Alex Ribeiro Carneiro Texto: 2 Co 8 e 9 Cçpva e IV Cent / mar 09
VIVENDO UMA MISSÃO INTEGRAL
O Senhor Jesus nós concedeu um encargo de sair para discípular. Jesus nos incumbiu a missão, debaixo de seu poder e autoridade, para sairmos e levarmos pessoas de todas as nações para a segui-lo e a se comprometerem e evidenciarem a aliança com o Pai, o Filho e o ES (batismo), numa vida de obediência à Palavra, isto é, a uma vida de santidade. Esta é a síntese de Mt 28. 18 a 20 – do “ide”.
A história de Zaqueu, em Lc 19.1 a 10, dentre tantas outras, é uma boa ilustração desta missão de Cristo de levar pessoas ao arrependimento e de fazê-las discípulos – e o próprio Cristo neste trecho declara sua missão “o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”.
A história da Igreja em Atos, em especial a do missionário Filipe no Cap 8, demonstra que devemos nos empenhar, no poder e direção do ES a anunciar a Jesus como salvador. E segundo a ordem de Cristo, aqui e em todo lugar, isto é, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria , e até os confins da terra. Tornam-se, portanto, elementos essenciais para nossa missão de ser cristão: A AUTORIDADE E GRAÇA DE DEUS E O NOSSO AMOR.
Para nos dedicarmos a missões devemos estar investidos da autoridade de Cristo (pois é Dele esta missão e é Ele quem tem todo o poder que precisamos) para operar a Sua graça salvadora. E devemos fazer por amor a Cristo. Portanto, antes de mais nada precisamos entender que missão é uma atribuição Cristã fundada no poder e graça de Deus e por amor a Deus. E a partir das palavras de Cristo em At 1.8 esta atribuição compreende uma ação proclamadora PLENA, em todo lugar ao mesmo tempo (simultaneidade).
Esses aspectos nos permitem estabelecer o seguintes PRESSUPOSTOS para evangelização e missões: PODER e GRAÇA de Deus em AMOR PLENO (de modo permanente e em todo lugar) – isso é o que aqui denominamos de VIDA DE MISSÃO INTEGRAL.
As palavras de Paulo a Igreja de Corinto nos capítulos 8 e 9, em sua segunda carta, são fundadas nestas premissas e são importantes porque nos auxiliam na reflexão dos seguintes pontos:
COMO VIVER UM MISSÃO INTEGRAL, isto é, como viver de modo a corresponder ao PORQUÊ? COMO? E PARA QUÊ FAZER MISSÕES?
Isto é, como viver a vida cristã a partir do motivo certo? Como viver a vida cristã seguindo de modo (condições) adequado? E porque e quais resultados podem surgir desse modo de vida?
Quando entendemos os motivos desejados por Deus para proclamação do evangelho e comunhão do corpo de Cristo. Quando COMPREENDEMOS os modos ou forma e os propósitos de NOSSA MISSÃO COMO CRISTÃOS poderemos entender com clareza a finalidade de nossa salvação. E poderemos ver e gozar dos resultados de uma vida de missão integral, isto é, o resultados da obra evangelizadora e missionária da igreja (nós).
ESBOÇO
Antes de entrarmos em nosso tema propriamente dito, acho que devo esclarecer um ponto que você deve estar pensando: estamos falando de vida cristã ou de missões? De ambos.
Ao falar de Vida de Missão Integral estou levando você a olhar para uma coisa única e que é o significado de nossa salvação, isto é, aquilo que é nossa missão estabelecida por Cristo não só em Mateus 28. 19 e 20 mas também em At 1.8. Não vemos na Palavra de Deus nenhum dos Apóstolos fazendo qualquer divisão entre viver a vida cristã, evangelizar e fazer missões. Todos são uma só coisa. A vida cristã é a missão de evangelizar. Se existe essa divisão creio que é apenas uma forma didática e administrativa de tratarmos nossas ações eclesiásticas.
Somos cristãos quando vivemos nossos relacionamentos de modo a refletir e proclamar a graça de Deus. “serei minhas testemunhas” At 1.8 e “ide fazei discípulos” Mt 18.19 não são incumbência somente de irmãos em obras especificas distantes ou em nossas vizinhanças.
Como em nossa existência cristã somos corpo, em nossa vida de missão integral, devemos cooperar para que todo o corpo tenha condições de viver dessa maneira. Eis do que o Apóstolo Paulo trata em 2 Co 8 e 9. De uma vida cristã que vive a missão de compartilhar a graça. Compartilhar que se reflete em nossa prova de amor de cooperar para que todos estejam em condições de viver de modo pleno o propósito (missão) da salvação.
Esclarecido este ponto caminhemos em direção de nossas reflexões.
1- O PORQUÊ? A causa de uma vida de missão integral? Qual o motivo? O início do capítulo 9, nos dá a resposta:
Para assistir à necessidade dos santos (v1). O princípio do compartilhar é a causa e o fundamento de evangelizar e fazer missões.
Devemos nos compadecer das necessidades espirituais compartilhando o evangelho e com esses evangelho participamos também das necessidades materiais.
Não há missões sem evangelho e não evangelho sem reciprocidade, sem compartilhamento.
Jesus é nosso exemplo direto nesse assunto central de nossa fé: (8.9) “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que por sua pobreza vós tornásseis ricos”.
Mas será então que a resposta do princípio do compartilhar é o motivo pleno? Claro que não. Sob ele está o fundamento real: sermos como Cristo.
Se Cristo se sacrificou para doar sua graça e salvação nós, como servos, feitos no propósito de ser sua imagem e semelhança, devemos fazer o mesmo: compartilhar a graça, isto é o amor de Cristo.
Daí falarmos em poder e graça de Deus.
Assim, não há outra razão para pregar o evangelho fazendo missões se não pelo AMOR de Deus e pelo amor a Deus, que se reflete na prática no compartilhar - no amor ao próximo.