Parte 26 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
O TERCEIRO “V” – AS PEÇAS DO VESTUÁRIO
HUMILDADE
A terceira peça de roupa que compõe o vestuário do cristão é a humildade. Aqueles que desejam a vida abundante já fizeram um compromisso de despir-se de tudo aquilo que entristece a Deus e revestir-se de tudo aquilo que glorifica a Deus. Sem a palavra “compromisso” nenhum projeto ou processo de espiritualidade jamais poderá ser chamado de cristão. Podemos chamar este processo, despir e vestir, de santificação, onde diária, compromissada e constantemente eu tiro as roupas imundas do pecado e coloco as roupas limpas da santidade. Em Apocalipse lemos “Quem são estes vestidos de vestiduras brancas?... Estes são os que lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (7:14). Esta roupa branca, alvejada pelo sangue de Jesus, e da qual se vestem os eleitos e amados de Deus é o caráter santo.
As peças de nossa indumentária não são materiais, são virtudes espirituais que se revelam em nosso caráter. Primeiro o caráter cristão nos faz vestir a misericórdia, que é a capacidade de colocar miseráveis no coração. Deus renova sobre nós, todas as manhãs, antes que lho peçamos, ou antes mesmo de abrirmos os olhos, sua infinita misericórdia. (Brincar) Sabe aquela espriguiçada e bocejada bem gostosa que você demanhã cedinho? Pois é, antes de você pensar em Deus, antes de você falar com Deus, você mal tinha aberto seus grandes olhos, e a misericórdia já estava nova sobre você. Deus teve misericórdia de mim, por isso me revisto de misericórdia para com os outros. Depois nos vestimos de bondade. Se Jesus viveu fazendo o bem, os cristãos se vestem de uma roupa de marca, roupa de marca, não está marca que causa briga entre os pais e seus filhos adolescentes, não é desta marca que estou falando, estou falando da marca da bondade. Jesus viveu fazendo o bem; os cristãos seguem a Jesus; a marca de nossa roupa é bondade.
A terceira peça de nossa roupa é a humildade. A humildade é uma peça indispensável no guarda roupa de um crente. Sabe aquela pecinha básica que combina com tudo? Sabe... Pois bem, assim é a humildade. Ela serve para você usar em todas as circunstâncias. Você vai para a escola? Se você for vestido de humildade você vai bem. Vai trabalhar? A humildade cai bem. Vai à igreja? Vai ficar elegante e agradar a todos, especialmente a Deus, se você estiver vestido de humildade. A humildade serve para os encontros informais. A humildade serve para um almoço de negócios bem como para um jantar romântico. A humildade serve para passear no calçadão de Ubatuba e também serve para você ficar muito bem na fita durante uma caminhada no Capivari. Você quer ter a certeza de estar bem vestido como cristão? Então vista-se de humildade. Na grife assinada pelo Santo Espírito de Deus que produz no crente o caráter de Cristo a humildade é um figurino que combina com tudo e com todas as ocasiões. Para um cristão “verdadeiro”, perceba a ênfase, para um cristão “verdadeiro”, a humildade é moda no verão, no outono, no inverno e continua sendo moda e caindo bem até na primavera da vida. Para um crente em Nosso Senhor Jesus Cristo todas as ocasiões combinam com a humildade. Quem se reveste de humildade demonstra estar, de fato, se revestindo do caráter de Cristo.
A HUMILDADE E SUA RELAÇÃO COM A VIDA ABUNDANTE
Nosso Salvador nos prometeu “vida em abundância”. É importante deixar claro que esta vida com significado, esta vida em plenitude, esta vida plena de propósito e sentido está diretamente relacionada à humildade. É por isso que nosso Senhor ensina de maneira categórica: “bem aventurados os humildes” (Mt. 5:3), ou “felizes os humildes”. A humildade é a primeira das bem-aventuranças, o que significa que ela é a porta de entrada para a felicidade da vida abundante. Por que, no cristianismo, a humildade é uma atitude indispensável? Para Thomaz Watson a resposta é simples: “a humildade é a raiz que nutre todas as virtudes”. Você imagina uma árvore sem raiz? O que acontece à uma árvore quando lhe arrancam as raízes? Ela morre! Assim é a vida abundante sem a humildade, ela morre. Para que a vida em Cristo seja sempre nutrida, a raiz da simplicidade, a raiz da singeleza, a raiz da humildade deve estar se lançando profundamente em nossos corações.
