Vida Abundante - Parte 8

Parte 8 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
- Vícios que Asfixiam a Alma
Estamos trabalhando com uma definição para a palavra vício: “vício é um compromisso com o erro”; um vício é, de certa forma, uma aliança que fazemos com o pecado, uma coisa que eu sei que não deveria fazer, mas ainda assim, faço... Com isto respondemos a primeira pergunta importante para a compreensão deste parágrafo (v. 5-11). O que é um vício? “Vício é um compromisso com o erro”.
Hoje, vamos tentar responder a uma outra pergunta igualmente importante àqueles que desejam a vida abundante: quais e como os vícios asfixiam a espiritualidade? Uso a palavra asfixia de maneira proposital e faço questão de chamar sua atenção para isto. Se você tem a vida em Cristo automaticamente estão colocadas em você, à sua disposição, fazem parte dos seus recursos todas as condições para desfrutar uma vida abundante, uma vida com significado, uma vida onde somos sujeitos e não objetos, desde que, em virtude de pequenas alianças com o erro, você não asfixie a sua espiritualidade.
Vida abundante e vida em Cristo são coisas sinônimas. Quando NSJC diz “eu vim para que vocês tenham vida e a tenham em abundância”, Ele é a vida em abundância. Observe a forma enfática como Paulo louva a Deus: “Bendito o Deus e Pai de NSJC, que nos tem abençoado com toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef. 1:3), ou seja, em Cristo Deus nos deu tudo. Ainda assim, muitos cristãos vivem como se não tivessem nada. E dentre estes muitos ainda há aqueles que com uma falsa piedade perguntam: “puxa, porque será que Deus não me abençoa?”, ou ainda, lá no fundo do coração, bem escondidinho, pensam: “será que não falta Deus me dar alguma coisa... será que não ficou faltando Ele me dar mais nada”? A Palavra de Deus responde: “Bendito o Deus e Pai de NSJC, que nos tem abençoado com toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef. 1:3), a Palavra de Deus responde: “Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas” (Rm. 8:32). Portanto, a grande questão não é o que falta Deus fazer “cara pálida”, mas o que falta você fazer para viver de verdade a vida abundante: abandonar os vícios.
À luz do texto bíblico que estamos tratando, podemos classificar os vícios em três categorias: vícios da carne, vícios do caráter e vícios sociais.

VÍCIOS DA CARNE
Os vícios da carne são aqueles com os quais Paulo inicia sua lista: prostituição, impureza, paixão lasciva e desejo maligno. Todos estes pecados indicam um desvio da conduta sexual planejada por Deus. Se um vício é sempre um desequilíbrio no uso que eu faço das coisas, os vícios da carne são os desequilíbrios da conduta sexual. É importante deixar claro que Deus criou o ser humano e a sexualidade não é uma invenção do diabo, pelo contrário, a sexualidade é uma benção concedida por Deus para dentro da vida conjugal, e com esta complementariedade física Deus desejava a felicidade do homem e da mulher. O Deus criador, fez Adão e Eva, homem e mulher, e ordenou que os dois se tornassem “uma só carne” (Gen. 2:24) O sábio Salomão, inspirado pelo Espírito Santo, ao ensinar o seu filho sobre as virtudes da vida recomenda: “Seja bendito o teu manancial e alegra-te com a mulher da tua mocidade” (Pv. 5: 18).
Cada um destes vícios da lista de Paulo indica um tipo de desvio do plano original de Deus. O primeiro desvio é a prostituição, é o comércio da atividade sexual, ou seja, é a intimidade entre um homem e uma mulher que foi corrompida e transformada em comércio. Porém, é importante observar, a palavra grega aqui usada por Paulo é “porneia”, palavra que, em seu sentido bíblico, incluiu todas as práticas sexuais ilícitas: o sexo como fonte de lucro, a prostituição propriamente dita, o sexo extra-conjugal, seja o adultério, no caso das pessoas casadas, ou a fornicação, o sexo antes do compromisso conjugal no caso de pessoas solteiras. Na prostituição o outro é coisificado, o outro é transformado em coisa, tratado com objeto de um prazer desfrutado egoisticamente.
O segundo desvio é a impureza. Enquanto a prostituição fala de “práticas ilícitas”, ou seja, atos, ações e atividades sexualmente corrompidas, a palavra “impureza” trata dos “pecados da mente”. E aqui o cristianismo traz para o conceito de pecado um elemento completamente inédito na história de todas as religiões, visto que, antes, os judeus, ao pensarem em um vício da carne, entendiam que o pecado seria apenas o ato consumado, interpretando que o mandamento “não adulterarás” se aplicava apenas quando um homem efetivamente deitava-se com uma mulher ou vice-versa. No cristianismo o conceito de pecado ou vício vai muito além disto. Prostituição, pornéia, e impureza, acartasia são palavras sinônimas, ou seja, a simples intenção impura já é, aos olhos de Deus, considerada igual ao pecado de adultério.
Veja o ensino de NSJC a este respeito: “Porque do coração procedem os maus pensamentos... adultérios e prostituição” (Mt. 15:19). E ainda: “Eu porém vos digo, qualquer o olhar com intenção impura, no coração já adulterou” (Mt. 5:28). Nossos vícios não estão só no que fazemos, mas também e principalmente naquilo que pensamos. É por causa disto que Jesus pode desafiar a multidão e principalmente os religiosos de sua época: “quem na tiver pecado que atire a primeira pedra”.
Aplicação: talvez você nunca tenha ido a um prostíbulo, mas é possível que você tenha um prostíbulo no coração; talvez você nunca tenha traído sua esposa e talvez jamais o faça, mas é possível que em suas fantasias você faça isto constantemente.
Portanto, este segundo vício inclui: a) todo e qualquer cultivo mental de uma coisa não aprovada por Deus; b) a alimentação de todos os pensamentos ou fantasias impróprias; c) e também toda e qualquer prática de “olhares” ou “conversas” que possam dar margem a uma interpretação errada por parte do outro. Aqui eu faço questão de chamar sua atenção de modo bastante enfático: cuidado com o seu jeito de olhar e cuidado com o seu jeito de falar. (Brincar-imitar) O sujeito está lá na empresa e recebe um telefonema e conversa mais ou menos assim: “e ai meu amor, passou bem seu fim de semana... que saudade de você menina... ligou para confirmar seu pedidinho...”.
Defraudar a namorada é pecado... Disferir olhares sedutores, o famoso flerte entendido como inofensivo, faz mal para a alma; conversas com duplo sentido é uma porta aberta para a impureza; o contato casual ou o uso habitual de qualquer tipo de material pornográfico: DVD, novela, cinema, televisão, revistas, Internet, livros, etc, são uma desgraça para a alma.