A HUMILDADE DO FILHO; A EXALTAÇÃO DO PAI
Alex Ribeiro Carneiro Texto: Filipenses 2.5 a 2.11 IP Pinda /Jul 2011
INTRODUÇÃO
UMA JARRA QUE SE ESVAZIA, CONTINUA JARRA!
Jesus não deixou de ser Deus porque se esvaziou. Mas se esvaziou porque era Deus. Deus de justiça e de amor. Por sua justiça se entregou para pena do pecado. Por seu amor, obedeceu ao pai e morreu por nós. Daí a importância de Sua “knoses”, do esvaziamento de sua glória para nossa salvação.Por isso Ele é o maior exemplo de unidade com o Pai e de humildade para o homem. Pois sua knoses é furto de sua obediência ao Pai e de seu amor por nós.
Quando vimos a partir deste capítulo das condutas que não contribuem para unidade tratamos da vangloria - buscam a exaltação pessoal; do partidarismo – que se expressa pela luta do poder ou do atendimento do interesse próprio e da santidade legalista - daqueles “da circuncisão” que apresentam certa pureza, mas na verdade querem vender uma imagem e não a glória de Deus.
Refletimos em contrapartida a essas condutas, sobre as atitudes que contribuem para a unidade. Uma vez que a Palavra de Deus tanto no capitulo 1.27 como em Fp 2.2 deixam claro que a unidade expressa uma forte comunhão comunhão pela unidade de esforço, sentimento e espiritualidade.
Comunhão que surge pela HUMILDADE – a virtude que nos dá o sentimento de nossa fraqueza. A modéstia e submissão. Aquilo que nos faz reconhecer nossa condição diante de Deus e nos leva a servirmos a Deus e as pessoas como expressão de nosso cristianismo.
Humildade que, sem qualquer contradição, torna grande a visão de Deus sobre nós, pois é Ele quem diz: “Todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” Lucas 18.14. Pois - “Deus resiste aos soberbos; dá, porém, graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus; Tg 4. 6 e 7.
Seguindo a direção da humildade, como conseqüência lógica dela, a atitude de fazer coisas de modo espontâneo e abençoador – o SERVIÇO é mais uma atitude que contribui para a unidade, nos faz exercitar a EMPATIA, dispensando cuidado com o outro e buscando se colocar no lugar do outro em cumprimento a Palavra que nos exorta a chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram.
Daí exortarmos ao convívio, a comunhão entre nós, pois o desenvolvimento da humildade; do serviço cristão e da reciprocidade são alcançados por meio do CONVÍVIO. Convívio que não só é uma benção, mas que congregacionalmente é também uma exortação da Palavra e de modo cristão é reflexo de nossa natureza como igreja.
Lembrando que ele mesmo é um compromisso feito como membros ao aceitar o governo da igreja e de sua Constituição em nossa profissão de fé.
Como expressão da importância da unidade e da vida do Senhor Jesus, o apóstolo usa o verso 5 do capitulo do 2 como conexão para demonstrar a força do exemplo de Cristo para nós.
E também como verso de transição para apresentar uma doxologia – um hino de exaltação a divindade e força salvadora de Cristo. Demonstrando que a A HUMILDADE DO FILHO; é reocnhecida pela EXALTAÇÃO DO PAI.
O trecho lido, em particular o verso 5 – pela expressão “tende o mesmo sentimento”, nos mostra que Jesus é nossa fonte de inspiração por seu caráter humilde, por sua disposição de servir e por sua empatia a nossa condição de pecador. Bem como Jesus é Deus e deve ser exaltado.
Esses dois aspectos reforçam a essencialidade da unidade, pois demonstram a unidade que devemos ter com Cristo e a unidade de Cristo com Deus Pai.
Em poucas palavras o apóstolo Paulo é usado por Deus para nos conectar com a resposta que devia ser dada as ações que perturbavam a unidade da igreja: Jesus Cristo é senhor e salvador da igreja.
Primeiro devíamos saber que o Senhor da Igreja, que morreu por ela é plenamente Deus, e como Senhor, deve ser exaltado.
A expressão “se esvaziou” não tira a condição divina de Jesus”. Deus encarnou – Jo 1.1 e 18. E se idéia é fundamento de nossa fé e sentimento. Foi o Deus Filho, segundo a vontade do Pai e dirigido pelo Espírito, quem morreu por nós. A fonte primária ou principal de nossa comunhão com Deus é nossa adoção de filhos feita por Deus no calvário - Cl 1.13 a 22.
