A BENCÃO DO CASAMENTO E AS AGRURAS DO DIVÓRCIO - Parte 2

A BENCÃO DO CASAMENTO E AS AGRURAS DO DIVÓRCIO - Parte 2

E falamos de infidelidade não apenas nos aspecto sexual, mas em todas as partes e promessas feitas em nossos votos conjugais.
A pergunta feita a Jesus em Mt 19 e Mc 10 está ligada na verdade a dualidade de correntes de doutores da lei ligadas ao divórcio – a de Hillel e a de Shammai.
A de Hillel, que propunha o divórcio ou repúdio da mulher por qualquer motivo de desagrado do marido, enquanto a escola do judaico Shammai só em caso de infidelidade.
A resposta de Jesus deixa claro que o princípio é do não divórcio. A perenidade do casamento em todos os esforços deve ser buscada. Contudo, mesmo sem permiti-lo a Palavra trás circunstâncias onde se aceita o divórcio “pela dureza de vosso coração” e pelo “repúdio” de um dos cônjuges (Mt 19.1-9 e Mc 10.1-12; 1 Co 7). Eu entendo ainda que a falta de dignidade no tratamento (como de violência física ou emocional contra o cônjuge) se enquadra no repúdio (implícito) por ferir o principio de amor ágape e de honra e respeito (Ef 5. 25 e 33).
Creio que a possibilidade de novo casamento deve estar ligado ao entendimento do termo “repúdio”, pois se há adultério e o cônjuge adúltero rompe com o casamento de modo definitivo, trocando o casamento pelo “caso” ou por outro modo de viver a aceitação de novo casamento é cabido. Uma vez que o cônjuge abandonado ou deixado estaria livre “da servidão – do dever de servir (1Co 7.27 e 28).
Por todos esses aspectos e por minha experiência ministerial na área, entendo que em alguns casos o divórcio traz muitas dificuldades para o ministério. E quando é causado pelo ministro, entendo que é devastador, pois como dissemos envolve a fidelidade com o próprio Deus (Ml 2) e de liderança do rebanho.
Eu e meu cônjuge somos pessoas que viemos de lares separados. Na verdade o efeito é duro e forte para toda a família. Entendo ser mais benéfico vencer as agruras da infidelidade e do casamento do que as agruras do divórcio. Pois este deixa cicatrizes muito mais fundas e permanentes em toda família (e até nas novas gerações de netos) do que as lutas da restauração, que pode fortalecer a relação e abençoar quem concede e quem recebe o perdão, e que inclusive nos nos aproxima da postura misericordiosa de Deus.
Não faço qualquer crítica aos que se divorciam, pois o casamento é o relacionamento de maior exposição de uma pessoa. E no caso de separação a quebra de confiança, o repúdio ou a desonra são difíceis de serem restaurados e até vencidos. Acredito que por isso o nosso Senhor deixou claro que apesar de não permitir, como Pai, Deus aceitava a circunstância, mas desde que fundada em parâmetros que atingissem a santidade, fidelidade e dignidade do cônjuge.
Estou casado a vinte sete anos e acredito que o casamento e a família são projetos de Deus para nossa benção. Logo o melhor é batalharmos por essa benção, nos esforçarmos para viver fieis a todos nossas promessas e nos afastarmos das tentações mundanas e das possíveis agruras de um divórcio.
Deus o abençoe em sua jornada conjugal.