A QUEDA DO HOMEM E OS ELEMENTOS DA SOTEROLOGIA
INTRODUÇÃO
O homem caiu, se corrompeu, precisa ser restaurado e necessita de uma condição incorruptível para a comunhão com Deus, logo torna-se necessário falarmos sobre a queda do homem, a sua salvação e glorificação.
A doutrina da queda do homem está diretamente ligada a doutrina da soterologia; metaforicamente falando, são duas faces de uma mesma moeda, pois aquela ressalta esta e vice e versa. Tal relação ressalva também os agentes da salvação, a saber a trindade, quer no plano quer na aplicação restauração do homem e de sua comunhão com Deus.
A Soterologia é um conjunto de outras doutrinas, que se interligam, analogicamente, pode se dizer que são linhas paralelas com mesma direção e sentido, composta cada qual de um elemento específico. Tem como objeto o estudo do Plano da Salvação, elaborado por Deus, cumprido pelo Filho e aplicado pelo Espírito Santo.
Portanto se torna essencial ao estudo da Doutrina da Queda e da Salvação. Assim, com o escopo de uma melhor compreensão didática do assunto, proponho a divisão deste estudoem três partes. A primeira com uma exposição sobre a queda do homem, suas teorias, origem e resultados e dos pactos de Deus nestas circunstâncias, bem como da atuação da trindade diante disto. Na segunda trato da Soterologia, seu conceito, finalidade e natureza, visando desta feita suscitar uma compreensão mais acurada, do plano da salvação.. E por fim na terceira e última parte, buscarei expor sobre a morte do homem, resultado da queda, e também do resultado máximo da soterologia ante a queda, a saber o aspecto escatológico da glorificação do homem.
1. A QUEDA
1.1 A QUEDA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
A queda é conseqüência da livre agência do homem, estava nos decretos de Deus apesar de não ser Deus seu autor, e trouxe como consequência a corrupção total do homem e a ruptura de sua comunhão com Deus, além de outros resultados que veremos.
Os pais da igreja não falam muito definidamente sobre a origem do pecado. Os reformadores compartilhavam a ideia de Agostinho, qual seja, o homem é pecador, culpado e corrupto em Adão.
Não se pode considerar Deus como autor do pecado, Jó 34.10 e Is 6.3 e Tg 1.13, provam esta acertiva. O pecado originou-se no mundo
Assim nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia de Satanás pecaram. Deus segundo sua sapiência resolveu permitir o pecado do homem, através da livre agência deste, que respondeu e responderá pelo pecado. Não obstante tudo foi proposto para sua própria glória. (Gn 3.13, Rm 11.32).
Por este pecado o homem caiu de sua comunhão e justiça original diante de Deus, e assim se tornaram mortos em seus delitos e pecados, e teve sua natureza totalmente corrompida. E sendo Adão e Eva origem de toda a humanidade, a sua corrupção, culpa, e pena do pecado (a morte), foi imputada a toda a descendência humana, pela geração ordinária. Portanto, desta corrupção original somos totalmente contrários a todo o bem, e inclinados ao mal, e disto procede todos os males atuais, e até a natureza geme esperando sua transformação. (Gn 2.17, Tt 1.15, Rm 5.12, 15-19, Cl 1.21).
Segundo Hodge os artigos do Sínodo de Dort, no capítulo III, afirmam que: “a depravação moral e infligida sobre todos os descendentes”, bem como Paulo em Rm 5.12-21. E expõe ainda a Confissão de Fé de Westminster, na seção V do Cáp. VI: “Esta corrupção permanece, durante esta ida, naqueles que são regenerados, e ainda que, através de Cristo, ela seja perdoada e mortificada, contudo tanto ela quanto todos os seus impulsos são real e propriamente pecado.”.
Logo todo pecado, é transgressão da lei de Deus, e contrária ao próprio Deus e por esta culpa está sujeito o homem ao juízo e a ira de Deus, e por isso sujeito à morte, e a todas as consequencias atuais do pecado, ou seja, todas as misérias materiais e imateriais do pecado. (I Jo 1.8; Rm 7.14,17, Ec 7.20, Gl 3.10, Mt 25,41).
Continuaremos na próxima semana. Deus o abençoe. Pr.Alex R. Carneiro
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