O Deus que liberta é o Deus que... - Parte 7
Os 10 Mandamentos – liberdade e submissão – um caminho de amor
( Ex 19.12 e Ex 20 e Gl 5.1 e 13 a 16)
Êxodo é livro que aponta a graça de Deus pela libertação e páscoa. É um livro que nos aponta a providência de Deus pelo cuidado e direção de seu povo.
É um livro que nos demonstra que Deus quer ser glorificado por meio de seu povo, mas para sermos usado para isso precisamos nos apresentar a Deus com humildade para seguir suas determinações, com confiança para crer em suas ações e dispostos a ser instrumentos de sua gloria.
Êxodo aponta para um Deus que é santo e todo poderoso, e por isso há juízo para os que se aproximam Dele em pecado (19.12). Sua santidade e poder fica claro pro sua ação com as pragas do Egito e a derrota de Faraó, pois foi um golpe contra as divindades egipícias.
A redenção do povo de Israel do Egito, em Êxodo nos demonstra que o Deus que liberta e salva é um Deus que requer obediência e por isso nos dá Mandamentos.
Temos que entender que a liberdade é uma benção mas não uma carta em branco para viver, o princípio que Deus estabelece para nós é de viver em liberdade mas dentro da vontade de Deus.
Talvez você pense que há alguma contradição nisso mas não há, pois a liberdade é uma vida de submissão e não de escravidão.
E por isso Deus nos deu os Dez mandamentos, pois o Senhor requer que nosso relacionamento com Ele determine o nosso relacionamento com o próximo e se não nos submetermos espontaneamente a Deus como servir ao próximo.
POR ISSO PROPONHO PENSARMOS EM DOIS ASPECTOS DOS DEZ MANDAMENTOS. A LIBERDADE QUE ANTECEDE A ELE E A VIDA CRISTÃ QUE É CONSEQUENCIA DELE.
A LIBERDADE
A liberdade não é um elemento central apenas jurídica, econômica, psicológica, antropológica de nossa sociedade, nosso sistema chamado liberal ou neoliberal. A liberdade é essencial, principalmente, na Bíblia, na relação de Deus com o homem.
Quando Deus nos amou, fez isto livremente, como declara Ef 1.5 “nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade”, Em Gênesis vemos a ação de Deus concedendo ao homem um vida caracterizada pela liberdade, onde o homem pode crescer e dominar, onde tem os animais e as ervas e árvores que dão fruto para seu mantimento. Deus pôs o homem no Éden para viver em liberdade, pois “Tomou o Senhor Deus ao homem o colocou no Éden para o cultivar e guardar. E o Senhor lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente”. Quando o povo estava preste a passar o Jordão e entrar em Canaã, Deus assinalou com uma escolha ( a cerca de seus mandamentos e promessas): “te propus vida e a morte, a benção e a maldição; escolhes pois a vida”, assim, mais uma vez Deus aponta para a liberdade, para o direito de escolha do homem no seu relacionamento com Deus.
A liberdade é tão importante para Deus e Seu amor para com o homem que apesar da escolha do homem no Éden levá-lo a escravidão do pecado, Deus continuou o amando a fim de libertá-lo desta escravidão. Paulo nos esclarece esta questão em Rm 7, ao falar da escravidão do homem e da ação libertadora de Deus. 7.15 a 25 e 8.2: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual, eu todavia, sou carnal, vendido a escravidão do pecado... pois não faço o que prefiro mas o que detesto... pois o querer o bem esta em mim, não, porém, o efetuá-lo... vejo, nos meus membros, outra lei que guerreando contra minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado... desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte Graças a Deus por Cristo Jesus...” (condição de escravidão apontada também em Tiago em 4.1 a 7).
A liberdade para Deus é tão essencial que Ele mesmo se sacrificou para nos conceder. A liberdade é, portanto, tão essencial que a obra de salvação é um obra de libertação, por amor. E de tal valor que o próprio Deus pagou por ela para nos libertar. Assim a Bíblia nos diz que “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou”Gl 5.1. Eis ai a grande obra de amor de Deus - libertar o homem deliberadamente por amor. E falamos verdadeiramente em liberdade, quem está em Cristo, que o tem como salvador, sabe do que falamos, sabe como é ser livre, e é capaz de sentir esta liberdade.
