MANTENDO O RUMO DA VIDA CRISTÃ – Parte II
Alex Ribeiro Carneiro Texto: Filipenses 2.12 a 2.18 IP Pinda /Ago 2011
INTRODUÇÃO
UMA TEMPESTADE NÃO PODE MUDAR O RUMO DE UMA VIAGEM
SE JESUS ESTÁ NO BARCO
Um navio precisa ser mantido em seu rumo Para cumprir sua viagem.
o navio tem dois movimento interessantes – balanço e caturro. O balanço influi na direção do navio porque faz com que ele se mova lateralmente e o caturro faz com o navio suba e desça ao cortar as ondas. Assim, é preciso a todo tempo estar atendo ao rumo do navio. Rumo é a direção que devo tomar para algum ponto tendo como referência a bússola.
Este trecho da Carta aos Filipenses é uma exortação ao cuidado com rumo da vida cristã.
Paulo depois de ter apontado para o exemplo de humildade de Cristo e sua unidade com o Pai e exaltado a ação salvadora e senhorio de Jesus. Neste trecho nos exorta a tomar o sacrifico de Cristo como uma inspiração e exortação na manutenção e cuidado de nossa vida de salvos.
Nesse sentido, aponta como nossa bússola uma vida regrada pelo temor e tremor a Deus.
É interessante que, uma vez que a Carta aos Filipenses é uma carta de gratidão e incentivo, Paulo parte da consideração a sua condição e autoridade de apostolo, de sua amizade e da conduta dedicada dos irmãos, para tratar justamente da referência necessária na vida cristã: o temor e tremor a Deus, isto é, a submissão a excelsa soberania de Deus e o medo e consciência de sua justiça.
Por isso nossa afirmação de ser o temor e tremor nossa bússola. Esta postura deve ser nossa referência.
Daí a exortação do Senhor, em Dt 6, quando da salvação de Israel do Egito:
“4 Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
5 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças...
10 Quando, pois, o Senhor teu Deus te introduzir na terra que com juramento prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, que te daria, com grandes e boas cidades, que tu não edificaste, 11 e casas cheias de todo o bem, as quais tu não encheste, e poços cavados, que tu não cavaste, vinhas e olivais, que tu não plantaste, e quando comeres e te fartares; 12 guarda-te, que não te esqueças do Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão.
13 Temerás ao Senhor teu Deus e o servirás”.
E o senhor declara como deve ser esse temor e tremor:
14 Não seguirás outros deuses, os deuses dos povos que houver à roda de ti;
15 porque o Senhor teu Deus é um Deus zeloso no meio de ti; para que a ira do Senhor teu Deus não se acenda contra ti, e ele te destrua de sobre a face da terra.
16 Não tentareis o Senhor vosso Deus, como o tentastes em Massá.
17 Diligentemente guardarás os mandamentos do Senhor teu Deus, como também os seus testemunhos, e seus estatutos, que te ordenou.
18 Também praticarás o que é reto e bom aos olhos do Senhor, para que te vá bem, e entres, e possuas a boa terra, a qual o Senhor prometeu com juramento a teus pais;
19 para que lance fora de diante de ti todos os teus inimigos, como disse o Senhor.
20 Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos, estatutos e preceitos que o Senhor nosso Deus vos ordenou?
21 responderás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito, porém o Senhor, com mão forte, nos tirou de lá; 22 e, aos nossos olhos, o Senhor fez sinais e maravilhas grandes e penosas contra o Egito, contra Faraó e contra toda a sua casa; 23 mas nos tirou de lá, para nos introduzir e nos dar a terra que com juramento prometera a nossos pais. 24 Pelo que o Senhor nos ordenou que observássemos todos estes estatutos, que temêssemos o Senhor nosso Deus, para o nosso bem em todo o tempo, a fim de que ele nos preservasse em vida, assim como hoje se vê. 25 E será justiça para nós, se tivermos cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante o Senhor nosso Deus, como ele nos ordenou.
Guardada as devidas proporções. Paulo está neste trecho chamando atenção dos Filipenses para a reverencia e obediência a Deus, tendo como precedente a Palavra de Deus em Deuteronômio e principalmente o exemplo de Cristo e seu estado excelso e gloriosos.
E só vidas transformadas podem fazer isso. Só homens de coração e mentes transformadas por Cristo e o temem podem entender e crer nisso e viver nessa direção.
O chamado a uma vida de temor e tremor se refere a nossa consciência de quem é Deus e o que fez por nós como Senhor e Salvador. Consciência que deve expressar completa preocupação santa (de temor e tremor) pelo que fazemos e como vivemos.
Essa postura é essencial porque permite que a ação de Deus seja completa em nós. Reconhecer que a vida cristã vem de Cristo e operamos a vida cristã por meio dele é a bússola para mantermos o rumo de nossa vida.
Submissão plena e reverente foi o que Deus requereu a seu povo saído do Egito e requer para vivermos nossa vida como salvos em Filipenses.
Esse entendimento e conseqüente desenvolvimento da vida cristã se apresenta quando:
- 1º) (v.13) Reconhecemos que tudo vem de Deus (salvação vem de Deus é desenvolvida por ele).
Ef 2.8 a 10 – somos salvos pelo Senhor para as obras que Deus preparou para que nadássemos nelas (Ef 2.10) para gloria dele.
É ele quem opera tanto o querer quanto o realizar. Éle que põe em o querer da graça e quem opera em nós os frutos dessa graça. Como não há quem busque a Deus, por falta de temor santo, seu Espírito gera o convencimento do pecado, do juízo e da justiça de Deus para a salvação.
Em Cristo vivemos e por Cristo produzimos frutos. Pois é Ele quem nos diz
Jo 15.5 “Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.
