Pr. Alex R. Carneiro Textos Chaves: Ez 36.26 e Ap 15.4
Lição 6
A frutificação se expressa por nosso serviço a Deus. Serviço que para ser adequado deve ser produzido pelo motivo certo. E para essa certeza, já que é dirigido a Deus, deve ser feito dentro da exata visão do Senhor. Ocorre que sem a transformação de nossa natureza adâmica não podemos adequadamente entender a excelência de Deus, pois como diz a Palavra (Rm 3.23) “ não há um justo se quer não há quem busque a Deus”. Logo a transformação de nosso coração é essencial para servir a Deus. Por isso a salvação nos faz seus servos e seus filhos, pois muda nossa condição espiritual e nosso coração.
Desta forma, podemos dizer que a transformação de nosso coração (Ez 36.26) nos leva a uma nova visão de Deus, a uma nova atitude de adoração (Ap 15.4). Esta atitude está ligada ao modo de ver a Deus; de reconhecer Sua graça, e está ligada a motivação de meu relacionamento com Deus. Do motivo e modo porque faço as coisas. Isto é, está ligado a nossa piedade.
Dizemos isso porque a palavra piedade trás a idéia de ações de caridade e/ou amor que nos aproximam de Deus ou como diz o teólogo Jerry Bridges é a “atitude pessoal para com Deus, que resulta em ações agradáveis a Deus”.
Por isso propomos a PIEDADE como mais um dos adubos espirituais de nossa vida frutífera. Isso porque creio que esta atitude não se restringe apenas a um sentimento de afeto mas também de consciência de quem é Deus. De temor (no sentido de reverência).
Reflitamos nas palavras do profeta Jeremias: “E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois deles; e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. E alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes o bem; e os plantarei nesta terra, com toda a fidelidade do meu coração e da minha alma“ (32.38 a 41).
Assim podemos ligar a piedade - meu desejo de proximidade a Deus, ao meu temor - grato a Ele, isto é, ao meu sentimento e postura de respeito e amor a Deus. E como um dos fatores de essência de meu relacionamento com Deus é de produzir frutos, então esses frutos devem ter este perfil.
Precisamos, portanto, que a nossa vida frutífera seja regada pela piedade. Devo buscar servir a Deus com atos agradáveis a Ele, isto é, devo buscar servir a Deus em piedade.
A primeira questão, então, é nos colocarmos diante de Deus e pedirmos perdão, pois acredito que como eu, você precisa mudar muitas coisas em sua vida. Pois, diante desses aspectos vemos o quanto precisamos reciclar nosso modo de fazer as coisas, pensando se as fazemos por questões morais ou de piedade.
Devemos distinguir os atos morais de atos piedosos. A pessoa moral age por padrões culturais ou ligados a sua imagem e reconhecimento. A pessoa piedosa age porque reconhece a natureza de Deus e de seu amor. É o que podemos nas palavras do apóstolo Paulo em 1 Co 10. 31 Portanto, quer “comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus”. Obviamente que sem temor e gratidão o nosso desejo não será esse.
É impressionante como isso nos faz repensar muitas coisas.
Assim, pelos aspectos que vimos, creio que podemos dizer que a piedade é composta pela expressão de meu temor pela excelência de Deus e de gratidão pela graça de Deus. Podemos dizer que são este temor e gratidão que devem sustentar minha motivação para servir a Deus.
Daí termos falado de perdão, pois quantas coisas precisamos rever para que façamos de modo adequado e pelo motivo certo nosso servir.
E como isso é essencial para nossa vida frutífera – isto é, para que a produtividade de nossa vida seja nutrida com o adubo certo.
Conclusão
Assim, podemos concluir nossa reflexão da seguinte forma: sei quem é Deus. Reconheço seu amor. Isso faz crescer em mim o desejo de servi-lo do modo certo. Essa é a base de tudo que devo produzir em meu servir a Deus.
- Que desafio para nós produzir frutos nutridos pela piedade, pela temor e amor a Deus.
- Quão difícil é enfrentar nossa natureza adâmica para nos levar a fazer as coisas do moto e pelo motivo certo.
- E como é incrível saber que isso só possa acontecer por meio da mudança operada por Deus em nosso coração. Uma vez que sem a graça não transformação de vida. Sem transformação não a temor. E sem amor e temor não há motivo certo para servir. Logo só a graça pode fazer nossa vida ser frutífera para Deus.
Assim a genuína piedade só pode ser algo que ocorrerá na vida transformada por Deus. Exige nosso esforço, no entanto, só pode surgir pela ação de Deus. Por isso o Senhor Jesus nos diz: sem mim nada podeis fazer?
- Diante dos textos de Ez 36 e Jr 32, será que temos que repensar alguma coisa em nossa vida? De que tipo de serviço temos produzido a Deus?
- Será que precisamos pedir perdão?