UM DEUS OBSTINADO - 3

UM DEUS OBSTINADO - parte 3 - Jo 6. 5 a 11.
Estamos refletindo um pouco sobre o texto de Jo 6. 5 a 11. Vimos que ele nos dá ensinamentos sobre as diversas posturas da Igreja em seu contexto atual (lembrando que a igreja somos nós, logo as posturas da igreja refletem a nossas atitudes). A igreja pode estar fazendo missões e tendo êxito (Mc 6.7 e 30), mas também está em lutas. Contudo não importa nossa realidade Cristo não abandona a multidão e Sua Igreja e deseja experimentá-la (V.6) para abençoar a multidão. Creio que o Senhor deseja ver a atitude, intenção e fé de seu povo e nos ensinar sobre como isso aponta para o Senhor como um Deus DETERMINADO A AMAR e dar o pão da vida aos que o buscam. Assim podemos ver que mesmo que haja aqueles que confiem nas estatísticas e números, Deus opera muito além dos recursos humanos. Entretanto Jesus não tem que lidar só com nosso instinto matemático ou administrativo mas também com o que se omitem ou estão desanimados. Desta feita, a segunda coisa que o texto nos ensina é que DEUS é OBSTINADO apesar dos negligentes ou temerosos. Pois este é outro grupo que está com Jesus nesta história, que escondem seus medos ou desinteresse ( quem sabe egoísmo). Em João nos parecem omissos e em Marcos desinteressados (Mc 6.35,36) podemos parafraseá-los assim: - “ O lugar é deserto, e o dia está muito adiantado; despeça-os... para que cuidem de si mesmos”.
E creio que podemos acrescentar a esta afirmativa o que talvez seria seus pensamentos: - “afinal fizemos nossa parte, lhes entregamos o evangelho”. Agora cuidemos de nós.
Acredito que podemos dizer que este grupo são os dizem ou fingem que fazem sua parte, porém em verdade se omitem ou não se comprometem; mas estão tranqüilos, entregaram o evangelho e estão disposto a fazer o melhor para multidão: despachá-la para que cuidem de si.
De modo muito triste, penso as vezes que estes não se importam (Deus me perdoe se estiver errado; e possa estar.). Querem as bênçãos; e até se esforçam por elas, mas não querem se envolver. Mas há um Deus obstinado apesar dos omissos. E que se envolve e não se omite quando tem de salvar os próprios discípulos no mar. Um Deus que se comprometeu plenamente se encarnando e morrendo por nós na cruz. Um Deus que deixa claro que não há evangelho sem compromisso, sem sacrifício. Um Deus que nos prova em sua palavra que sua obstinação se concretiza num pleno comprometimento. É fato não podemos mudar o mundo. Não podemos ser Deus, mas podemos nos comprometer a ser usados por Ele para alimentar os famintos. Nos que temos recebido do Espírito. E a pergunta que fica é diante das pessoas que Deus tem nós dado a cuidar qual tem sido nosso comprometimento? Não dá para despacha-las. Não podemos deixar nosso cônjuge seguir sem lhe dar o amor que recebemos do próprio Deus. Não dá para criar nossos filhos sem alimenta-los com a palavra de Deus, como nosso afeto. Não podemos transferir isto a creches, escolas ou para o futuro. Como negligenciar tão grande salvação? Não podemos nos portar como pessoas que não tem nada haver com a tristeza de nossos colegas de trabalho ou com a necessidade do que está em nosso caminho. Cristo não despachou a multidão. Cristo não deixou seus discípulos. João 13 diz que tendo os amado os amou até o fim. E disto que estamos falando. De persistência. Determinação. Amar é difícil. Cuidar custa muito. Mas não podemos negligenciar nosso compromisso. Não podemos temer que não conseguiremos. Não podemos colocar as coisas debaixo do tapete. É hora de crer que Cristo está conosco e pode nos dar a resposta e o sustento para nossos temores e resistências. Pois Ele é determinado por amar e cuidar de nós. E por isso age como um Deus obstinado apesar dos desanimados, mas isto fica para nossa próxima conversa.