DE BABEL A PENTECOSTE - Parte 2

BABEL A PENTECOSTES
Gn 11 e At 2

Estes elementos externos ou conceituais, contudo não são suficientes para demostrar os aspectos espirituais, e o propósito da ação de Deus de Babel a Pentecostes. Pois nestas duas passagens sempre nos concentramos na diversidade de línguas, mas tanto no VT como no NT é um fator secundário, John Stott nos diz que: “a discussão sobre a natureza da glossolalia não deve desviar nossa atenção do propósito principal, a universalidade da graça em oposição a desobediência auto-suficiente.
É mister ressalvar que tanto em Babel como em Pentecostes houve a representação de todas as nações da Terra. Em Gênesis 10, Babel aponta para as nações, pois inclui-se ali a descendência de Sem, Cão e Jafé. Em Atos 2 vemos homens de todas as partes do mundo conhecido da época, isto mostra o propósito de Deus de transcender as barreiras nacionais, raciais ou linguísticas de seu amor e de se opor a ação humana de se afastar dos planos de Deus.

Stephen Neill comenta ... P.71 e 72 de Stott
Esta afrimativa fica clara ao perceber que Deus declara seu propósito com a glossolalia de Babel a Abrão, em Gn 12.3: “bênção sobre todas as famílias da Terra”. O que Jesus a ratifica em At 1.8, através da figura do testemunho da graça em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra . E que se aplica pelo derramamento do ES em At 2.4 a 11, sobre Judeus de todas as nações..

Por isso o paralelo entre Babel e Pentecostes é muito interessante e significativo para entendemos a ação de Deus na fiel consecução de seu decreto universal de derramamento da graça.

BABEL PENTECOSTES
O homem querendo o céu por suas forças Gn 11.4 Deus trás o céu ao homem e habita com ES em seu coração At 2.3
O homem buscando sua glória e
auto-suficiência Deus gerando no homem o desejo de glorificar a Deus dependendo de seu ES
O homem com planos de desgraça (desobediente; não ocorreria Gn 12.3) Deus opera seu plano de graça
( dá-se a consumação de Gn 12.3 )
O tema é ‘subamos aos céus” O tema é `os céus desce a Terra”

CONCLUSÃO

Assim, o resultado é que em Babel pelo esforço orgulhoso do homem há confusão e dispersão. Em Pentecostes pela misericórdia de Deus há línguas de entendimento
( inteligência) e união.
Em babel o tema é ‘subamos aos céus” em Pentecostes ‘ os céus desce a Terra”
Pentecostes pode ser considerado o cancelamento da maldição de Babel. É a demonstração do resultado da graça na vida do homem, o louvor de adoração e da declaração das grandezas de Deus, da mensagem que produz, mensagem de salvação, cumpridora da promessas pós Babel de bênção sobre todas as nações da Terra, que une os homens. E não de confusão e desunião e desentendimento de Babel.
Logo: - Babel é o prenuncio da promessa de universalização da graça.
- Pentecostes é o anúncio de cumprimento da promessa.
- Babel é a idéia de uma federação humana e materialista, longe de Deus.
- Pentecostes é um quadro claro de um reino divino e espiritual, diante do trono de Deus.

APLICAÇÃO:

Devemos afastar de nós a natureza adâmica de tentar ser Deus, ser auto-suficiente. Sofisma que o mundo tenta nos levar. Precisamos deixar de querer alçar o céu por nossas próprias forças, a fim de glorificar a nós mesmos, e consequentemente afastar o amor incondicional de Deus.
Precisamos ver a profundidade da graça, de um Deus que ama e cuida, e que não deseja confundir mas abençoar. E assim vivermos uma vida de servo, que glorifica e proclama esta graça a todos.
Além disso o lapso de Babel a Pentecostes nos ensino que por causa do grande amor de Deus, ele permite que coisa inexplicáveis numa oportunidade possam se tornar claras e certas no futuro.
Somos portanto convidados a ser servos com a perspectiva de Deus, que o glorificam e proclamam sua salvação graciosa, aceitando as situações como desígnios de Deus ainda que sejam difíceis e incompreensíveis, estão com certeza dentro de sua providência.