Somos salvos por Ele e para Ele vivemos. Tudo vem dele. Toda habilidade, força, benção e bens vem do Senhor.
“11 Guarda-te, que não te esqueças do Senhor teu Deus, deixando de observar os seus mandamentos, os seus preceitos e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno;
12 para não suceder que, depois de teres comido e estares farto, depois de teres edificado boas casas e estares morando nelas,
13 depois de se multiplicarem as tuas manadas e es teus rebanhos, a tua prata e o teu ouro, sim, depois de se multiplicar tudo quanto tens,
14 se exalte e teu coração e te esqueças do Senhor teu Deus, que te tirou da terra o Egito, da casa da servidão;
15 que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras e de escorpiões, e de terra árida em que não havia água, e onde te fez sair água da rocha pederneira;
16 que no deserto te alimentou com o maná, que teus pais não conheciam; a fim de te humilhar e te provar, para nos teus últimos dias te fazer bem;
17 e digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão me adquiriram estas riquezas.
18 Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, porque ele é o que te dá força para adquirires riquezas; a fim de confirmar o seu pacto, que jurou a teus pais, como hoje se vê”.
(Dt 8.11 e 18)
- 2º) O entendimento e a vida cristã se apresenta em temor e tremor quando nos
dispomos de modo que a obra seja feita por boa vontade e harmonia (v.14).
Por isso a Palavra nos diz, como o verbo no imperativo, como mandamento “fazei tudo sem murmurações nem contendas”.
O Aurélio defini murmurar como:
- censurar ou repreender disfarçadamente. Falar mal de alguém ou de algo. Fazer juízo de discenção, isto é, de separação. Reclamação em voz baixa.
Daí Paulo falar sobre isso nesse trecho pois abra o capítulo 2 tratando da unidade. E mostra a unidade de Cristo e do Pai pauta pela submissão de do Filho a vontade do Pai sem murmuração, mas por amor.
Contender é conceituado como:
- apresentar como objeção, discutir, disputar, rivalizar. É interessnate que contundente que tem mesma origem é sinônimo de incisivo e agressivo.
Enfim, Paulo está falando de ações desagregadoras e ofensivas que ferem o temor a Deus e geram desarmonia.
Pois Deus é um Deus de unidade e harmonia, sua igreja e seus servos precisam desenvolver sua vida cristã nesse sentido.
E Paulo está falando isso não só em prol da unidade, mas também como coerência ao que viria exortar no Cap. 3. 12 a 4.1.
Comentando este trecho da carta F. Davidson declara o seguinte: “A vida dos filipenses na sociedade devia ser unificante e não dispersiva devido a ofensas” por causa da reverencia e medo desrespeitar a Deus.
O contrário de murmurações são palavras de apoio, incentivo e afeto. O inverso de contenda é cooperação e paz. A murmuração está ligado ao nosso modo de falar e a contenda ao nosso modo de agir.
É isso que o apóstolo quer ressaltar para que a igreja de Filipo seguisse seu rumo como igreja do Senhor, falando e agindo como Cristo que “não teve como usurpação ser igual a Deus mas se humilhou... com morte de cruz.
Sejamos submissos em amor uns aos outros apoiando-nos em palavras e ações.
- 3º) E Paulo nos fala sobre isso, porque é nossa consciência e submissão a soberania de Deus. E nossa boa vontade e harmonia como igreja que são capazes de operarem ou refletirem na comunidade de modo agradável a Deus.
É nossos temor a Deus e uma vida cristã rica em palavras abençoadoras e ações unificadoras que glorificarão a Deus e nos farão ser vistos como servos de Cristo. (v.15).
O apóstolo Pedro nos fala sobre isso em sua Carta (1 Pedro 2. 11 a 17).
CONCLUSÃO
Esse pequeno trecho, sob a sombra do exemplo de Cristo, nos mostra que é preciso deixar de lado a auto-suficiência, e é necessário agir com boa vontade e unidade para que possamos nos alegrar com a operosidade de Deus em nossas vidas.
E para isso precisamos preservar a Palavra da vida. Isto é precisamos viver no cuidado com a Palavra. Pois ao dizer que o temor e tremor de Deus é nossa bússola, o timão que vai dar direção a nosso barco é a Palavra. É ela que temos as mão para nos conduzir a vontade de Deus.
Enquanto o mundo diz viva a vida. Você pode todas as coisas. Temos toda força que precisamos em nós.
A palavra nos diz que Deus é senhor e que tudo vem dele. E declara:
“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos!...
36 Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”.
E nossa resposta ao mundo precisa ser de harmonia e graça.
Mas ao falar de temor e harmonia, gostaria de dizer também que se você tem vivido em temor pelas ondas da vida, minha palavra é não temas.
Talvez você esteja como os discípulos diante da tempestade Mt 8. 23 a 27.
23 E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram.
24 E eis que se levantou no mar tão grande tempestade que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.
25 Os discípulos, pois, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Salva-nos, Senhor, que estamos perecendo.
26 Ele lhes respondeu: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se grande bonança.
27 E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?
ELE É JESUS, SENHOR E SALVADOR.
O navio precisa ser mantido em seu rumo Para cumprir sua viagem.
Mas UMA TEMPESTADE NÃO PODE MUDAR O RUMO DE UMA VIAGEM
SE JESUS ESTÁ NO BARCO.
Paulo escreve aos filipenses e nos responde:
Ele é quem Deus exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome;
10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
Por isso se queremos manter nossa vida cristã no rumo certo, Jesus é nosso farol, o temor a sua excelência nossa bússulo e sua palavra nosso timão.
E se você quer achar sue rumo. Se está diante das ondas do mar da vida, sossegue e entregue sua vida a Jesus, pois ele é Senhor e Deus soberanos que acalma as tempestades e nos conduz a salvação.