A vida abundante e a humildade tem uma íntima relação de sobrevivência, uma não vive sem a outra, ou seja, se a pessoa está buscando cultivar as virtudes da vida abundante, ela terá que ser humilde, ao passo que se a pessoa for humilde ele terá a garantia de uma vida de gozo espiritual. Vejamos como alguns textos da Palavra de Deus nos ensinam isto: a) “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter de seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus” (II Cr. 7:14). Aqui Deus nos faz uma promessa: ouvir nossas orações! Como é bom pensar nas promessas de Deus em responder nossas petições. Mas, há aqui um detalhe que não pode ser deixado de lado: a promessa da oração respondida da parte de Deus começa com uma atitude humilde de nossa parte (ler novamente o versículo). Quando temos uma oração não respondida isto pode estar relacionado com a soberania de Deus, mas também pode estar relacionado à falta de humilde. (Pausa) A promessa é: se meu povo se humilhar. Se queremos uma vida de oração mais profunda e mais cheia de respostas devemos considerar se somos humildes, simples, singelos, se estamos reconhecendo diante de Deus que não somos nada e conscientemente aceitando nossa finitude... Ou, em outras palavras, muitas orações não são respondidas por causa da vaidade, do orgulho, altivez, soberba e auto-suficiência que insistem em se esconder nas câmaras escuras de nosso coração. É à luz disto que podemos entender quando o sábio ensina: “Seis coisas o Senhor aborrece e a sétima ele abomina: olhos altivos” (Pv. 6:16). b) o NT segue este mesmo raciocínio: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg. 4:6). “Graça” é favor imerecido mas também é “presente”, os filhos de Deus que ele mais tem prazer em presentear, agraciar com suas bênçãos, seus dons e suas capacitações são os humildes. Se você está esperando receber um presente de Deus, seja qual for, leve a sério a humildade. Perceba então que a vida abundante, que depende de vida de oração e graça, muita graça para receber bênçãos, depende de nossa simplicidade, dependência, singeleza, depende de nossa humildade.
O EXEMPLO DE CRISTO
Sócrates, o grande nome da filosofia e da cultura grega clássica, ao ser tocado pela beleza da filosofia, ao mergulhar no imenso mar da sabedoria declarou: “sei que nada sei”. Que nome devemos dar a isto irmãos? Humildade... Albert Einstein, o maior gênio da ciência no século XX, ao descortinar os mistérios do universo através do caminho da física e ser tocado pela beleza da ciência verdadeira, adentrando nos segredos da natureza declarou: “O que vejo na natureza é uma estrutura magnífica que podemos compreender apenas imperfeitamente. E isso deve encher a pessoa com uma sensação de humildade. Essa é uma emoção verdadeiramente religiosa.” Se estes grandes nomes demonstraram humildade porque foram tocados pela filosofia e ciência, afinal de contas, reverendo, o que toca um cristão a fim de torná-lo humilde? Cristo! Lembra-se quando Pedro afundou nas águas quando deixou de olhar para Jesus? Pois é isso que acontece com o crente: quando ele deixa de olhar para Cristo ele afunda nas águas do orgulho e da vaidade. (Brincar) É fácil reconhecer quando um crente afundou no orgulho e esqueceu a humildade: olhe para o seu queixo e para o seu nariz, estão sempre noventa graus para cima. Olhe para o seu queixo! Olhe para o seu nariz! (Se for o nariz do Fernando Pina cuidado para não se assustar). “O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu... o que se humilha será exaltado” (Lc. 18:13-14).
Filipense 2.5 a 8 declara o seguinte: “Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
Por isso, olhando para o espelho todas as manhãs, lave o rosto, fixe seu olhar em você e diga “menos”, “bem menos”.
