Parte 15 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
- Vícios que Asfixiam a Alma (continuação)
VÍCIOS SOCIAIS
Introdução: no início de nossa explanação sobre este parágrafo, propusemos abordar os vícios em três categorias: os vícios da carne (prostituição, impureza e lascívia), os vícios do caráter (maldade e maledicência) e hoje vamos encerrar falando dos vícios sociais (orgulho e partidarismo), tomando como base o ensino do verso 11: “não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos”. Devemos nos lembrar que um vício é uma aliança com o erro, o que, em outras palavras significa um compromisso com o pecado. Existem pessoas entre nós que vivem um compromisso maior com seus vícios do que com Cristo. Obviamente isto asfixia a alma e impede a pessoa de viver a vida abundante prometida por Cristo.
Ao falar sobre os vícios sociais, estaremos falando dos problemas relacionadas à nossa natureza adâmica que dizem respeito ao nosso relacionamento com os outros, problemas estes que nascem do nosso orgulho e da tendência a nos acharmos superiores aos outros. Observemos que há duas sentenças base neste verso, uma que chamaremos de negativa, “não pode haver”, e outra que chamaremos de positiva, “Cristo é tudo em todos”.
A SENTENÇA NEGATIVA
Ora, se estamos em um parágrafo que vem falando acerca dos vícios, precisamos ter clareza que a proibição contida na expressão “não pode haver” ou “não pode existir” também trata acerca de um vício: a nossa mania em formarmos partidos. A vida abundante, que é sinônimo da vida em Cristo, tem seu sentido vertical, nossa relação com Deus, mas também tem o seu sentido horizontal, a nossa relação com os irmãos. Na fé cristã é impossível uma pessoa dizer “a minha vida com Deus está ótima, mas eu não estou falando com o irmão ou com a irmã fulana de tal”, ou ainda “minha vida com Deus está uma benção, mas minha vida com os irmãos está uma draga...”. Para a vida abundante existir é preciso cuidar da minha pureza sexual, da mesma forma que preciso manifestar o caráter de Cristo, fugindo de qualquer forma de maldade e maledicência, da mesma maneira que eu preciso cuidar dos meus relacionamentos. É por isso que NSJC resumiu toda a Lei e todos os profetas em um único preceito: “amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e ao próximo como a ti mesmo”.
A sentença negativa é, na verdade, um mandamento: não pode! Este não pode meus irmãos é exatamente igual ao “não roubarás”, não pode... Este não pode meus irmãos é exatamente igual ao “não terás outros deuses”, não pode... O que é que não pode? Não pode entre nós haver divisões, não pode entre nós haver partidarismos, não pode existir entre nós, os crentes em Cristo, o sectarismo. É o mesmo Deus dizendo não, mas existem pessoas que nunca se ajoelharam perante uma estátua de gesso ou de pedra, o que realmente não pode, mas que são viciados em fomentar divisões. O espírito sectário, a tendência aos clubinhos, a mania por procurar as diferenças ao invés de enfatizar as semelhanças é um vício altamente destrutivo para a alma.
(Pausadamente) Explicação: quando há um problema na minha comunhão com os irmãos, automaticamente há um problema na minha comunhão com Deus. O apóstolo João nos ensina assim: “se andarmos na luz, como ele (Jesus) está na luz, mantemos comunhão uns com os outros” (I de João 1:7), ou seja, quando nós andamos na luz de Cristo a nossa comunhão com os irmãos é mais facilmente preservada, mas quando andamos em trevas... As relações interpessoais são uma medida do quanto a luz de Cristo está conduzindo a minha vida! Como eu estou vivendo com meus irmãos também é uma forma de medir se estou vivendo vida abundante! Nosso problema é a letargia em entendermos que há pessoas viciadas em produzir problemas de comunhão. Nosso problema é que as pessoas tendem a achar que um problema de distanciamento e afastamento do irmão não tem nenhuma relação na sua vida com Deus, o que é um grande equívoco. (Gravidade) Algumas pessoas são intolerantes, impacientes, ressentidas, agressivas e sempre distantes da comunhão com os irmãos e ainda assim pensam que isto não tem nada a ver com sua vida diante de Deus, se ela ler a Bíblia regularmente, fizer suas orações cotidianamente e freqüentar sua igreja dominicalmente, ou seja, alguns pensam “se eu estou cumprindo minhas obrigações religiosas, minha vida com Deus está ótima...”. Não está! Ama a Deus (gesto vertical) e ama ao próximo (gesto horizontal) são os dois eixos que sustentam a espiritualidade, e sem um dos dois a alma fica asfixiada e a vida abundante comprometida. A vida cristã não é o cumprimento de algumas obrigações religiosas, a vida cristã é o Deus Espírito me capacitando a amar aqueles a quem Deus coloca em meu caminho.
Para desfazer este equívoco entre nós, de que minha vida espiritual pode prescindir da minha vida relacional, Paulo detalha todas as formas possíveis de divisionismos comuns entre os homens, a fim de deixar claro que na igreja de Cristo estas coisas não podem ser aceitas nem tratadas como normais. É o que será tratado em nosso próximo texto.