Vida Abundante - Parte 18

Parte 18 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
- Vícios que Asfixiam a Alma (continuação)
INGENUIDADE HOMOGÊNEA e MASSIFICAÇÃO LITÚRGICA
A “ingenuidade homogênea” é comum nas pessoas que só gostam das pessoas que concordam com elas em cem por cento do que elas pensam; se a outra pessoa pensar apenas noventa por cento como ela, já há um estremecimento na relação. (Brincar) Tente imaginar dois irmãos conversando: “Oh rapaz eu gosto tanto do hino 77, e o outro responde: ah eu também; e eu gosto tanto do hino 120, é tão tocante, e o outro: ah eu também, o hino 120 é um dos meus preferidos; oh como eu gosto da equipe de louvor, como é gostoso o louvor congregacional que eles dirigem, e o outro: eu também... eu gosto muito quando o pastor Cláudio pede para a igreja orar de joelhos, acho isto tão espiritual... aí dá zebra... porque o outro diz: ah eu não gosto muito não, meu joelho dói, minhas pernas adormecem... e o outro fica indignado e diz: (ênfase) mas como você não gosta!”. Comunhão é ter o mesmo espírito e não, necessariamente, ter a mesma opinião em tudo. Comunhão é saber que o Espírito Santo habita em mim e também habita no irmão. Comunhão é a maturidade que se expressa no sentimento de que as opiniões diferentes não vão nos separar. A homogeneidade é uma ingenuidade porque nunca existirão duas pessoas exatamente iguais, com cem por cento das coisas em total concordância. Preste atenção, Deus fez todas as pessoas com uma característica comum: elas são diferentes.
Portanto todos somo únicos. Todos temos em nós coisas especiais que qualquer outro não tem. E esta singularidade não só faz cada um de nós importantes, mas faz também com que todos precisemos um do outro, pois o outro sempre terá algo ou uma capacidade que não tenho e preciso. Eis a bênção da diferença.
O outro tropeço (até mesmo por desconhecimento ou consciência) é a massificação litúrgica. É impressionante como as questões litúrgicas se tornaram questões explosivas dentro das igrejas presbiterianas. A grande proliferação de grupos que liturgicamente são “pró-alguma-coisa” e dos grupos que são “anti-os-pró-alguma-coisa” não leva em consideração as profundas implicações espirituais da sentença positiva “Cristo é tudo em todos”. Certa vez preguei numa série de conferências onde o Conselho encontrou uma solução que, segundo eles disseram, era maravilhosa, e resolvia as diferenças entre as preferências litúrgicas da comunidade: eles faziam dois cultos, um para a moçada e outro para os idosos... No da moçada valia tudo, e no dos idosos o piano era um presente de Deus que havia caído do céu... Esta, para mim, não é uma solução maravilhosa, pelo contrário, é uma solução perigosa... No culto nossas diferenças morrem... Na ceia nossas preferências morrem... Em Cristo exercitamos a adoração, ao mesmo tempo que afirmamos nossa unidade porque “Cristo é tudo em todos”.
O que precisamos lembrar constantemente é que Cristo, de maneira mística, espiritual, está presente em nossos irmãos. Portanto, qualquer tipo de divisão ou discriminação tem como implicação lógica que estamos dividindo não apenas o corpo de Cristo, mas atentando contra o próprio Cristo. Há uma união indissolúvel entre Cristo e Sua igreja, há uma união indissolúvel entre Cristo e Seu corpo, que somos cada um de nós.
Cristo é tudo em todos! Este é um dos mais gloriosos impactos do evangelho.
Por isso se amamos o outro amamos a Cristo e se distinguimos o outro é a Ele que estamos discriminando.
A pergunta que devemos fazer é: vivemos de modo a acreditar que as diferenças são boas?
Aceitamos que os outros sintam e gostem de coisas diferentes? Respeitamos as pessoas em seu modo de ver as coisas?
Acredito (pr Alex) que a reflexão dessas perguntas pode nos levar a uma outra: somos capazes de respeitar a vida religioso dos outros, isto é, podemos acreditar que Deus, que deseja adoradores que o adorem em espírito e em verdade, pode aceitar adoração diferente do nosso? É algo difícil de responder e viver, mas no mínimo, como se trata de um mistério de Deus, em respeito a Ele, deveríamos ser amáveis e tolerantes com os que adoram a Jesus diferente de nós.