UMA IGREJA EM EVOLUÇÃO – Parte II

UMA IGREJA EM EVOLUÇÃO – Parte II

Todos esses pontos são alcançados quando temos consciência de nossa condição e limitações, sabendo claramente que Deus é o Senhor da Igreja. O que em atitudes podemos traduzir por HUMILDADE. – dependência.
1 – Devemos ser humildades, primeiro porque todo poder de transformação vem de Deus. O “dynamos” de Atos 1.8 é do alto.
A transformação dos homens vem de Deus. Todos somos novas criaturas em Cristo. Eis portanto o primeiro motivo de caminhar em humildade em, a dependência - Deus é o operador de todas as coisas. Entretanto isto não exclui nossa ação. - Paulo planta, Apolo rega, a igreja trabalha, mas é Deus quem dá o crescimento.
Deus age através de nós... haverá benções para o “povo que formei”...”para celebrar o meu louvor”. Isto é, a ação de Deus requer uma ação humana. Somos revestidos de poder para sermos testemunhas.
Portanto o primeiro passo para nosso desenvolvimento como pessoas e como igreja e andarmos em humilde. Na dependência de Cristo.
Aprendendo o princípio de dependência da videira, pois “Eu sou a videira, vos os ramos, quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer” Jo 15.5
2 – Devemos viver em humildade, também, porque precisamos trabalhar o equilíbrio e não ceder ao IDEALISMO ou ao PESSIMISMO. Dizemos isso porque ao tratarmos de evolução, transformação e desenvolvimento podemos ter três posturas. A do Idealismo, a do pessimismo e a do equilíbrio.
Sem a consciência de nossa condição humana e da ação poderosa de Deus, podemos acabar perdendo o equilíbrio, pois ou tendemos a não acreditar na mudança ou tendemos a crer que a mudança pode ser algo mágico, que resolverá todas as coisas.

Quanto ao IDEALISMO, Dietrich Bonhonffer disse o seguinte: “quem ama seu ideal de igreja mais do que as pessoas que a compõem esta igreja, a destrói” . Destrói a igreja, porque as pessoas são a razão de ser de uma igreja e se, por qualquer razão, nós colocamos a instituição a frente das pessoas estamos fora de seu fundamento e propósito.
O idealista exige que seu sonho seja realizado. Ele nos conduz a focar expectativas e sonhos institucionais ou próprios, quando o que se deve realizar é o propósito de Deus – “nisto saberão que sois meus discípulos quando vos amardes uns aos outros...”.
Se contemplarmos apenas o ideal futuro, não seremos capazes de ver o real presente. Só com humildade não perderemos a visão do presente, não perderemos o contato com o que é realmente importante, o propósito de Deus - amar o homem.

Quanto ao PESSIMISMO, temos que ter atenção. É necessário humildade e compreensão para ultrapassarmos as expressões:
- Não vai dar certo!.
- Já tentamos isto antes!
- Tudo isto é perda de tempo!
É necessário paciência para compreender que encontraremos pessoas que entendem que têm hábitos e experiências e que não precisam de mais nada para melhorar suas vidas. Ou que temem passar por dificuldades anteriores.
Desenvolvimento envolve mudanças e desafios. E mudar e aceitar desafios é extremamente difícil.
Após a morte de Cristo os apóstolos estavam cabisbaixos (Jo 20.19), mas em Cristo venceram seus medos e seguiram adiante na obra (At 1. 15 a 17, 20, 23). Acredito que pelo menos duas causas de uma postura pessimista devem ser vencidas – o medo e a acomodação.
Os apóstolos estavam numa zona de conforto em Jerusalém, e ainda não tinham cumprido a ordem de Jesus de Samaria, por isso Deus permitiu a perseguição e dispersão dos discípulos – como Filipe. E no caso dos confins, levantou Paulo.
Qual o problema do idealismo (excessivo) e do pessimismo (não da prudência)?
O idealista tem uma expectativa muito alta da vida, e o pessimista tem uma expectativa muito baixa.
Por isso precisamos de equilíbrio. Nada pode se desenvolver a todo custo e nada se desenvolve sem nenhum custo. Não se pode crescer a qualquer preço e não se pode desenvolver sem nenhum investimento.

Precisamos de humildade para conhecer nossos limites e dificuldades, e nos esforçarmos para, através da graça de Deus, chegarmos ao equilíbrio da disposição e empenho dentro da essência da igreja.
Mas certo é que precisamos caminhar, pois ser crente é ter uma vocação ao crescimento ao desenvolvimento.
Ser igreja é ter uma vocação, isto é o chamado para crescer e se contextualizar para glória de Deus, abençoando pessoas (veja o que diz Tito 3.4a15). Por isso precisamos também ter coragem, ousadia, para em Cristo, sermos instrumentos da graça.
Mas isso ‘e uma reflexão para nosso próximo encontro.
Até lá confiemos em Deus e exercitemos nossa humildade.
Deus o abençoe, Pr Alex Carneiro.