ADUBANDO E RESTAURANDO O JARDIM DO CASAMENTO - Parte XI

ADUBANDO O JARDIM: A SEXUALIDADE - Parte 11
Adubando com as diferenças

Outro ponto importante ligado ao toque e conexão está ligado as diferenças entre homem e mulher.
Para melhor aproveitamento do que tratamos precisamos também considerar, ainda que de modo breve, as diferenças de comunicação entre homem e mulher, uma vez que a visão afetiva, a perspectiva comportamental e os temperamentos podem sofrer influência de modo diferente para homens e mulheres.

É interessante, portanto, termos uma visão das diferenças entre homem e mulher, mesmo não sendo o foco de nosso estudo. Para tanto elaboramos um quadro resumo com as principais diferenças que influem na comunicação e relacionamento entre homem e mulher e que de alguma forma refletem o modo de ver e pensar da maioria deles. Lembrem-se que estamos tratando de aspectos da natureza humana que podem ter regras, mas não são exatas, haja vista a singularidade de cada pessoa. Não obstante, servem bem a nossas reflexões e busca de oportunidades de melhoria de nossos relacionamentos. Passemos a nosso quadro.
Quadro Sinótico das diferenças de comunicação entre homem e mulher.

MULHER - Usam de 6000 a 8000 palavras por dia para se comunicarem
HOMEM - Usam de 3000 a 5000 palavras por dia para se comunicarem

MULHER - Costumam elaborar suas decisões falando
HOMEM - Costumam elaborar suas decisões pensando

MULHER - Tem foco maior nas emoções
HOMEM - Tem foco maior nos resultados ou objetivos

MULHER - Tem uso acentuado de gestos e expressões faciais na comunicação, com alta exposição dos sentimentos
HOMEM - Tem pouco uso de gestos e expressões faciais, e baixa exposição dos sentimentos

Entendemos que as diferenças entre homem e mulher são benéficas, apesar de difíceis de tratar. Primeiro porque Deus nos fez diferentes, e se Deus fez é bom. Segundo, sendo feitos a semelhança de Deus-trino, de Deus uno em sua substância e diverso em suas funções e atividades, somos capacitados para os relacionamentos. Terceiro, porque creio que Deus nos fez desta forma porque as diferenças contribuem para nos desenvolver mutuamente. Por isso, quando aceitas e adequadamente utilizadas, são uma ferramenta de crescimento pessoal e conjugal – só isso já seria um forte fator para demonstrar a instrumentalidade da comunicação relacional, pois ela busca justamente adequar essas diferenças ao nosso convívio e crescimento.
Vejamos alguns exemplos conjugais, já que estamos falando de diferença entre homem e mulher (não esqueça que podemos estender esses aspectos aos relacionamentos diários com o sexo oposto). Por exemplo, se uma esposa deve apresentar um problema familiar objetivamente ao marido, por causa do modo de ver as coisas deste, uma chefe de equipe deve fazer o mesmo ao tratar com sue diretor na empresa ou pastor na igreja (sendo o contrário válido para os homens).
Portanto, quantas vezes a diferença de nosso cônjuge nos fizeram melhor, mudaram nosso modo de ver a vida e os relacionamentos. Podemos até não dar o braço a torcer, mas sabemos que aconteceu.
Que bom que nossas esposas, em geral, são mais flexíveis e emocionais e, portanto, tratam ou resolvem melhor problemas com nossos filhos, pais ou irmãos. Quantas vezes nossas mulheres intermediaram acordos ou conversas relacionais. E que bom que, em regra, nos maridos somos mais racionais que emocionais.
Por isso somos mais abertos a planejamentos ou desafios, a abrir mão de pontos emocionais. Quantas vezes se continuássemos no mesmo lugar, ou se não ousássemos não teríamos melhorado nossa condição material e pessoal.
Sexualidade, comunicação, diferenças entre outros aspectos são questões complexas que tratamos como adubos porque são essenciais para o cuidado, crescimento e beleza do jardim do casamento.
Infelizmente a maioria de nós faz uso de adubo. Na verdade a maioria de nós não sabe como cuidar de plantas ou de um jardim. Como regar, como podar e adubar em geral nem passa por nossa cabeça porque desconhecemos esses cuidados e por vezes acreditamos que somente molhar é suficiente. Ou até mesmo que a natureza fará seu papel.
O casamento é uma benção, mas não vai se desenvolver como uma cooperação enriquecedora, como dissemos, se não tratarmos um ao outro adequadamente. Se não suprirmos nossas necessidades emocionais, espirituais e fisiológicas.
E vemos em nossa experiência que muitos estão com seus jardins secos ou sem beleza não propositadamente, mas porque as coisas da vida nos envolve e deixamos os cuidados em segundo ou terceiro plano e descobrimos muitas tarde que devíamos ter um dedicação continua ao longo do tempo para podermos vermos um belo jardim em nosso quintal.
Diante dessa realidade, “adubar” talvez não seja mais suficiente. Muitas vezes chegamos em tal ponto que é preciso restaurar esse jardim. Precisamos podar um pouco mais profundo. Limpar e regar plantas secas e tirar ervas daninha de nossa grama.