Vida Frutífera - Parte 31

PALAVRAS FINAIS
Alex R. Carneiro Texto: João 15

POIESIS CRISTÃ:
um instrumento de louvor a Deus e benção para as pessoas.

Eram uma vez três porquinhos...

Um construiu sua casa de palha que não suportou a força do sopro do lobo mau. Outro construiu sua casa de madeira e teve o mesmo fim do primeiro. O terceiro gastou mais tempo, mas fez uma bela casa de tijolos, que não só suportou as investidas do lobo mau, mas também serviu as seus irmãos.
A história do lobo mau e os três porquinhos é uma fábula infantil interessante. Que pode nos levar a pensar sobre prudência, aplicação, medo, bem contra o mal, entre outros pontos, bem como pode ilustrar, por exemplo, sobre nossa obra e seus resultados. De como vemos nosso trabalho ou o modo de fazer as coisas.
Para isso gostaria de levantar a seguinte questão: para que obra o Senhor Deus nos chamou?
Deus quer de nós tripalium ou poiesis (ou poesis).
Obviamente que para respondermos essas perguntas e chegarmos ao verso 23 de Filipenses, e entendermos a mensagem final da carta, precisamos esclarecer alguns aspectos.
Comecemos pelo entendimento das expressões tripallium e poesis
Essa compreensão passa pela forma que entendemos a palavra trabalho. Entre nós trabalhar, em regra tem um conceito pesado. Fruto do próprio significado da palavra, que se refere a um instrumento usado na antiguidade que consistia de três paus (tripalium) que eram colocados no pescoço dos escravos da Grécia antiga para forçá-los a fazer tarefas manuais.
Na Grécia as atividades manuais e simples eram tidas como sem valor, destinadas a pessoas de menor importância social. Essa visão não só percorreu a época de Jesus, com as pessoas mais simples atuando como meros serviçais ou escravos, passando pela Idade Média onde os nobres não tripalium, mas sim os servos e chegando até o capitalismo onde o trabalho passa explorado economicamente e se destina a plebe e mais simples operários. Por isso o trabalho permanece com a ideia de sacrifico, exploração e insignificância ou algo de valor secundário.
A poesis surge de um conceito diferente a partir da nobreza e filósofos gregos, como a arte de criar, de construir ideias. Assim artes, filosofia e outras expressões intelectuais eram algo digno e valoroso.
Principalmente a concepção de trabalho veio até nós. A própria palavra labor é sinônimo de lutar de se desgastar.
E, portanto, o servir era algo sem grande dignidade. Ideia que também, implicitamente, trazemos até hoje.
Com Jesus não foi assim. Ele provou o tripalium e a poesis. Foi carpinteiro e também Rabi. Mas acima de tudo sabia que tinha uma grande obra a fazer.
Na verdade o Senhor nos levou a uma verdadeira união dessas ideias quando nos orientou a servir a Deus, ao próximo e a igreja. Isto é, fazer mais que um trabalho e termos em mente que Deus quer que construamos uma obra de serviço.
Por isso a mensagem de Jesus no lava-pés de João 13.13-15: “Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.
Continuaremos na próxima semana refletindo sobre nossa questão:
Deus nos chamou para trabalhar ou construir?
Deus quer de nós um tripallium(trabalho) ou uma poesis (obra)?