Seguindo, apesar da dor – Parte 1
LIDANDO COM O CANSAÇO DA VIDA.
Lá vem. Mais um dia tentando sobreviver à dor da perda.
Se não bastasse, ter ainda que lidar também com os efeitos psicossomáticos de tanto estresse que as lutas lhe causaram.
Acordar era tormentoso. O escuro da sala e o amassado das almofadas do sofá eram mais desejos. Era como ser levantar para mais um dia fosse como uma grande escalada. Uma montanha que tira o fôlego só de olhar.
Ossos moídos e cabeça zonza. Aquela sensação de ter sido atropelado por um caminhão. De mente área, raciocínio lento e cabeça dolorida. Como se, apesar da ficha já ter caído, vivesse num sonho sem poder acordar.
Mais uma hora que se teria que pensar e buscar forças diante de um sentimento de exaustão de Jó - “até quando”.
Quando muitas vezes cantar é uma válvula de escape para não gritar e fugir.
Há momentos na vida tão difíceis que é como se uma mão apertasse nosso coração sem parar, como se vivêssemos ofegantes e cansados o tempo inteiro, com a alma esquálida, a boca seca. Quando a dor de cabeça é uma sensação de eterno desconforto.
Como doí. Como as palavras dos outros ecoam no vazio de nossa mente.
O olhar desalentado tem o permanente som de socorro.
Sim é verdade, há momentos na vida que lidar com a dor se torna o exaurir a vida - “Só canseira e enfado”.
O que fazer. A quem recorrer. Como prosseguir.
O autor do Salmo 88 expressa de modo emblemático, retumbante e poético esse momento.
Impressiona que Deus não esconde em sua Palavra nossa fraqueza e fragilidade diante da vida. Nossa impotente capacidade de ter resposta para as agruras da vida.
Acho didático, apesar de profundamente difícil, muitas dessas palavras.
Talvez por que eu mesmo já tenha aprendido com a dor, mesmo sem entender e mesmo querendo que essa fique longe de mim e de minha vida.
Aprendi que a vida é a vida. E que a dor faz parte desta vida. Não há como viver sem lidar com as lutas e sacrifícios. Mas aprendi também que é muito difícil lhe dar com a dor.
Há momentos que não há palavra ou ação humana que possa afasta-la de nós.
Creio que por isso em sua graça infinita o Espírito é nosso “paraklito” – o consolador, aquele que caminha ao lado com palavras de consolo e sabedoria. Pois diante da dor só uma intervenção sobrenatural pode nos atingir, ao mesmo tempo, de modo suave e forte. Suave para consolar e forte para nos empurrar para continuar.
Acho, ainda, incrível como Deus nos permite abrir o coração, chorar, até reclamar nossa dor.
E pra mim é incrível porque aprendi que Deus está pronto a ouvir nosso clamor.
Como pai, não tira de nossa vida aquilo que pode nos amadurecer (ninguém sai do outro lado de uma tormenta a mesma pessoa - Tg 1.2 a 4). Contudo está pronto a nos dá colo. A nos abraçar.
Pode até ser que tenhamos a impressão que ele não está nos ouvindo, mas a Sua Palavra e a vida me ensinaram que ele sempre está conosco. É como antigo poema pegadas na areia em que Deus diz: filho, quando olhaste e viste um só par de pegadas, não era por que estava só, mas porque naquele momento eu te carregava no colo.
Deus o abençoe - Pr. Alex R. Carneiro
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