MATERNIDADE UM REFERENCIAL
INTRODUÇÃO
Pr Alex Ribeiro Carneiro Lc 1. 26 a 38
Ser mãe é padecer no paraíso! Depois que filho pari nunca mais barriga enchi!
São tantos os ditos populares que nos apontam para a beleza e o sacrifício de ser mãe.
Ela padece no paraíso porque a maternidade é uma benção mas exige muito da mulher. Ela não enche sua barriga porque sua prioridade são os filhos. Filhos que mudam seu corpo, seus sentimentos e sua vida, mas ainda assim fazem da maternidade algo maravilhosamente indescritível. Não se explica, mas se expressa pela intensidade de seu amor. Daí a força emocional da expressão: mãe a gente só tem uma!
Por isso a maternidade é uma condição singular, não há nada igual.
Tanto amor, dedicação e abstinência nos leva a pensar no referencial que a maternidade pode ser para todos nós. De fato só o sexo feminino, com toda as intensidade e complexidade emocional, poderia lidar com a maternidade. Contudo, creio que a expressão dessa maternidade é um aprendizado para todos.
Hoje realmente é um dia especial, não só por pararmos para louvar a Deus por nossas mães mas também para refletirmos sobre como a maternidade é um instrumento de bênçãos. Ela é um modelo a ser seguido. Por isso podemos dizer que A MATERNIDADE É UMA REFERÊNCIA para nós.
Falamos de referência porque não podemos nos igualar a condição de mãe sem o sê-lo. Só quem é mãe pode saber e sentir toda a intensidade dessa vocação. Mas é por ser a maternidade tão intensa e respeitada que torna-se imprescindível que ela seja um modelo para todos, de modo a ser um padrão de vida para nós. Nem todos podemos ser mãe, mas todos podemos assumir o caráter exuberante da maternidade.
ESBOÇO
De modo preliminar podemos com certeza dizer que o maior referencial da maternidade é o AMOR. Sobre isso não temos dúvidas. O que desejamos é refletir sobre alguns aspectos que são características marcantes desse amor. Por isso desejamos dizer que “A MATERNIDADE BÍBLICA É UM REFERENCIAL... ”
1. ... DE HONRA Lc. 1.26 a 28
Não há a dúvida que Maria era uma grande mulher. O anjo ao saudar Maria usa a expressão “favorecida” que também pode ser entendida como “honrada ou distinguida” por Deus. Na verdade esta distinção é uma condição comum em nossa sociedade. A gravidez dá a mulher uma condição de respeito e cuidado, não só pela vida que carrega, mas também porque isso vai operar nela uma nova vida. Bem como por toda força e influência que pode ter sobre esta vida.
É interessante pensar se esta condição de honra é uma fator que nos faz distinguidos por Deus. Numa realidade onde prepondera o tirar vantagem de tudo, onde o respeito está em baixa a pergunta que devemos fazer como mãe e como cristão é: temos sido um referencial de honra? O respeito é uma característica e uma atitude que fazem parte de nossa vida?
Maria foi escolhida por Deus por sua honra, será que nós também não deveríamos ter isso como parte de nossa vida. É este um referencial para as pessoas que convivemos e para nossos filhos? Dispensamos honra e somos honrados em nossos relacionamentos?
A honra é algo que se constrói e portanto todos podemos buscar, colocando dia a dia tijolos de sensatez, respeito, equilíbrio e sabedoria a fim de edificarmos uma imagem que se distingua. Não é sem motivo que a carta de Tito recomenda as mulheres mais velhas a serem modelos de honra para as mais novas (Tt 2. 3 a 5). Na verdade todos podemos ter essa influência bíblica positiva sobre as pessoas que o Senhor nos deu para se relacionar.
2. ... DE SACRIFÍCIO E SERVIÇO
Creio que Maria quando recebe o anuncio de sua concepção, teve medo e teve sua mente atordoada por várias questões. Por isso o Anjo Gabriel disse: não temas... (Lc 1.30). Várias são as questões que podemos perceber em sua mente.
Primeiro de como daria a luz sem conhecer um homem. Segundo pela extensão do ministério que teria seu filho. Terceiro, acredito que devia passar também por sua cabeça como José poderia entender a situação. Sem falar do julgamento social que poderia ser submetida por ter engravidado estando desposada a José. Podia até morrer por apedrejamento.
Por isso é tão impressionante sua disposição de sacrificar sua vida e honra ao dizer: “Aqui está a serva (escrava, serviçal) do Senhor, que se cumpra em mim conforme a tua palavra”.
Sacrifico que nem tem como ser desligado da disposição para servir. Se colocar na mão de Deus e assumir uma maternidade com tanta complexidade é pura expressão de quem resolveu servir a Deus.
Diante deste modelo e da forma que Deus usou a Maria, precisamos pensar que padrão de serviço tem sido o nosso. Temos nos disposto a sacrificar nossas vontades e conforto para nos colocarmos na mão de Deus. Para servimos a nossa sociedade e geração?
A sociedade pós-moderna estampa em seu modelo: sejamos servidos. Você é um consumidor tem direito a receber. Maria e o Senhor Jesus nos deixam como modelo que “mais bem aventurado é dar do que receber”.
3. ... DE OBEDIÊNCIA (submissão)
Diante de uma vocação tão complexa como a maternidade, em regra, a maioria das mulheres pensa muitas vezes antes de assumir tão grande missão.
Maria não teve esta oportunidade quando se deparou com o anúncio do Senhor apresentado pelo anjo Gabriel. O que creio ressaltada mais ainda um dos aspectos de seu caráter – a obediência a Deus. Fator essencial para ser uma mãe segundo os propósitos de Deus.
É verdade que ele se surpreendeu, tanto que o anjo buscou tranquilizá-la com um “não temas”. Mas é verdade também que Ela, mesmo diante de tão grande desafio declarou: “que se cumpra em mim conforme a tua palavra” Lc 30.
Assim, creio que não só a maternidade como também a nossa vida Cristã, só se desenvolverá dentro dos padrões bíblicos quando for uma vida que se submete aos propósitos de Deus.
E nosso caso de Maria sua obediência é não só um ato de fé submissa mas também de coragem, pois exigiu um passo além do controle pessoal. Ela precisa se colocar na mão de Deus e com humildade e fé, crendo que os propósitos de Deus poderiam ser cumpridos por meio dela.
Precisamos aproveitar a disposição de Maria para pensarmos em tudo que precisamos vencer para nos colocar como instrumento da graça de Deus.
CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo ao recordar a firmeza da fé de Timóteo, em sua segunda carta (2 Tm 1.5), fala dessa fé a partir da fé que primeiro habitou em sua avó Loide e sua mãe Eunice, demonstrando a força do modelo de vida dessas mães.
É desta influência poderosa que estamos tratando.
Nós não somos capazes de mudar pessoas mas podemos influenciá-las de modo significativo sendo um referencial de amor, honra, sacrifício, serviço, obediência entre outros elementos de um verdadeiro caráter cristão.
O ponto é: estamos dispostos a isso?
Estamos preparados a nos colocar nas mãos de Deus, vencendo nossos medos e limites para ser alguém que pode ser um instrumento de Deus para dar vida e para influenciá-las a ponto de ser uma referência de fé.
Falar de maternidade como referência é louvar a Deus por instituir tão grande vocação, bem como é dispor-se a ter em nossas vidas as marcas que dignificam esta nobre missão.
Deus abençoe as mães. E Deus nos abençoe e ajude a vencer nossa natureza adâmica, nos submetendo ao Espírito para sermos um instrumento da graça de Deus.
Parabens a todas as mães.
Pr Alex R. Carneiro