Diferentemente do que muitos pensam, ter a Cristo como Senhor não é viver um vida de proibições e limitações mas sim de liberdade. É o próprio Cristo que nós declara isto ao dizer “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará..., pois se o filho vos libertar verdadeiramente sereis livres” Jo 8.32, 36. Isso ocorre porque o próprio Deus se comprometeu e se envolveu com nossa libertação. Porque Deus nos liberta de um império opressor: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” Cl 1.13 “perdoando todos os nossos delitos, tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós... o qual nos era prejudicial, encravando-o na cruz, e, despojando os principados e potestades... triunfando deles na cruz.”. Ele nos liberta.
Deus deu este valor e importância a liberdade por saber como vivemos. Ele sabe como somos afligidos em nossa alma, e que, diariamente, somos sufocados por coisas que ou nos escravizam ou podem nos escravizar, ou nos aflige: os valores do mundo; a riqueza; a condição e padrões financeiros, a beleza, a roupagem, nosso temperamento, nossos medos, nossa necessidade de afirmação, nossas dúvidas, nosso temor de falar, nosso descontrole da língua. Daí, Deus nos oferecer a liberdade como efeito da salvação e resultado de seu amor.
COMO ENTENDER E VIVER ESTA LIBERDADE e SUBMISSÃO ?
A compreensão da liberdade, de ser livre, vem da Palavra de Deus que diz em 1Pe 2.15,16 “como livres que sois”. Livres nos textos já citados, e aqui em 1 Pe 2.16 é uma mudança de condição. É passar da condição de objeto de dominação para um ser amado. É o fato de alguém deixar de ser mero objeto ou instrumento de serviço (escravo) e passar a ser agente ou sujeito de uma relação (a ser humano). Deixa de ser escravo para ser filho. Esta é a dimensão e conteúdo de nossa liberdade, uma nova vida, numa nova condição, uma nova filiação.
A condição de livre é atestada pro Deus quando diz em 1 Co 7.22 e 21 “Porque o que foi chamado no Senhor, é liberto do Senhor!” e mais, foste chamado no Senhor, sendo escravo? Não te preocupes com isso; mas, se ainda podes torna-te livre, aproveita a oportunidade!.
Do que Deus nos livra ou liberta? De nossa dívida com Ele, do domínio que sofremos de Satanás – veja Cl 2.13 a 15 e Cl 1.13.
Chegamos, então, ao ponto central da Palavra de Deus, o centro deste sermão. Deus não quer apenas falar de liberdade com você, que te oferecer Seu amor e liberdade. Quer oferecer uma mudança em sua vida, pois Deus não lhe quer como objeto, como escravo de Satanás, ou escravo de suas próprias cobiças ou das pressões do mundo, Deus o quer livre, na condição de filho, e vivendo como filho. Deus quer te dar a liberdade.
A pergunta é: Assim como a liberdade é essencial na sociedade e mundo que vivemos ela também é para você? Ou apenas você sabe de sua importância, reconhece sua necessidade, mas não compreendeu ainda seu real valor, e conteúdo?
A muitas coisas que conhecemos mas não possuímos ou não sabemos usufruir. Por isso Deus deu e dá tanta importância a liberdade, pois, em regra ela é buscada e querida, mas infelizmente não é obtida. Mas Deus pode lhe conceder a verdadeira liberdade. Esta foi a grande missão do Deus Filho.
Hoje pode ser um grande dia. Um dia de libertação não só da condição de escravo, mas da vida de escravo que talvez estejamos vivendo, apesar de já sermos filhos.
O que você pensa em fazer? Hoje o Senhor propõe: “vida ou morte, benção ou maldição; liberdade ou escravidão; escolheis pois hoje a vida, a liberdade”.
Como dissemos, Ele sabe como somos afligidos em nossa alma, e que, diariamente, somos sufocados muitas coisas e circunstâncias, que nos atingem e escravizam. E ele pode no libertar dos valores do mundo; da pressão financeira, do temperamento difícil ou intimidado, dos medos, da necessidade de afirmação, das dúvidas.
Creia Deus pode, porque se Cristo vos libertar, verdadeiramente sereis livres, e vivereis.