PECADORES NA MÃO DE UM DEUS DE AMOR - PARTE III
“Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo” Tiago 2.13.
A partir deste verso tratamos dos conceitos de juízo e misericórdia – Deus aplicando a pena que merecemos e Deus dispensando ao pecador seu favor imerecido. Dissemos que estes conceitos e texto, tratados na Igreja Primitiva e na Igreja do século XVIII, continuam contemporâneos. E não podia ser diferente, pois são a essência de nossa teologia e vida (ética) cristã. Também hoje queremos a bênção e o poder do evangelho, mas em geral, não atentamos ou nos esquecemos dos encargos, haja vista que a Palavra nos exorta a “revesti-vos, pois como eleitos de Deus” (Cl 3.12) E dissemos que cremos que este é uns dos motivos que tratamos ou falamos muito em bênção, poder e determinação, mas pouco de serviço, pecado, justiça.
Para nós esta é a grande questão porque, muitas vezes, nos falta compreender o conteúdo e viver a profundidade da graça. Pois a justiça e pecado, misericórdia e santidade são e a raiz e base de nossa vida cristã. Daí propormos uma breve reflexão sobre: Por que Deus julga? E agora pensarmos um pouco sobre: Por que Deus opera misericórdia? E, por que devo buscar a retidão (santidade)?
Na primeira reflexão por que Deus julga? Concluímos ou propomos que DEUS JULGA PORQUE É SANTO E JUSTO. Pois não há como falarmos de um Deus santo e justo que não julgue o pecado. Exortando que todos estamos sujeitos a este juízo, pois “não há um justo se quer, não quem busque a Deus” - Rm 3.10-12. E que somos “indesculpáveis se julgamos quem quer que seja, porque no que julgamos... nos condenamos”, pois afinal, diante da santidade de Deus, todos somos pecadores - Rm 2.1. Mas concluímos, também, que há uma grande benção neste juízo ou julgamento divino – nele Deus “escancara” sua graça - Cl 2.13, 14. Logo o juízo ocorre pela santidade de Deus, mas não como única e principal causa. Eis a razão da nossa reflexão de hoje Por que Deus opera misericórdia?
Precisamos explicar que estamos buscando dirigir nossa reflexão para a relação de Deus conosco e para nossa vida cristã. Mas não podemos deixar de lembrar que há outro fator primordial no juízo de Deus. Este juízo é um instrumento de aniquilação, de destruição do império das trevas - pois em Jo 12;31 Cristo afirma: “chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso”, pois com sua morte Cristo despojou “os principados e potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” – Cl 2.15.
Mas voltemos a nossa reflexão - Por que Deus opera misericórdia? Em Romanos Paulo nos chama a atenção para a soberana justiça e misericórdia de Deus. Rm 9.14 a 31. Em Ap capítulo 19.11 a 21 e no capítulo 21. Vemos a benção da misericórdia sobre o juízo: Deus julgará, mas por sua graça seremos salvos e teremos nova vida. Por isso Deus é um Deus de juízo, mas acima de tudo é um Deus e pai de misericórdia (2 Co 1.3; Sl 86.15), suas obras mostram isso ( Sl 145.9). O Senhor Jesus no convívio conosco foi compassivo e nos ordenou ser misericordiosos como nosso Pai (Lc 6.36; Mt 18.21). Logo o juízo não aponta só para justiça e santidade de Deus, mas também para seu amor e misericórdia. Assim concluímos que Deus aplica juízo por sua santidade e DEUS OPERA OU APLICA SUA MISERICÓRDIA POR CAUSA DE SEU AMOR. Graça é uma conduta “comissiva” (ativa) de Deus resultado da misericórdia, que é uma conduta “omissiva” de Deus, isto é, o Senhor visitando nosso coração miserável e não aplicando em nós o juízo ou pena que merecíamos. Deus podia ter aplicado a justiça, mas preferiu aplicar a misericórdia. Deus podia nos destinar a condenação eterna, mas, por misericórdia, nos destina a salvação eterna. Em Isaías vemos Deus purificando sua imundície e em Gênesis vemos Deus dando roupas de pele ao homem, e já providenciando a salvação. Ele podia nos exterminar e criar uma nova raça, mas ele nos amou e mandou Jesus, aplicando sobre ele nossa pena. E nos adotou como filhos e, por sua graça, nos amou. Estávamos mortos, mas Ele nos deu vida. Havia uma dívida impagável por nós diante de Deus, cujo valor final era a morte. Contudo Cristo cancelou o escrito de dívida que tínhamos. O escrito da lei que pairava sobre nós cobrando-nos de nossos pecados foi aniquilado, e encravado na cruz para que todos vissem que o sangue de Cristo nos perdoou todos os pecados.
A excelência da morte de Cristo está não tanto na vida que nos gerou, mas que para tal ele se esvaziou de sua glória, como nos diz o apóstolo Paulo em Fl 2.4,5 - a “knoses” de Cristo, o seu esvaziamento completo, para sentir e viver como homem, e para poder sofrer o peso do pecado de todos nós. Em Is 52.14, o profeta declara que sua glória foi transfigurada em agonia e morte, e no capítulo 53 Isaias nos faz perceber o auge destas dores e do amor de Deus. 1 Tm 1.14,15 declara que a graça de Deus transbordou a fé e o amor que há em Cristo, e que Ele veio ao mundo para salvar os pecadores. O próprio Jesus declara em Mt 20:28: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos”. Eis portanto a razão do juízo e misericórdia de Deus – seu amor por nós. O que deve nos levar a refletir, então, que: Por que devo buscar a retidão (santidade)? Esta é nossa próxima conversa.
E se este assunto te interessou ou você deseja compartilhar conosco, ou se precisar de ajuda ou aconselhamento, será um prazer atendê-lo e conversar com você pelo e-mail pr.alexcarneiro@gmail.com
Que o grande Deus de misericórdia o abençoe profundamente.
Pr ALEX RIBEIRO CARNEIRO - Visite-nos também no face Dialogo Cristão