COMO FILHO E SERVOS

COMO FILHO E SERVOS
Se você for bonzinho Deus vai te abençoar. Esta é um expressão usada de varias formas e em vários momentos. Quando crianças, no púlpito etc.
É verdade que Deus quer nos abençoar e quer nossa santidade, mas isto não pode ser o ponto central de nosso relacionamento com Deus, nem pode ser o motivo ou razão de nossa fé ou forma de vida. Este raciocínio, esta TEOLOGIA DA RETRIBUIÇÃO é a questão que mais tem assolado e conduzido a vida da Igreja e dos crentes através dos séculos, e é exatamente sobre isto que trata o livro de Jó. Isto é, qual a razão ou motivo de nossa adoração, vida e fé.
Num mundo e momento que valorizamos as bênçãos materiais tal reflexão é essencial. Afinal, assim como Jó, somos fiéis e tementes a Deus. E o fato é que como ele e seus amigos também cremos que Deus deve sempre abençoar os justos e castigar os injustos, é o nossa resposta a nossa mente adâmica para justificar muitas de nossas atitudes.
Fica então um pergunta, quando não houver retribuição qual será a base de nossa adoração e fé? E se sofremos lutas e problemas estamos sendo castigados? Será que isto não ocorre porque ao invés de nos vermos como servos sempre nos vemos como filhos.
( e filhos que podem reivindicar seus direitos) ?.

Se dermos um breve olhada na teologia retributiva: Jó ( 3.6,7; 8.3,4; 10.14; e 34.5) podemos constatar alguns aspectos:
1) O PROBLEMA – QUANDO A RETRIBUIÇÃO FALHA. - Neste caso a nossa fé se transforma de confiança ( em certos casos orgulho ou vaidade) em conflito ( 16.6 a22; 23.1). Pois como nós filhos justos podemos estar sendo castigados.
2) A QUESTÃO - ENTRE O CONFLITO e a FÉ – é neste momento que vivemos entre a desilusão e a fé. Entre o medo, a dor e o nosso amor a Deus. Que lutamos com nos mesmos(Jó19 e 19.23 a27).
Propomos, então, uma TRANSFORMAÇÃO - pois quando deixamos o STATUS DE FILHOS E ASSUMIMOS A NOSSA CONDIÇÃO DE SERVOS, encontramos a verdadeira força propulsora da nossa fé. Quando deixamos de ver a Deus apenas como um Pai que deve cuidar e criar seus filhos, e o olharmos como Deus soberano de graça e poder. Poderemos ver a Deus não apenas com nossa capacidade cognitiva ( de saber 36.6), mas principalmente pela nossa ação contemplativa.
Passaremos a ver além da religiosidade e da razão, porque passaremos a reconhecer e conhecer sua soberania e graça. Então ao invés de requisitar e reclamar como filhos, passaremos a nos humilhar e prostrar como servos:
a) Porque reconheceremos nossa ignorância e limitação, quanto aos mistérios
da vida e de nosso Deus. 42.3
b) Passaremos a ter uma real visão de Deus. 42.5
c) E Isto criará em nós arrependimento, adoração e santidade 42.6
Qual tem sido a motivação de nossa vida. Retribuição de filhos justos, ou de dedicação de servos adoradores? Temos um relacionamento motivado pela essência e graça de Deus ou pelas bênçãos que queremos receber?
Que bom seria se pensando nestes pontos fossemos impulsionados a viver como FILHOS mas para vivermos consciente e plenamente nossa condição de SERVOS. Pois Deus nos ama verdadeiramente como filhos e nós devemos amá-lo verdadeiramente como servos.