Vida Frutífera - Parte 11

Pr. Alex R. Carneiro Textos Chaves: Jo 15. 8 a 12 e 1 Jo 4.

Lição 11 - AMOR RELACIONAL
Ao tratamos o elemento amor da piedade, vimos que ele se expressa de algumas formas. Pelo reconhecimento de quem é Deus - Sua excelência e glória, para que este amor seja desenvolvido na dimensão correta, com a reverência devida a quem nos salvou – o que chamamos de amor reverente.
Ocorre que esse amor não pode se desenvolver apenas com respeito ao perdão dispensado por nosso Senhor e Rei, ele deve ser resultado também de nossa gratidão por tão grande amor imerecido. Por isso outro expressão desse amor é a gratidão. O sentimento de retribuição por tudo que o amor gracioso de Deus nos concede.
A consciência da pessoa de Deus e de seu amor resultam para nós em alegria e esperança, pois a graça de Deus nos salva, cuida de nossas vidas e nos guardará até o dia da volta de Cristo (Rm 8.28 a 37). Por isso, todas as coisas cooperam para o nosso bem...; nada pode nos separar de Seu amor...; e somos mais que vencedores por meio daquele que nos salvou.
Poderíamos pensar que já temos a suficiente visão do elemento amor em nosso adubo espiritual da piedade, contudo gostaria de pensar um pouco mais sobre este elemento haja vista as colocações do Senhor Jesus em Jo 15. 9 a 12, o Senhor nos diz:
“ Como o Pai me amou, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. Estas coisas vos tenho dito, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo. O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.

O apostolo João em continuidade aos texto que já vimos no capítulo 4 de sua Carta nos orienta, ao dizer:
“Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados – e completa: Amados, se Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; e nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado”.
Assim nosso amor retributivo e reverente se expressa, em nossa postura adequada diante da benção recebida de Deus e respeitando sua excelência, por meio do amor ao próximo. Por nosso amor relacional.
Mas para chegarmos a esta condição precisamos entender de que modo o amor se apresenta em nossos relacionamentos. Para que o “Seu amor em nós seja aperfeiçoado”.
Para desenvolver e expressar esse amor precisamos começar pela comunicação de afeto, pelo fortalecimento do amor nas relações. E, nesse caso, temos que ter a clara visão de que tipo de amor desenvolvemos em cada relação.
A palavra amor em português é usada para significar vários tipos de ações afetivas, o que por vezes nos confunde ou impede de ver a dimensão ou natureza da afetividade que devemos transmitir ou efetivar. No que se refere ao conceito de amor ou afetividade o grego é um idioma um pouco mais rico e útil ao nosso propósito.
Vejamos os diversos significados em grego da palavra amor e a respectiva forma pela qual ele se expressa, com apoio do léxico de grego/português (GINGRICH, 1988):
- EROS: amor romântico ( desejo de complementação e carinho) - Namorado
- STORGE: amor social ou de sócio – Companheiro
- PHILEO: amor fraterno, familiar - Amigo
- AGAPE: amor sacrificial - de Servo (servo ou submisso, no sentido daquele que livremente se põe à disposição e não escravo (servo) que é obrigado e subjugado .
Temos ainda que atentar para uma forma que deve ser afastada de nossas vidas; o amor EPITHUMIA: amor físico (simplesmente carnal, da luxúria ou lascívia) – Amante
Pela análise dos sentidos da palavra amor ou do significado de afeto proposto por nós, podemos perceber que em todo tipo de relacionamento temos a afetividade envolvida, quer como amante ou namorado, quer como companheiro e amigo ou como companheiro ou servo (profissional ou colaborador). Se pensarmos num relacionamento conjugal todas formas fazem parte dele, já com filhos teremos apenas alguns tipos de afetividade. No trabalho já temos outras formas mais restritas como “storge” e “ágape” e até mesmo “phileo”. Mas em todos está presente o elemento de afeição que precisa ser desenvolvido e/ou fortalecido. Pois se eles existem como sentimento eles precisam ser comunicados para serem percebidos ou sentidos pelas partes de um relacionamento.

CONCLUSÃO

A vida frutífera é uma forma de viver produzindo obras agradáveis a Deus. Produtividade que requer cuidados, que precisa de adubos espirituais para permitir esses frutos. Um desses é o amor piedoso. Por isso Paulo ao escrever a Timóteo recomenda – exercita-te na piedade!.
Ao olharmos o modo pelo qual posso e devo exercitar essa piedade, isto é minha reverência e gratidão a Deus, de modo alegre segundo a esperança que fortalece nossas vidas, vemos que isso se dá pelo amor ao próximo, por meio de nossos relacionamentos. E isto nos leva a pensar:

- Será que temos consciência do amor gracioso concedido por Deus e temos conseguido expressar e refletir em nossos relacionamento esse amor?
Esse deve ser nosso cuidado e a luta de nossa vida frutífera!