Cristo, o Deus Filho, nos deu o exemplo de unidade o Pai e conosco na cruz. Porque o Deus Filho deixou seus privilégios na glória dos céus e foi obediente ao Deus Pai foi que o Cristo Homem sofreu nossas dores e pagou a pena de nosso pecado. Caminhou em unidade com o pai para que tivéssemos unidade com ele, na cruz porque tomou nosso lugar e porque também na cruz nos deu comunhão com ele.
Portanto, “toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (v.11).
Esse entendimento é importante para nos conscientizar que nada pode se levantar contra a Igreja. As portas do inferno não prevalecerão contra ela, porque o Senhor da Igreja é Jesus. A ele pertence a glória de receber sua igreja naquele dia, pois ele se entregou por ela. Foi Ele quem disse: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos (isto é... continuem minha obra)... E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 2819 e 20).
Jesus Cristo é senhor e salvador.
Segundo que sendo Cristo Senhor e Deus salvador, ele é nosso supremo exemplo de humildade, serviço e amor empático por meio de seu ministério e vida. Assim, nos como servos, devemos ter unidade com ele em sentimento.
Daí a conexão do verso 1 - “se há alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdia, ... penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento...” Nesse caso amor, unidade e sentimento de com Cristo (v.5).
E se não bastasse à profundidade desse verso. O verso 5 não é apenas um verso de conexão com a introdução do capítulo mas também um verso de transição que demonstra toda a grandiosidade do caráter do Deus Filho.
- Inicialmente os versos 6 e 7, demonstram seu caráter de ENTREGA – Ele “se esvaziou... e a si mesmo se humilhou”.
O despojar-se é uma característica do caráter de Deus. Que não deixa de ser Deus, mas que é capaz de abrir mão de sua glória por amor a nós. A knoses de Jesus é a mais pura expressão de seu amor por nós. Só alguém com perfeito caráter poderia amar tanto ao ponto de morrer espontaneamente pela pena de outros.
- Estes versos (6 e 7), demonstram ainda o caráter de HUMILDADE e SERVIR de Cristo – Ele esvaziou-se, assumindo a forma de servo.
Ele deixou sues privilégios de soberano Deus para viver como homem. E para isso “a si mesmo se humilhou”.
Cristo é exemplo de obediência. Na forma de homem, o Deus Filho se SUBMETEU a força do amor e da justiça de Deus. Por isso Ele é nosso Sumo Sacerdote, pois na cruz apresentou sacrifício perfeito ao Pai.
A carta aos Hebreus capitulo 5. 1 a 9, mostra a profundidade dessa submissão e a glória de Cristo como nosso sacerdote.
E não falamos de qualquer submissão. Jesus morreu por nós. Se submetendo a pena do pecado
A parte introdutória de Filipenses é rica não só por nos apresentar a grandeza do caráter de Cristo, mas por deixar claro para nós que servir a Deus em humilde obediência tem recompensas. O Deus Filho foi glorificado pelo Deus Pai.
Nós como filhos devemos descansar em nosso Pai. O Salmo 37. 1 a 7 nos apresenta fortes palavras sobre isso.
CONCLUSÃO
A humildade, empatia, serviço e comunhão são atitudes características de Jesus (v.5) que devem nos conduzir como discípulos. Assim, tenhamos o mesmo sentimento de Cristo Jesus.
Por isso Filpenses 2.1 a 11 é uma forte exortação a perseverança ao amor fraternal, a humildade e a submissão a vontade de Deus.
Este texto quer nos ensinar que Deus quer vivamos como Cristo, cresçamos como igreja em unidade. Por isso o Deus filho, nosso Senhor e Salvador se entregou na cruz para nos salvar. Daí as palavras de Paulo no final do capitulo 3 (versos 17 a 21).
Por tudo isso, Jesus Cristo, morto como homem, é capaz de nos conceder a vida porque é Deus de salvação. Ele é Emanuel, Deus conosco.
Um Deus que nos salva para que vivamos em comunhão com Ele e em unidade como igreja.
Lembre-se uma JARRA QUE SE ESVAZIA NUNCA DEIXA DE SER JARRA, ao contrário, se torna honrada, porque cumpre o propósito para qual foi criada. Nos submeter, servir e humilhar não nos deixará desmerecidos, mas horados porque, como Cristo, cumprimos a vontade de nosso Pai.