Vida Abundante - Parte 21

Parte 21 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante
O TERCEIRO “V” –
O VESTUÁRIO DO CRISTÃO
Lembro-me da primeira vez que me deparei com a frase: “traje esporte fino”. Eu estava na adolescência e recebi um convite para ir a uma festinha de quinze anos, mas eu era uma pessoa com um universo bastante restrito, e não fazia a mínima idéia do que aquele negócio chamado esporte fino significava. Só sabia que a pessoa que havia me convidado não queria que eu fosse vestido de qualquer jeito.
Na minha época (e quando uma pessoa usa a frase “na minha época” ou “no meu tempo” mais de uma vez por semana, é uma admissão clara de que está ficando velha)..., pois então; na minha época os adolescentes se vestiam de tênis, calça jeans e camiseta. Apesar de não fazer a mínima idéia do que fosse esse tal “esporte fino”, eu tinha quase a certeza que eu não tinha roupas adequadas para ir àquela festa. Eu ficava pensando: “esporte fino... esporte fino... o que será este negócio esporte fino?... alguém vai precisar me ajudar a entender o que é este tal traje esporte fino... será que esporte fino não é uma roupa esportiva fina, leve?... Se eu for com a camisa do Corinthians será que vou agradar? É uma roupa esportiva, e eu não podia imaginar nada mais fino para uma pessoa vestir do que a camisa do Corinthians...”. Esta foi, segundo me lembro, a minha primeira crise com a questão de vestuário.
A roupa certa é um problema em todas as culturas. Qual a roupa certa para cada ocasião? Com que roupa uma pessoa deve ir à igreja? Um tipo de festa exige um tipo de roupa específica? (Brincar) Com que roupa você vai ao baile do Hawai? Calma, a pergunta é só hipotética... não se empolgue... “Ô pastor, o senhor também vai, legal, eu também estava com esta dúvida sobre a roupa certa para o baile do Hawai da Associação, e estava pensando em ir com aquelas roupas ridículas que eu vi o pessoal usando nos filmes do Elvis Presley, o que o senhor acha...!?” Repito, minha pergunta é só hipotética.
A roupa é uma discussão interminável. Um missionário brasileiro chegou a uma tribo não alcançada no interior da Amazônia. Todos os índios, na visão dele, do missionário, andavam nus, sem nenhuma roupa segundo o nosso padrão, o que é normal entre os índios e nada normal para nós. Mas na cultura daquela aldeia em especial acontecia uma coisa diferente. Todos andavam nus, mas as mulheres usavam uma cinta de sisal bem fininha na altura da cintura, e só, mais nada... E quando uma mulher não usava a sua cinta era uma briga, um grave problema, pois lá naquela cultura, quando uma mulher saía pela aldeia sem a sua cintinha significava que ela estava nua. O missionário não entendia nada: com a cintinha era decente, mesmo que o resto todo ficasse de fora. Sem a cintinha era indecente “sem vergonha”, “descarada”, era um verdadeiro escândalo uma mulher ser vista sem sua cinta de sisal.
A Bíblia diz que nós precisamos nos vestir. E se você pensa que isto diz respeito a esporte fino, cinta de sisal, paletó e gravata, saia ou qualquer outra coisa deste tipo, você nunca vai entender o que é a fé cristã. No início do parágrafo temos um imperativo: “revesti-vos”. E a nossa roupa é uma roupa espiritual. Esta roupa, espiritual, é a que nos é requerida para que entremos e andemos na presença de NSJC. “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar [na sua casa, ou na sua habitação]? Quem é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade”. (Sl. 24:3-4).
Eu tenho para mim que o apóstolo Paulo está nos ensinando que as vestes do cristão, aquilo com o qual Deus espera que nos vistamos em sua presença, são as virtudes do caráter de Cristo. A verdadeira roupa com que todos nós devemos nos preocupar, a verdadeira roupa com a qual todos nós precisamos nos revestir todos os dias, a fim de vivermos de maneira abundante, são, na verdade, as qualidades de Cristo em nós. Assim como uma pessoa que nos convida para sua festa pode colocar no convite a roupa que deseja com que nos apresentemos, Deus, ao nos chamar para a vida em Cristo, também especifica como quer que venhamos a nos vestir. Ou seja, na cultura celestial, na vida espiritual, há uma indumentária especial para um povo especial.
O cristão é uma pessoa especial, por isso ele se veste de maneira especial. Não somos especiais por algo que Deus tenha visto de antemão em nós, mas sim por causa daquilo que Ele operou em nós de antemão (repetir). Preste atenção na beleza do evangelho: “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente alguém morreria por um justo; pois [poderia] ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rom. 5:6-8).
Veja a beleza de nossa indumentária, aquilo que o grande Alfaiate celestial preparou para aqueles por quem Cristo morreu, para aqueles que devem abandonar os vícios da carne e cultivar as virtudes do espírito: nós somos eleitos, santos e amados. Esta é uma coisa fruto da maravilhosa misericórdia de Deus, nós somos eleitos, nós somos santos e nós somos amados, nós somos especiais porque Deus nos fez especiais.
Quando uma pessoa se sente especial, há toda uma transformação no seu jeito de ser e de pensar. Melhora o seu humor, melhora a sua auto-estima, melhora o seu sentido de “ser”. Na vida espiritual também é assim. Somos especiais porque fomos objetos de uma ação especial. Quando eu me sinto especial para Deus o universo ganha beleza, a vida começa a fazer sentido, e toda a minha existência, com tudo aquilo que parecia obra do acaso, começa a se encaixar no nosso entendimento com tendo um propósito divino.