Vida Abundante - Parte 11

Parte 11 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
- Vícios que Asfixiam a Alma (continuação)
MALDADE E MALEDICÊNCIA
Qual o veneno mais poderoso que existe? Sem dúvida o veneno de cobra é o que mais causa medo, repulsa nas pessoas. A cascavel, cobra famosa, também conhecida pelo nome científico “sogrataindesejadarás”, é muito comum em todas as regiões do Brasil... Sua picada injeta um poderoso veneno na circulação sanguínea das pessoas e altera as células do sangue. Em poucos minutos causa hemorragia interna e vai paralisando os rins e o pulmão. O veneno da cascavel pode matar em até trinta minutos. Durante muitos anos o veneno chamado estriquinina foi considerado o mais letal. A estriquina causa a parada do sistema respiratório e mata em, no máximo, cinco minutos. Na história o veneno mais famoso talvez seja a cicuta. Sócrates, o príncipe da filosofia grega clássica, foi condenado à morte porque suas idéias eram consideradas um perigo às tradições e uma perversão para a mente dos jovens... Pessoas que pensam são sempre um incomodo, e aqueles que fazem os jovens pensarem são um incomodo maior ainda, e foi por causa disto que condenaram Sócrates, primeiro à prisão e depois à morte. Fizeram-lhe um chá, de uma planta do gênero apiácea, a cicuta como a conhecemos, e após a ingestão da mesma as pernas e os braços vão paralisando, a musculatura de todo o corpo vai enrrigecendo e a pessoa morre parada cardíaca. (Brincar) Veneno de cobra, estriquinina ou chazinho de cicuta, qual será o mais perigoso? Cuidado se a tua esposa te oferecer um chazinho... (Oh meu bem, quer um chazinho com bolachas...)
Estamos falando sobre os vícios do caráter. Já falamos sobre os vícios da carne: prostituição, impureza e lascívia. Nos últimos dias estivemos falando sobre os vícios do caráter e já tratamos da avareza, que é idolatria. Devemos ter em mente que um vício é uma aliança com o erro, e que os vícios do caráter são todas as marcas de nosso comportamento que não se harmonizam com o caráter de Cristo. Dizer-se cristão é uma coisa. Desejar viver como Cristo viveu é outra completamente diferente. Caráter não é um discurso, caráter é índole.
Hoje vamos continuar falando sobre os vícios do caráter e a lista de Paulo nos apresenta agora dois dos piores vícios existentes na face da terra: a maldade e a maledicência. (Grave) A Bíblia ensina sobre o mais letal de todos os venenos: o mau uso da língua. “A língua porém nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. Com ela bendizemos ao Senhor e Pai; também com ela amaldiçoamos aos homens, feitos à semelhança de Deus” (Tiago 3:8-9). Na lista de vícios que asfixiam a alma e impedem o cristão de viver a vida abundante o apóstolo Paulo não poderia ter sido mais enfático no tocante às coisas que falamos. O parágrafo começa com a exortação “fazei pois morrer a vossa natureza terrena”..., e agora que vai falar do mal uso da língua ele diz “despojai-vos de tudo isto”. Note que as coisas aqui não são colocadas em termos de sugestão, “olha, quem sabe seria bom se vocês...”, não!!! A nossa natureza terrena, carnal não tem que adormecer, ela tem que morrer. A roupa contaminada não tem que ser usada apenas em algumas ocasiões, ela tem que ser jogada fora. Se não fizermos morrer nossa natureza terrena que se manifesta sempre que faço um mau uso da língua, se não nos despojarmos das roupas imundas, que vestimos todas as vezes que nossa boca amaldiçoa ao invés de abençoar, este veneno vai sufocando a nossa alma e assim rouba dos eleitos de Deus a benção da vida abundante.
Infelizmente, em nossa sociedade, e até mesmo em algumas de nossas igrejas, existe um código secreto, uma “tolerância velada” a alguns tipos de pecados considerados, erroneamente, em nossos critérios como “menos graves”, e uma grande intolerância contra outros tipos de pecados, considerados como “mais graves”. Sim, quando falamos de adultério e avareza, todos balançam a cabeça e concordam que estamos lidando com coisas graves, muito sérias, mas quando falamos que a língua é perigosa e seu mau uso é um dos vícios mais destrutivos da alma, as pessoas tendem a pensar que “uma pequena fofóca não é tão grave assim”. Quero deixar uma coisa bem clara em nossa meditação desta noite: no cristianismo o olhar com desejo impuro na direção de uma pessoa do outro sexo já é adultério, e o falar sobre outra pessoa, principalmente em sua ausência, com aquela pitada de veneno que caracteriza nossa natureza adâmica, já é um homicídio (Mt. 5:28; Tiago 5:8; I de João 3:11-12). Assim como o olhar pode carregar uma dose mortal de adultério, o falar pode carregar uma dose de mortal de veneno (repetir). Lembro-me das sábias palavras do Reverendo Rubens Thomaz de Aquino: “quando nossos jovens deslizam e caem, todos ficam sabendo porque uma barriga cresce; eu queria que fosse assim com a língua, que quando alguém usasse a boca para amaldiçoar, que a língua também crescesse para fora da boca, e assim ficaria publico que estes também deslizaram a caíram”.
Quando relacionamos o mau uso da língua a um vício queremos deixar claro que há pessoas viciadas em falar mal dos outros e há pessoas viciadas em ouvir falar mal dos outros. Fofoqueiro não é apenas aquele que fala da vida alheia, mas fofoqueiro também é aquele que gosta de ouvir da vida alheia. Aquele que prática maldades e maledicências, note que no texto sagrado estas duas coisas andam juntas, são dois lados da mesma moeda, visto que a principal forma de maldade aqui no texto se expressa através da língua, não é apenas aquele que gosta de falar, mas também aquele que gosta de ouvir novidades.