Parte 2
Tratamos de nossa visão contemplativa a partir da reflexão sobre o caso de não havendo retribuição qual será a base de nossa adoração e fé? Se sofremos lutas e problemas estamos sendo castigados?
Aproveitamos como referência para tratar da chamada teologia retributiva (ou de retribuição) alguns trechos de Jó ( 3.6,7; 8.3,4; 10.14; e 34.5). E vimos:
Primeiro vejamos um problema: QUANDO A RETRIBUIÇÃO FALHA. Neste caso a nossa fé se transforma de confiança (em certos casos orgulho ou vaidade) em conflito com Deus e até com as pessoas (16.6 a22; 23.1), pois como nós, filhos justos e dedicados, podemos estar sendo castigados? Ou como poderíamos sofrer dificuldades se estamos fazendo tudo certo?
Depois olhamos o CONFLITO a desilusão e a fé. Entre o medo, a dor e o nosso amor a Deus. Que lutamos com nos mesmos (Jó19 e 19.23 a27) para nos manter firmes, para não darmos ouvidos aqueles que sequer sabem de nosso problema, mas que nos julgam pelas circunstâncias. Para crermos que somos fiéis e que os problemas fazem parte da vida.
Diante desses aspectos cremos
que precisamos é de TRANSFORMAÇÃO ou FORÇA PESSOAL - Transformação para deixarmos o status de filhos e assumirmos a nossa condição de servos. Para nesta ação encontrarmos a verdadeira força propulsora da nossa fé – amar e adorar a Deus pelo que Ele é não pelos benefícios que nos concede. Quando deixamos de ver a Deus apenas como um Pai que deve cuidar e criar seus filhos e o olhamos para Ele como Deus soberano de graça e poder. Precisamos ver a Deus não apenas com nossa capacidade cognitiva (olhos do saber 36.6), mas principalmente pela nossa ação contemplativa (olhos do servo adorador 19.25 e 42.1ss). É isso que nos capacitará a ver além da religiosidade e da razão, porque passaremos a reconhecer e conhecer sua soberania e graça, seu amor e poder. Assim, no lugar de requisitar e reclamar como filhos, passaremos a nos humilhar e prostrar como servos. Por quê? Porque nessa condição reconheceremos nossa ignorância e limitação, quanto aos mistérios da vida e de Deus (42.3) e saberemos que Deus está no comando. Passando a ter real visão de Deus – que tudo pode e que nenhum de Seus planos pode ser desfeito (42.5). Consciência contemplativa que nos levará ao arrependimento, adoração e busca de santidade 42.6. Nos colocando na posição não só de filhos mas também de servos.
Qual tem sido a motivação de nossa vida. Vivemos esperando a retribuição de filhos justos ou em dedicação de servos adoradores? Temos um relacionamento motivado pela essência e graça de Deus ou pelas bênçãos que queremos receber?
O momento em que adoramos a Deus por mais um ano de vida como igreja é uma boa ocasião para pensarmos nisso não apenas como Igreja mas também como filhos-servos, a fim de vivermos a benção de sermos filhos, mas na disposição de servos do Deus todo poderoso que nos ama e dirige as nossas vidas (Jó pode provar isso Cap. 42).
Se desejar falar conosco ou compartilhar sua dor estamos à disposição, se desejar, mande-nos um email: pr.alexcarneiro@gmail.com
Pr. Alex R. Carneiro