Vida Abundante - Parte 41

Parte 41 - Os Cinco “Vs” da Vida Pessoal e Familiar Abundante

UMA VISÃO SOBRE FAMÍLIAS REAIS - Jacó e Davi
Estamos falando sobre os princípios fundamentais da vida em família. Tudo isto serve de base para uma melhor compreensão acerca dos papéis ensinados por Paulo neste texto. Com eles poderemos aprofundar nossa visão de como Deus objetiva tratar a família a fim de que ela seja uma bênção. O primeiro princípio fundamental que apresentamos foi “a família é uma criação de Deus”. Esta célula mater da sociedade não é uma invenção, é uma criação do coração amoroso de Deus. Segundo, “o pecado contaminou todas as relações humanas”, o que significa que nossas relações familiares também estão sob o peso de nossa natureza adâmica. Nossa casa é o lugar onde somos mais autênticos. Ora, se em nossa casa somos o que realmente somos, então nossas relações familiares são as relações onde somos mais “autenticamente pecadores”. E, por último, tratando dos princípios fundamentais da vida em família, sobre a base de um pensamento bíblico e realista acerca da família, afirmamos que precisamos aprender a diferença entre “famílias perfeitas” e “famílias abençoadas”. O ideal de uma família perfeita é irreal, e, portanto, frustrante. Se o pecado contaminou nossas relações interpessoais, isto significa que não há perfeição, mas pode haver benção. O real é isto: não existem famílias perfeitas, mas é perfeitamente possível termos famílias abençoadas.
A Bíblia nos ensina sobre estas coisas de diversas maneiras. A Bíblia registra várias histórias sobre família a fim de nos ensinar a termos uma expectativa real acerca do casamento. Como dissemos, na Bíblia não existem as famílias que aparecem nas propagandas de margarina. Pelo contrário, são pessoas de carne e osso, com alegrias, vitórias, mas também com tristezas e derrotas. São famílias abençoadas, não perfeitas, mas que nos trazem lições até mesmo nas suas contradições. São histórias verdadeiras e que, ao meditar sobre elas, nossas expectativas podem ser tomadas pela realidade, que pode ser dura, mas que também é muito melhor do que viver uma ilusão.
Em minha opinião, uma das coisas que mais revela a inspiração das Sagradas Escrituras é a maneira imparcial como Deus registra a história de seus personagens. Na história de nossos heróis o que mais salta aos olhos é a sua humanidade. Todos são de carne e osso e desprovidos de super-poderes. Suas famílias são de carne e osso, por isso suas contradições podem nos ajudar a entender a família como ela realmente é, sem maquiagens, e não como gostaríamos que ela fosse.
É interessante que quando a Bíblia nos manda pensar nas respostas de oração exemplificadas na vida do profeta Elias, a primeira coisa para a qual somos convidados a colocar nosso pensamento é que “Elias era homem semelhante a nós, sujeito às mesmas paixões” (Ti. 5:17). Preste atenção! O princípio bíblico aqui ensinado é inverso, pois não somos convidados a pensar naquilo que Elias era diferente, mas sim naquilo que ele era igual a todos e a cada um de nós. E em que Elias era igual a mim? Irmãos, em que Elias era igual a vocês? “Sujeito às mesmas paixões” é a resposta. A NVI traduz assim esta sentença: “Elias era homem como nós”, o que significa que nossas limitações, contradições, fraquezas, lutas e pecados também existiram no palco da vida de todos aqueles homens fantásticos que nós aprendemos a admirar quando lemos as histórias escritas na Bíblia.
Falando sobre nossos irmãos do Antigo Testamento o apóstolo Paulo escreveu: “ora estas coisas se tornaram exemplos para nós”, e, mais adiante, com maior ênfase ainda: “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado” (I Cor. 10: 6 e 11). Observe: “exemplos para nossa advertência”. Será que eu aceito ser advertido? Se alguém quiser a “Vida Abundante” ou “Vida em Família” segundo Deus, deve prestar muita atenção nas histórias das famílias da Bíblia, as quais servem para ilustrar, para ensinar sobre os princípios fundamentais da vida em família.
Vejamos, então, duas histórias de nossos heróis. (Brincar – Aqui vou precisar da ajuda dos irmãos. Vamos fazer um paredão do “Big Brother” e escolher o campeão dos problemas familiares na Bíblia. Qual dos personagens vai ficar com este título? “Quem vai sair da casa?” Por favor, preste muita atenção e depois faça o seu voto).
JACÓ
O patriarca Jacó é um dos personagens mais destacados da Bíblia. Sua importância pode ser resumida em apenas um exemplo: várias vezes, ao apresentar-se, Jeová se dirige aos homens assim: “eu sou o Deus de Jacó”. Só no livro dos Salmos, o hinário de nossos irmãos do Antigo Testamento, nosso Deus é chamado de “O Deus de Jacó” por onze vezes. Mas quando olhamos atentamente para a vida familiar de Jacó, este título soa estranho. Acompanhe meu raciocínio: Jacó mentiu para o seu pai cego e roubou do pai a benção que pertencia ao seu irmão. Quem aqui nunca mentiu? Em Gênesis 27 ele precisa fugir para salvar a própria pele por que seu irmão Esaú queria matá-lo. Quem aqui nunca teve uma briga feia com os irmãos, e talvez, lá no fundo, no calor da briga, tenha pensado “ah, se eu pudesse matava ele...”. O patriarca Jacó foi enganado e enganou seu próprio sogro nos negócios da família. Quem aqui nunca ouviu falar em lutas, disputas e problemas em empresas familiares? Isto é muito antigo! Jacó teve uma filha violentada sexualmente. Quanta vergonha as questões sexuais não impõe às famílias? Moças que passam o sinal vermelho e rapazes que passam o sinal vermelho. Nós já ultrapassamos o paradigma da sociedade machista e como cristãos podemos afirmar que a vergonha de uma relação fora dos padrões bíblicos entristece o coração de Deus para ambos os sexos, moças e rapazes. E, por fim, Jacó ainda teve problemas com seus filhos por causa de sua predileção por José. Jacó não teve nenhuma sabedoria, elegeu explicita e abertamente José como seu “filhinho do coração”, e isto causou tanta tristeza ao coração de seus irmãos que estes chegaram a ponto de vendê-lo como escravo. Quem aqui nunca viu a história de pais que, por causa de suas predileções, não alimentaram ciúmes e disputas entre os filhos e que perduram por vários anos?
Lembrando que para isso, com humildade preciso aceitar ser advertido, pois se alguém quiser a “Vida Abundante” ou “Vida em Família” segundo Deus, deve prestar muita atenção nas histórias das famílias da Bíblia, as quais servem para ilustrar, para ensinar sobre os princípios fundamentais da vida em família, os quais estamos refletindo . Tendo olhado para Jacó, pensemos um pouco sobre DAVI.
Davi traiu sua esposa e adulterou com Bate-Seba (II Sam. 10); teve um filho maníaco sexual que violentou sua meia-irmã, Amon abusou de Tamar (II Sam. 13:1-15); seu filho Absalão foi assassino, matou seu próprio irmão Amon por causa do episódio com Tamar; dois de seus filhos tentaram usurpar seu trono, Adonias, “o filhinho do papai” e Absalão, o “vingativo rebelde”.
E agora? Vamos escolher? Quem é o campeão?
O que estas histórias podem nos trazer? Primeiro um profundo senso de realidade. Segundo uma profunda esperança. Deus abençoou a Jacó e lhe deu uma velhice cheia de vitórias. Deus restaurou Davi chamando-o de “homem segundo o meu coração”.