido por um Deus que é comunhão”. R. Barbosa p.59.

A grande importância de tudo isso está no fato de que nossa natureza segue esta essência, não como seres divinos, mas como criaturas feitas para refletir a Trindade em sua natureza e relação, eis o porquê de Deus nos fazer “a sua semelhança”, a “imago Dei” soprada em nós é a da Trindade, una na diversidade, santa e amorosa em sua atividade.
Deus é um Deus Trino e portanto em sua essência relacional, não privatista ou fragmentário. A Trindade determina, portanto, a razão de ser e o padrão de viver do cristão e da igreja. Isto é, relacional, que busca viver em amor e santidade em prol da unidade.
A natureza relacional nos aponta a necessidade do outro e o respeito a sua individualidade – suas diferenças. A vida amorosa reflete o modo de se iniciar e manter esta relação. Daí sermos tanto mais cristãos quanto humanos quando amamos, pois isto é de nossa natureza, criada a partir da essência da Trindade. Deus é amor é nascidos a semelhança de Deus devemos emanar amor. E isto nos aponta para a suma da Lei de Deus: amar a Deus e o próximo como a si mesmo. “Amaras, pois, o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda alma, e com todo o entendimento, e ao próximo como a ti mesmo”. Isto é, viver nossa relação com Deus em amor; vivermos nossa vida e relação individual amando o nosso ser (tendo auto-estima); e transmitindo o amor de Deus e nossa auto-estima, carinho, e bênçãos ao próximo. Amor é um verbo que só tem sentido numa relação. “Segundo a doutrina da Trindade, o homem só se descobre como pessoa na relação de amor e amizade que nutre com Deus e o próximo” R.Barbosa p.64.

A conclusão que chegamos é que a comunhão, de amor e santidade é a essência da Trindade e portanto a razão de ser da humanidade, em particular do Cristão, que só é cristão pela Trindade. Logo, a compreensão da Trindade questiona o individualismo e repele o privatismo fragmentário pós-moderno, mas impulsiona à comunhão, ao amor e ao respeito ao outro.

1ª RESPOSTA - Estes aspectos nos permite propor como resposta a primeira pergunta de qual lugar ocupa a Trindade em nossa vida Cristã e nossas relações humanas? CENTRAL E FUNDAMENTAL. Deve ocupar o lugar principal e deve ser a base para nossa vida e relações.

Por isso o convite e ordem de Deus ao discipulado de Cristo, a vida cristã é um convite ao relacionamento, isto é, a comunhão com Deus, com meu cônjuge, meu filho, meu irmão e meu próximo.
- Assim, a trindade deve ter lugar central porque nossa vocação é essencialmente relacional, de amor e santidade. Pois se não amarmos ao próximo não amamos a Deus, isto é, se não amarmos e viermos produzindo ações boas(santas) em nossas relações não estaremos cumprindo o propósito de nossa vida Cristã (Gl 5.13,14 e 1Pe 2.9), e tão pouco assumindo o nosso perfil de semelhança com nosso Deus-trino. Eis, portanto nosso modo de viver a partir da Trindade e nosso instrumento de impactação na sociedade como Cristão e como Igreja Cristã: a centralidade da Trindade.
Desta forma poderemos ter uma vida e adoração trinitária, onde no culto congregacional e individual adoramos o Pai, pelo Filho no poder do Espírito, porque entendemos que vivemos por Eles e queremos viver conforme Eles. Entendendo e praticando, então, a unidade e diversidade relacional amorosa e santa da Trindade que deve ser adorada no culto e em nosso viver.